Foi um encontro informal onde Adriana Nogueira, que se interessa especialmente por literatura grega, fez uma visita comentada a algumas obras do acervo do Museu sobre os “Mitos no Feminino”.
O objetivo é “popularizar saberes académicos num ambiente de diálogo”, onde a professora analisou algumas peças do acervo pelo olhar dela.
O convite foi feito pela diretora do Museu José Malhoa, Nicole Costa. A conversa com os participantes contemplou a análise de esculturas, musas, esboços da deusa Atena e das moedas com figuras femininas. Adriana Nogueira iniciou a visita guiada no exterior do museu perante as esculturas que intitulou como “personificações de algumas divindades”.
A professora aceitou o desafio porque interessa-lhe trabalhar a “receção da antiguidade na contemporaneidade”. “O que está aqui não é bem contemporâneo nesse sentido, mas é moderno e acho muito interessante falar destas representações e dos mitos sobre a mulher”, referiu.
A figura da mitologia grega que a inspira mais é a “Antígona, uma mulher jovem, vulnerável que coloca os seus valores acima de tudo e faz frente a um poder instituído e injusto”.
Foi um momento importante para a professora associada na Universidade do Algarve, a quem o regresso a Caldas da Rainha permitiu-lhe rever pessoas com quem não estava há muitos anos, como o cenógrafo e ator José Carlos Faria.
Esteve ainda com o padre Eduardo Gonçalves, que foi professor quando Adriana Nogueira estudava na escola que funcionava na altura no edifício dos Pavilhões do Parque D. Carlos I.
A professora, que reside no Algarve, destacou ainda a surpresa que foi “encontrar a minha colega de carteira dos tempos do liceu do Parque, que era assim que lhe chamávamos”.
Esta iniciativa, no contexto da reabertura do Museu José Malhoa, foi a primeira edição do “Depois, Malhoa”, que, segundo a diretora, “procura dar a conhecer estudos e pesquisas realizadas no país, com alguma conexão com o acervo do Museu José Malhoa”.
“Mais do que uma conferência ou uma palestra, “Depois, Malhoa” será um encontro”, salientou Nicole Costa, revelando que a iniciativa é inspirada nos “Noturnos do Louvre”, que “colocava académicos a conversar com visitantes daquele Museu desde os finais da década de 1990”.
“É um momento de encontro informal entre a academia e o público”, adiantou a responsável, referindo que “o museu pode e deve ser um espaço para difusão de pensamentos diversos e não precisa de ser um espaço elitizado, por isso, iniciativas como esta podem popularizar os saberes e torná-los mais acessíveis”.
“Depois, Malhoa” vai ter lugar uma vez por mês com diferentes convidados.
No dia 21 de março vai ter lugar no Museu José Malhoa a iniciativa “Roda de Memórias”, com o tema “Educação na Infância”, com Maria Eugénia Oliveira, que é uma das dirigentes da Liga dos Amigos do Museu José Malhoa.
No mês de abril vão decorrer as celebrações dos 90 anos do Museu José Malhoa que, segundo Nicole Costa, vão “movimentar a nossa programação junto com o 25 de Abril”.
0 Comentários