Lei do menor esforço
Das quase cinquenta cartas, Real Correspondência, do namoro do futuro Rei D. Carlos I com D. Amélia de Orleans, do seu casamento e reinado, que me passaram pelas mãos, mantenho dez.
Três são realmente interessantes. Uma é da czarina Maria Romanoff, dirigida a Amélia – “Sa Majesté, La Reine de Portugal, Lisbonne, Portugal”.
Enviada de “Zarskoé-Selo prés de St. Pétersbourg”, datada de 18/31 de Dezembro de 1907, nela Maria começa por agradecer a missiva de natal que recebeu de Amélia – “La delicieuse petite lettre de Noël”- e envia os melhores votos para 1908.
Em 1908, ano fatídico para a Coroa Portuguesa, Amélia veria ser assassinado o seu marido Carlos e seu filho Luiz Filipe – Príncipe Real, herdeiro do trono – no Terreiro do Paço, à chegada da Família Real de Vila Viçosa.
Termina afectuosamente, enviando também saudações do seu marido: “Wladimir baise tes mains et je t’embrasse avec toute la tendresse affectueuse de ta vieille Cousine, Marie”.
Zarskoé-Selo, residência de verão dos czares, remete para um episódio dramático da História Russa. Dali saiu toda a família dos Romanoff para a morte, perto de Ekatarinemburgo, fuzilados pelos bolcheviques, na Revolução Russa de 1917.
Jorge Ferreira
0 Comentários