Devido à escassez de vacinas, houve necessidade de dar prioridade aos elementos ligados à emergência pré-hospitalar, ao transporte de doentes e aos que prestam serviço com maior regularidade.
Das Caldas da Rainha foram vacinados 35 bombeiros, faltando 17, que receberão no próximo sábado. Totalizarão assim os 52 selecionados para a primeira fase, dos 104 elementos da corporação.
Já os bombeiros de Óbidos viram vacinados 22 profissionais. “Não sendo possível, nesta primeira fase, vacinar todo o efetivo do corpo de bombeiros, como mais desejávamos, tivemos a necessidade de selecionar os elementos que prestam socorro diferenciado, no âmbito da emergência pré-hospitalar, com maior regularidade, garantindo a prioridade aos profissionais do corpo de bombeiros, que atualmente se encontram a garantir a primeira intervenção em regime de 24 horas, permitindo assim a suspensão do serviço operacional aos bombeiros voluntários, com o propósito de os proteger do risco de contágio”, relatou Marco Martins, comandante da corporação de Óbidos.
Com a continuação deste processo no próximo sábado, alargado a voluntários, faltarão 50% dos operacionais. “Vamos continuar a acreditar que com a maior brevidade possível os restantes possam ser vacinados para voltarem ao serviço operacional, permitindo assim fazerem parte integrante da resposta às missões de proteção e socorro”, manifestou.
O processo foi criticado pelo comandante dos bombeiros das Caldas da Rainha, Nelson Cruz, que lamentou ter de deixar metade da corporação sem ser vacinada nesta altura.
“A população caldense não conta só com 50% dos bombeiros, conta com 100%. Portanto, não é aceitável dizer-se que está bem assim. Fico triste porque fomos deixados para trás. No início do plano de vacinação, os bombeiros não estavam incluídos na primeira fase. O que é estranho é como é que alguém que faz o planeamento do país, não percebe que 85% do socorro pré-hospitalar é feito pelos bombeiros”, declarou Nelson Cruz.
As críticas estendem-se ao INEM, por causa dos bombeiros tripulantes de ambulâncias de socorro e que também não estavam incluídos na primeira fase: “Muito me admira nem o presidente do INEM dar essa indicação para serem vacinados. Sobram doses, dá-se a todas as pessoas e nem se lembram dos parceiros. Têm que olhar para estes tripulantes de ambulância como olham para os tripulantes que são efetivamente funcionários do INEM”, vincou.
Após a pressão, mesmo que limitada, a vacinação dos bombeiros avançou, o que dá algum sossego. “Qualquer comandante dos bombeiros fica mais descansado, ainda que seja só 50% dos bombeiros. O meu principal receio, para além da vida dos bombeiros, era a possibilidade de um surto no quartel que levasse ao fecho das instalações”.
A administração da vacina é encarada com confiança como uma proteção por parte dos bombeiros, que só lamentam que o processo não tenha sido diferente.
Entretanto, em Torres Vedras, o surto existente no quartel, com 21 elementos confirmados, já teve a recuperação de 20, pelo que falta apenas um.
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