Uma região com muitas estórias, e com muita história, e que, com certeza, faz parte do imaginário de muitas famílias, ou por aqui terem nascido, ou por aqui terem habitado.
O seu nome é uma homenagem à Rainha D. Leonor de Lencastre (1458-1525), sua fundadora, e a sua fama tem origem na sua maior riqueza: A existência de águas termais sulfurosas em seu subsolo, cujos resultados medicinais foram confirmados por diversas civilizações durante séculos.
Caldas da Rainha não pode ser considerada velha, pois, consta que as primeiras cidades, ou assentamentos permanentes, surgiram há, aproximadamente, quinze mil anos. Para confirmarmos a sua idade real e qual a identidade da sua população, seria fundamental que, neste concelho, existisse um curso de História Urbana, onde fosse possível estudar a sua essência secular e o seu processo de urbanização.
Jericó, na Cisjordânia, às margens do rio Jordão, descrita na Bíblia Hebraica como a “Cidade das Palmeiras”, é considerado o burgo mais antigo do mundo e, segundo estudos criteriosos acerca da sua História Urbana, é possível estimar que os seus primeiros habitantes ali chegaram entre 9600 e 9000 a.C., sendo povoada e despovoada inúmeras vezes, e passando por diversos domínios: Império Otomano, Reino Unido, Jordânia e, desde 1994, Autoridade Nacional Palestina. Estima-se, atualmente, que a sua população seja de 20 mil habitantes. A 500 metros de distância da moderna Jericó é possível percorrer a região mais antiga, apreciando nela as ruínas que a tornaram famosa e tantas vezes secular.
Outras cidades antiquíssimas, e que vêm resgatando a sua História Urbana, são: Ur (na Suméria, no sudoeste do Iraque), Damasco (Capital da Síria), Beirute (no Líbano), Cairo (no Egito) e Sanaa (no Iêmen). Todas, alvo de cuidadosos estudos acerca da sua origem, bem como da chegada dos seus primeiros habitantes.
Sabemos que Caldas da Rainha foi fundada em 1484, porém, a sua história é muito mais antiga do que esses apregoados 534 anos. Pode ser que os Iberos tenham aqui fincado pés, assim como os Celtas, os Fenícios, os Cartagineses, os Romanos, os Bárbaros, os Vândalos, os Suevos, os Alanos, os Lombardos, os Visigodos, os Ostrogodos ou os Muçulmanos. Somente com um curso de História Urbana podemos chegar a conclusões mais precisas.
Através de um bem elaborado protocolo com o Departamento de Ciências e Técnicas do Património, da Universidade do Porto, ou com os Departamentos de História, Arqueologia e História da Arte da Universidade de Lisboa, é possível iniciar a investigação com a honestidade que o assunto merece. Estimando que, se essa pesquisa tiver início no ano de 2019, os resultados preambulares, seguros e concretos, podem ser do conhecimento público a partir do ano de 2039.
O tempo de investigação é moroso devido ao facto de ser necessário levantar os modelos de ocupação antrópica, estudando antigas sociedades, como as do Paleolítico, do Mesolítico, do Neolítico, do Calcolítico (ou Idade do Cobre), da Idade do Bronze, e da Idade do Ferro.
Caldas da Rainha possui um dos territórios mais deslumbrantes de Portugal e, o seu nascimento, é dos mais bonitos do planeta. Resta agora descobrir o que está na sua génese, como torrão e como povo e, para isso acontecer, somente com muita e honesta pesquisa!
Rui Calisto
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