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Verdades caldenses inconvenientes

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Para o bem e para o mal o CCC marcará o futuro da cidade. Se a componente megalómana e despesista do projecto se sobreporá ou não à de um projecto qualidade e minimamente sustentável, só o futuro o dirá. Como também só o futuro nos poderá dizer se este projecto não condicionará outras realizações julgadas […]

Para o bem e para o mal o CCC marcará o futuro da cidade. Se a componente megalómana e despesista do projecto se sobreporá ou não à de um projecto qualidade e minimamente sustentável, só o futuro o dirá. Como também só o futuro nos poderá dizer se este projecto não condicionará outras realizações julgadas prementes, como na própria gestão corrente do indispensável. Se em termos de programação ela será, no futuro, equilibrada, sem demasiadas cedências ao fácil, ao meramente comercial ou ao simplesmente “pimba”, é também ainda uma incógnita. O argumento (por mim, por exemplo, usado) de que Caldas não tinha uma sala de espectáculos, de média dimensão, digna, reconheço, morreu com esta inauguração; mas será que esta foi a melhor solução? Esperemos, pois, ano a ano, pelo balanço, e que o CCC, mais do que um (ou mais um) problema seja uma solução. A segunda questão que desejava colocar é a imensa dúvida de que o novo mega Hospital do Oeste Norte não possa vir a ser mais do que um problema para as boas políticas de saúde do concelho e da região. Ao acabar com todos os outros Hospitais ou mesmo só com o actual Hospital das Caldas, aplicando-lhe o camartelo ou desmantelando-o, em vez do ampliar, para além do desperdício de dinheiros públicos, pode criar outros problemas, como sejam o da localização (“briga” que já se esboça entre municípios) e prejuízos, em termos quantitativos e qualitativos, de cuidados de saúde, no concelho e na região. Em tempo de “vacas magras” ou quando a esmola é grande o pobre desconfia; desconfia que estejamos perante um “presente envenenado”, que adie a necessária ampliação do Hospital de Caldas e de melhorias nos outros ou então que as razões da construção desta mega estrutura hospitalar tenha, também, subjacentes razões que a razão desconhece, para além das eleitoralistas. Finalmente e procurando abreviar a terceira verdade inconveniente, certamente a mais polémica e que se liga a uma certa paranóia pelo imobiliário que cresce muito acima da lógica e da procura, numa deriva próxima da loucura (para além do verde que ignora). Começo a ter dúvidas que em vez de riqueza, esta fúria construtiva civil, com o beneplácito da edilidade, não nos traga mais crise e desvalorização das casas dos pequenos proprietários, sem que isso traduza reais benefícios, para quem precisa de casa e não a tem. Queria, todavia, mais uma vez, enfatizar o enorme escândalo que constitui essa espécie de “Manhattan caldense” (pelo gigantismo à escala de Caldas com Nova Iorque e pela água que envolve), que frente à ESAD até quase ao Lisbonense cresce e que não sabe onde parará. Bem em cima de uma linha de água, o antigamente chamado Rio do Mijo, que a sê-lo, ainda no todo ou em parte (espero que não), produziria, em caso de rotura, pouco higiénicas inundações, quando a natureza se cansar de ser contrariada ou ignorada. Já o escrevi e volto a escrever, que aquilo, aquela massa disforme de construção, de acordo ou não com o PDM, cheira pior que cheirava, quando a alcunha, dada pelo povo ao Rio, verdade era; cheira a corrupçâo e esta é crime contra a cidade, o País e, consequentemente, contra a democracia e a cidadania. Pelo absurdo e disparate (para quais muitos avisos houve, que em saco roto caíram) os indícios, de que algo está podre “no Reino da Dinamarca”, são por demais fortes. Neste 15 de Maio esta é, sem dúvida, a verdade caldense mais inconveniente. Mas todas as outras, embora menos óbvias, são, também, verdades e inconvenientes. Se toda ou parte da obra que agora se inaugura, se edifica ou se projecta em vez de ser solução for “fuga para a frente” ou, pior, for obra e mais obra, por razões que a razão e a seriedade desconhecem, para além do problema, o pesadelo obscurece o sonho. Oxalá que o CCC, pelo menos, uma componente de sonho sempre mantenha, já que o mega hospital e o edificado em leito de cheia, para pesadelos se encaminham. Fernando Rocha

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