Os responsáveis pela Paróquia de A-dos-Negros, em conjunto com técnicos municipais, no início deste ano realizaram diligências para que especialistas externos atestassem a necessidade urgente de conservação do retábulo, tendo essas empresas diagnosticado as patologias inerentes ao seu estado e apresentado orçamentos para a sua salvaguarda.
“Os trabalhos vão avançar dentro desta política de salvaguarda do património que Óbidos tem tido ao longo dos últimos anos”, afirma o presidente da Câmara Municipal, dando como exemplo “a recuperação do Santuário do Senhor da Pedra, ou do conjunto urbano de Óbidos, onde se incluem as muralhas, a Porta da Vila, o pórtico da Igreja de Santa Maria, entre muitas outras intervenções”.
Humberto Marques reconhece “a importância que este retábulo tem para a população da Sancheira” e, por isso, “vamos avançar”. “Há muito mais peças para restaurar no concelho e esse é um trabalho que nunca estará acabado e que terá de ser sempre uma prioridade”, conclui o autarca.
Sabe-se através dos registos de inventário da Direcção Geral do Património Cultural que, na segunda metade do século XVIII, existe a reconstrução da Igreja do Espírito Santo, na Sancheira Grande, com a colocação dos azulejos e a execução da tela “Pentecostes”, atribuída a Pedro Alexandrino. As semelhanças entre a azulejaria presente no Santuário do Senhor da Pedra, em Óbidos, e neste templo, indiciam a possibilidade de terem sido executadas pelo mesmo autor, lançando também a possibilidade de a tela ter sido executada por parte do pintor André Gonçalves, responsável pela execução do retábulo principal do Santuário do Senhor Jesus da Pedra.
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