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João Matias: “Nunca a deficiência foi motivo para não concretizar os meus sonhos”

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Para destacar o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, que foi assinalado a 3 de dezembro, o JORNAL DAS CALDAS falou com João Matias, o primeiro modelo português em cadeira de rodas. Nasceu com spina bífida, mas essa realidade não o impediu de lutar pelos sonhos.
João Matias, que participou no Caldas Fashion, foi o primeiro modelo em cadeira de rodas no Portugal Fashion

Para destacar o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, que foi assinalado a 3 de dezembro, o JORNAL DAS CALDAS falou com João Matias, o primeiro modelo português em cadeira de rodas. Nasceu com spina bífida, mas essa realidade não o impediu de lutar pelos sonhos.

Foi participante e parceiro do JORNAL DAS CALDAS na organização das quatro edições do Caldas Fashion. É proprietário da Bound Management, uma agência de modelos e talentos que também trabalha na área da publicidade, cuja sede João Matias quer instalar nas Caldas da Rainha.

Em outubro tornou-se o primeiro modelo português em cadeira de rodas a desfilar no Portugal Fashion, um dos maiores eventos de moda a nível nacional. 

Determinação, resiliência e trabalho são as suas palavras de ordem. Estudou desporto, fez uma vida normal até que no segundo ano de faculdade surge a primeira oportunidade no mundo da moda. Para João Matias, que tem 34 anos, “o que chamam de doença, não é uma doença, é mais uma caraterística que nasceu comigo que me distingue de outros”.

Não sente qualquer “afetação”, sempre “me conheci tal e qual como sou”, salienta.

João Matias tornou-se modelo aos 22 anos e foi um “sonho tornado realidade, conseguir manter-me como profissional no mundo da moda ao longo de todos estes anos, pois na altura talvez não me vissem como modelo respeitado que hoje consigo ser”.

Sempre lutou para ser “encarado como mais um modelo e não um modelo especial”, daí que desde o início nas primeiras fotos exigiu que fossem fora da sua cadeira de rodas.

Quanto a preconceitos no mundo da moda, apenas sentiu com uma agência em que foi aceite derivado às fotos que enviou do seu primeiro ensaio fotográfico que tinha realizado com um fotógrafo de moda, que não mostravam a cadeira de rodas. Ainda hoje guarda o e-mail em que lhe marcam a entrevista presencial e depois foi recebido “pela secretária da direção, dizendo que o diretor não estava e eu a saber que estava no 1º andar porque o vi antes de entrar por acaso”.

O modelo destaca a sua família, que o apoia em tudo o que faz. “Os meus pais e irmã acompanham-me para todo o lado, sem eles nada teria conseguido”, conta.

Participar no Caldas Fashion desde o seu início deixa-o orgulhoso, porque é um “evento solidário elaborado com elevado profissionalismo, pois só assim faz sentido para mim participar, é trabalhar hoje em dia com amigos e é sempre um dia que tenho pena que não aconteça mais vezes”.

Segundo indica, o Caldas Fashion abriu-lhe portas na “organização de eventos no mundo da moda”.

Já a oportunidade de desfilar no Portugal Fashion surgiu através de um casting a que concorreu e foi selecionado. Para este profissional “foi o verdadeiro sonho na carreira a nível nacional, sendo tratado como mais um modelo e não como o modelo especial”.

“Foi um marco importante e sendo o primeiro a abrir a porta no nosso país, é um motivo de orgulho”, salienta, acrescentando que a marca Marques Almeida, pela qual desfilou, terá sempre o seu “carinho especial”.

Pedro Monteiro é fotógrafo de moda natural da zona norte que também se desloca em cadeira de rodas, a quem João Matias recorre sempre que necessita de um trabalho na área. É também um dos scouters (pessoa que encontra futuros modelos) da Bound Management, que nasceu com intuito de ser “uma agência que aposta no talento, na atitude e sobretudo porque senti que existia uma lacuna no mercado, em que as agências existentes focam-se em quantidade em vez de qualidade”. “Querem ir talvez a todos os trabalhos e não é a minha visão. Para mim, um agente tem de ser um amigo pessoal, onde existe confiança mútua e onde os objetivos são de acordo com o talento e não de acordo com o aspeto financeiro da agência”, aponta João Matias, que gostava de escrever um livro com a sua história de vida.

Tem ainda como sonho desfilar na ModaLisboa e embarca em qualquer aventura desde que seja para “fazer a diferença”.

A outras pessoas especiais deixa a mensagem de que “não é impossível”, porque “eu fui lá e fiz”.

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