Dois alunos feridos de verdade num simulacro na EBI de Santo Onofre Um simulacro promovido no passado dia 21 pelo Governo Civil de Leiria na Escola Básica Integrada de Santo Onofre, nas Caldas da Rainha, acabou com dois alunos feridos de verdade, após terem sido atingidos por estilhaços de um caixote do lixo provocados pela explosão de um engenho que estava no seu interior. Um dos jovens teve de receber tratamento hospitalar e está de baixa duas semanas. O exercício envolveu meios da Protecção Civil, Bombeiros e PSP, simulando uma evacuação do edifício escolar e concentração no parque de jogos, para cerca de 500 alunos assistirem ao combate a um incêndio e à desactivação de um engenho explosivo, na sequência da comunicação de uma ameaça de bomba no estabelecimento de ensino. Sem aviso prévio, foi posta à prova a capacidade de organização da escola e tudo correu bem até à detonação do explosivo, colocado dentro de um caixote do lixo de plástico, a 60 metros dos alunos – o perímetro de segurança definido pela Equipa de Inactivação de Explosivos e Segurança no Sub-Solo do comando distrital da PSP. “O exercício compreendia três alunos que não obedeciam às instruções de segurança, aparecendo maquilhados a mostrar que ficavam feridos. Não se percebe bem como, no final do exercício aparece um aluno a queixar-se que tinha sido atingido na coxa do lado esquerdo por um fragmento plástico com seis centímetros de diâmetro que foi recolhido pelo conselho executivo, e outro que teria sido atingido de raspão no braço”, revelou António Morais, delegado de segurança da escola. Hugo Loureiro e Tiago Lopes, ambos de 14 anos e do 7º C, foram assistidos na escola. O primeiro, com dores mais intensas, acabaria por ser transportado ao hospital, encontrando-se de baixa médica em casa durante quinze dias. Ao JORNAL DAS CALDAS, o estudante disse que “estava sentado a uma distância muito grande do local da explosão e nunca esperava ser atingido”. A mãe, Maria Helena, apontou que o filho sente “dores horríveis no músculo da perna e anda de muletas”. O exercício de evacuação da EBI de Santo Onofre é o guia dos procedimentos a seguir em situações de emergência, considerando o conselho executivo e o delegado de segurança que “ao longo dos anos tem sido testado com resposta positiva face a uma real necessidade de abandono das instalações”. Ouvido o sinal de alarme (campainha – que só toca em situações de emergência), os alunos saem da sala transportando todo o seu material. Nas turmas onde existam alunos com dificuldades motoras ou outras similares, a evacuação é apoiada por alunos designados pelo director de turma. Este ano lectivo, a escola realizou dois simulacros utilizando meios próprios. Contudo, decidiu desta vez envolver meios externos, para dar maior realismo ao cenário simulado. O estabelecimento foi “participante mas espectador na organização”, referiu António Morais. O delegado de segurança da escola garantiu que o aluno “estava no sítio certo e de acordo com as orientações emanadas pela divisão da PSP”. Se não fosse o incidente com os dois alunos, a acção teria corrido como se pretendia. “A evacuação foi feita em 3 minutos e 27 segundos”, assinalou António Morais. Fonte da PSP, contactada pelo JORNAL DAS CALDAS, declarou aguardar o relatório da escola sobre o incidente para se poder pronunciar. Francisco Gomes