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Produtos hortícolas do Oeste vão fazer falta no mercado

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O mercado abastecedor de Lisboa vai ter de recorrer à importação para conseguir dar resposta à procura de produtos hortícolas. Os principais fornecedores – os agricultores da região Oeste – já garantiram que não vão ter capacidade de produzir bens como alface e tomate em quantidade suficiente, depois de terem visto mais de metade das […]
Produtos hortícolas do Oeste vão fazer falta no mercado

O mercado abastecedor de Lisboa vai ter de recorrer à importação para conseguir dar resposta à procura de produtos hortícolas. Os principais fornecedores – os agricultores da região Oeste – já garantiram que não vão ter capacidade de produzir bens como alface e tomate em quantidade suficiente, depois de terem visto mais de metade das suas estufas destruídas pelos ventos ciclónicos ocorridos na semana passada. A Associação Interprofissional de Horticultura do Oeste, com sede no concelho de Torres Vedras, está a fazer um levantamento dos estragos, que espera ter concluído até esta quarta-feira, para fazer chegar o relatório ao Ministério da Agricultura, mas Horácio do Carmo, vice-presidente da associação, não tem dúvidas: “50 por cento das estufas estão totalmente destruídas e não têm arranjo, e no resto 80 por cento não têm plástico”. O dirigente agrícola admite que para recuperar as estufas destruídas “vai demorar pelo menos um ano”. A principal dificuldade reside na “falta de capacidade financeira” dos horticultores. “Mesmo que o Estado ajude até 50 por cento a fundo perdido, para reconstrução de equipamentos, como anunciou o ministro da Agricultura em reunião na Câmara de Torres Vedras, faltam os restantes 50 por cento”, faz notar. Para além disso, sublinha, “os 15 milhões de euros anunciados para auxiliar os agricultores não vão chegar”. Horácio do Carmo já fez as contas: “Foram destruídos 250 hectares e se forem gastos 120 mil euros em cada um, e se juntarmos os prejuízos nas outras plantações que foram afectadas, chegaremos a um número quase o triplo do valor disponibilizado para as ajudas”. “Acho que 40 milhões de euros em prejuízos é um número mais próximo da realidade”, sustenta. As zonas mais afectadas são as das freguesias de A-dos-Cunhados e da Silveira, em Torres Vedras, onde se concentra o grosso das estufas. A alface é a cultura mais prejudicada, porque estava pronta a colher. Mas a principal produção é do tomate, que ia ser semeado a partir da próxima semana. “Mais de 50 por cento é exportado para Espanha, França e Itália. São mercados importantes que vamos perder”, alerta, apontando que no caso de Lisboa, o mercado vai recorrer “à importação e à produção de outras regiões de Portugal que não foram afectadas pelo temporal”. Horácio do Carmo afirma que o problema afecta “não só o produtor, mas também os armazenistas e milhares de agricultores que trabalham nas organizações de produtores da região”. “Os hortícolas frescos vão ficar mais caros, porque neste momento o abastecimento está comprometido. Não está em causa apenas a cultura actual, mas a estrutura produtiva para vários anos”, sustenta. Desmotivação “É desmotivante. Não só o valor monetário, mas por ver-se tudo destruído, perante o trabalho e a dedicação que se teve, perde-se a vontade de recomeçar”. O desespero de Pedro Martinho, jovem horticultor de A-dos-Cunhados, Torres Vedras, é repetido por outros agricultores do Oeste. No seu caso, viu danificados 3,5 hectares de estufins (pequenas estufas) de morangos e o sistema de rega. “Toda a primeira colheita, que devia acontecer dentro de quinze dias, ficou destruída”, lamenta. Sete estufas de alface, plantadas dias antes, “não têm hipóteses de recuperação”. O prejuízo total ascende a 90 mil euros. “Vou entregar um levantamento dos prejuízos à Junta de Freguesia, para fazer chegar à Câmara e ao Estado, mas não sei sequer se volto a meter as estufas de pé, porque a desmoralização também toma conta de nós”, afirma Pedro Martinho, que estima que seja necessário “pelo menos cinco anos para pagar o investimento, se não houver mais nenhuma anormalidade”. Aviários afectados Aviários, centrais fruteiras e viveiros de plantas foram outras estruturas afectadas pelo temporal na região Oeste. Bruno Silva, proprietário de um aviário com 40 mil pintos em Campelos, Torres Vedras, estima prejuízos no valor de 20 mil euros, entre telhados partidos e criação afectada pela falta de energia. “A criação esteve dois dias sem comer e beber, e ao frio. Só quando conseguimos um gerador é que retomaram a alimentação. O stress provocado pelas condições adversas vai-se repercutir na produção”, relata. O avicultor desconfia que os apoios anunciados pelo Estado apenas cheguem aos grandes grupos económicos. “Para nós, pequenos agricultores, é difícil aceder a esses apoios”, desabafa. Francisco Gomes

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