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Livro de Mário Tavares assinala os 130 anos da chegada do comboio à cidade

Marlene Sousa

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O livro “Entre Lisboa e Caldas na segunda metade do século XIX” de Mário Tavares, apresentado na passada sexta-feira, é a segunda edição de um texto que escreveu há três dezenas de anos (embora modificado), que tem por objetivo “acrescentar mais um pequeno contributo para a tão desejada – e uma vez mais prometida – modernização do comboio da Linha do Oeste,130 anos decorridos após a sua chegada”.
O livro “Entre Lisboa e Caldas na segunda metade do século XIX” foi apresentado no Museu do Ciclismo

A apresentação da obra, que assinala os 130 anos da chegada do comboio à cidade, esteve a cargo de João Serra.

No final da sessão, o presidente da Câmara disse que apesar de não ter garantias, “finalmente vimos iniciar um projeto para a Linha do Oeste que prevê um investimento de 107 milhões de euros para a reabilitação e eletrificação da linha do Oeste até Caldas da Rainha”.

Revelou ainda que os autarcas da região têm insistido junto da CP que avancem para já com a aquisição de novos comboios, que “não dependem de a linha estar eletrificada”.

A apresentação da obra “Entre Lisboa e Caldas na segunda metade do século XIX”, da autoria de Mário Tavares, teve lugar no passado dia 28, no Museu do Ciclismo.

O livro assinala os 130 anos da chegada do comboio à cidade e foi patrocinado pela Câmara Municipal.

As primeiras palavras do autor foi de agradecimento à autarquia que lhe deu a oportunidade de editar a obra que é praticamente uma “segunda edição melhorada de um trabalho feito há 30 anos quando se comemorou o centenário da chegada do comboio às Caldas da Rainha”.

Mário Tavares recordou que há três décadas para assinalar a vinda do transporte ferroviário a autarquia das Caldas solicitou “uma exposição documental evocativa deste tão significativo acontecimento e simultaneamente que se publicasse um estudo histórico sobre o processo que tinha conduzido à sua concretização”.

Assim se fez a exposição na então Casa da Cultura e a edição do trabalho de investigação de Mário Tavares (de que se publicaram mil exemplares, já esgotados), foi produzida nas oficinas gráficas da CP.

“Não obstante todas as promessas governamentais proclamadas ao tempo de se efetuarem os melhoramentos indispensáveis à moderna utilização da Linha do Oeste, ela está quase como era há 130 anos, se não pior, e as promessas também continuam”, disse o autor do livro. Promoveu esta 2ª edição, introduzindo-lhe algumas modificações no texto e arranjo gráfico, para que a “memória não feneça e o comboio – já modernizado – possa, um dia, chegar”.

“E se a esperança é a última a morrer”, Mário Tavares espera com este livro contribuir para que “um dia a linha do Oeste chegue eletrificada a Caldas da Rainha”.

Parte da venda do livro “reverterá a favor do Grupo de Amigos do Museu de Cerâmica.

Mário Tavares disse que a chegada do comboio foi “altamente festejada” e “foi inaugurado a 1 de agosto de 1887”. Recordou que para as Caldas “o comboio tornou-se no eixo fundamental, para que um surto de desenvolvimento fosse possível, permitindo a circulação rápida das pessoas, a vinda dos aprovisionamentos e a saída dos bens produzidos”.

E para o autor, a chegada do comboio foi tão importante que até “se coloca a questão”: Sem a via férrea “teria havido Bordalo e será que Rodrigo M. Berquó teria vindo ocupar as funções de administrador do Hospital Real das Caldas?”. “Decerto que não”, apontou Mário Tavares, “daí a importância extraordinária que o comboio teve para as Caldas”.

Segundo o autor, o livro tem uma pequena homenagem a António Montês, que foi chefe do Serviço de Turismo e Publicidade da CP e “um importantíssimo dinamizador cultural na sua terra – Caldas da Rainha”.

A apresentação da obra esteve a cargo de João Serra. Segundo o investigador, os transportes tornaram-se um tema nacional na segunda metade do século XIX, porque até aí era “um tema local”. “A autêntica febre dos transportes eclodiu por volta de 1840 e depois de 1850 tornou-se uma política do Estado, que fomentou a economia através da melhoria dos transportes”, apontou.

“As Caldas da Rainha só se torna importante na ligação rodoviária entre Lisboa e Porto a partir do momento em que há transporte automóvel”, disse João Serra, explicando que a partir de “1920/1930 as estradas são melhoradas, passam a ser alcatroadas a partir daí é que a ligação Lisboa/Porto encurta no tempo e passa pelas Caldas da Rainha e Alcobaça”.

Revelou que a revolução do século XIX é o comboio, porque esse sim “transporta grandes quantidades e muito mais rápido”. “Surgiu em Portugal em 1856 quando foi inaugurado o primeiro troço de 36 quilómetros na linha do norte entre Lisboa e o Carregado” indicou.

Recordou que no século XIX Caldas da Rainha, Cadaval Bombarral e Torres Vedras eram grandes produtores de vinhos. “O comboio responde a essa necessidade económica. Não foram só a cerâmica e as termas que trouxeram pessoas às Caldas da Rainha”, contou, o investigador.

Para João Serra o livro é muito importante para percebemos o que é que mudou na relação entre o Oeste e sobretudo Lisboa, porque “a relação dos transportes está articulada com uma mudança da organização regional”.

No final, João Serra destacou os vários projetos cívicos e intelectuais de Mário Tavares.

Autarcas querem que a CP compre novos comboios

“Não podíamos deixar de ser parceiros na elaboração deste livro quer pela importância do conteúdo e pelo facto de ser escrito por Mário Tavares, homem da história que consegue fazer o balanço entre o passado e presente pensando naturalmente no futuro”, afirmou o presidente da Câmara das Caldas, Tinta Ferreira, na sessão de apresentação do livro.

O autarca recordou que no século XIX Caldas da Rainha era uma comunidade com bastante força e importância regional porque beneficiava da ligação Lisboa/Porto com passagem pelas Caldas da Rainha, um “elemento decisivo para o desenvolvimento das principais comunidades e a mobilidade das pessoas”.

Depois do abrandamento do crescimento das Caldas por força da ligação Caldas/Porto que deixou de existir, Tinta Ferreira disse que retomou em cerca de 20% nos finais dos anos 90 até 2010 “na sequência da autoestrada A8 que faz a ligação Lisboa ao Porto e que tem uma enorme importância na mobilidade”.

Apesar de não ter garantias, o presidente da Câmara disse que “finalmente depois de 30 anos vimos iniciar um projeto para a Linha do Oeste que está a ser elaborado e que seria concluído no último trimestre de 2017”. Segundo Tinta Ferreira, está prevista a existência de fundos para um investimento de 107 milhões de euros para a reabilitação e eletrificação da linha do Oeste, pelo menos até Caldas da Rainha”.

No entanto, revelou que os autarcas da região têm insistido junto da CP para que avance para a aquisição de novos comboios que “não dependem de a linha estar eletrificada”. Pediam inclusive uma audiência com o ministro das Infraestruturas de Portugal para defender essa tese, de “forma à CP adquirir os comboios antes da eletrificação da linha porque permitirá um benefício muito significativo quer em termos de rapidez e conforto, nomeadamente numa viagem a Lisboa, diminuindo os efeitos negativos do ponto de vista ambiental”.

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