Os mais comuns são o cansaço, as dores de cabeça, a falta de olfato e os do foro psicológico (ansiedade, medo). Não sabemos ainda a percentagem de infetados em que estas queixas prevalecem mas sabemos que elas tendem a persistir em pessoas de idade mais avançada, nos diabéticos, nas que têm um IMC (índice de massa corporal) mais elevado, no sexo feminino e naquelas pessoas que na primeira semana de infeção apresentaram mais de cinco sintomas concomitantes. Claro que todas as pessoas infetadas que tiveram necessidade de ventilação e cuidados intensivos demorarão mais ainda a recuperar e terão sequelas, mas não é sobre este grupo específico que correm estas linhas.
Então, e o que fazer?
Ora como qualquer queixa ou sintoma estes devem ser avaliados por um médico para em segurança podermos realizar uma avaliação adequada e proporcional. O seu médico assistente é a pessoa certa para o aconselhar e avaliar de uma forma holística, percebendo não só o impacto funcional da doença no seu dia a dia, na sua qualidade de vida, mas também realizando uma avaliação do estado da saúde mental – que temos visto cada vez mais desequilibrada não só pela doença mas também por tudo o que a rodeia, o isolamento, o medo e a incerteza.
Não posso deixar de ressalvar que também se tem vindo a verificar um aumento da mortalidade por outras causas (não Covid), já seja por descompensação de doenças crónicas, por atraso nos rastreios oncológicos ou por receio a ser assistido nas instituições que prestam cuidados de saúde. Portanto, é importante que mantenha o acompanhamento com o seu médico assistente e não protele as necessárias avaliações.
Vou ter de fazer exames?
Os exames complementares de diagnóstico (análises, radiografia, ecografia…entre outros) servem para nos ajudar a avaliar a existência de sequelas da doença. Obviamente dependerá dos sintomas que apresenta e da avaliação que o seu médico fizer. Em consulta é aconselhável uma avaliação dos sinais vitais, auscultação cardíaca e pulmonar e exploração objetiva das queixas apresentadas.
Posso voltar à minha atividade física anterior?
Excluindo os casos de infeção grave com necessidade de cuidados intensivos ou naqueles em que tenha havido complicações, os casos de doença moderada e ligeira poderão retomar a sua atividade normal, desde que não tenham sintomas incapacitantes (falta de ar, dores de cabeça, cansaço fácil). Especial atenção aos desportistas que apresentaram doença ligeira e/ou moderada para os quais a avaliação deve ser individualizada.
Posso ser infetado de novo com a Covid-19?
Sim, existe essa possibilidade. Não descure as medidas de uso de máscara, higiene das mãos e distanciamento social. No caso de sintomas de novo deve manter-se em isolamento e contactar o seu médico assistente ou a linha de Saúde 24.
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