Tratava-se de uma obra particular, relativa à reabilitação de um edifício dentro da vila, com licenciamento camarário e autorizações das entidades competentes. De acordo com a autarquia, a utilização da grua de grandes dimensões era a única possibilidade, face às caraterísticas da intervenção.
No decurso dos trabalhos de desmontagem da grua, que havia sido instalada na Rua Padre Nunes Tavares, no processo de remoção dos contra-pesos existentes na base da estrutura metálica, um deles embateu na cerca urbana do castelo de Óbidos, classificado como monumento nacional.
Segundo a Câmara Municipal, “do embate, resultaram danos físicos em dois merlões [intervalos dentados das ameias na muralha] que coroavam o parapeito existente junto ao caminho de ronda da cerca urbana: um merlão ficou parcialmente danificado na parte superior, o outro ficou totalmente destruído”.
As causas do incidente “estão a ser apuradas em detalhe”, tendo sido elaborado auto da ocorrência, com acompanhamento de elementos da GNR, da Fiscalização e do Serviço de Arqueologia do Município de Óbidos. Com base neste documento serão desenvolvidos os procedimentos de notificação ao dono da obra.
A situação foi relatada à Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) e à Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF), que detém a propriedade do castelo.
Os destroços foram recolhidos para serem utilizados na reconstrução dos elementos arquitetónicos afetados, a qual deverá ser realizada no âmbito de uma intervenção de conservação e restauro, após relatório prévio e projeto de intervenção por técnico legalmente habilitado na área de conservação e restauro, o qual será remetido para parecer prévio da DGPC.
Caso a intervenção seja aprovada, deverá então ser efetuada a respetiva orçamentação, para tramitação junto do seguro da obra. A intervenção só deverá ter início após a autorização da DGTF.
O Município de Óbidos espera que a reposição seja urgente e esteja concluída até 1 de junho.
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