Numa missiva também enviada à Câmara Municipal de Alcobaça e à Junta de Freguesia da Benedita, e dirigida ainda aos patrocinadores do evento, o movimento começa por referir que “a indústria tauromáquica, em desespero perante factos como o acentuado decréscimo do número anual de touradas e espectadores, tem feito de tudo para conseguir entrar em localidades onde a tradição não existe, valendo-se da existência de praças de touros ambulantes, ainda que estas ponham em causa a segurança do público”.
“Na tentativa de tornar a tauromaquia menos intolerável para as populações, esta mesma indústria recorre a manobras como a “beneficência”, aponta.
“A tauromaquia é uma atividade que implica violência extrema contra animais indefesos. Já fora do alcance da vista do público, os ferros/bandarilhas são arrancados à força do dorso das vítimas, o que lhes provoca extensas feridas e um sofrimento atroz. Por fim, na quase totalidade dos casos, resta a estas pobres vítimas aguardarem, em tremenda agonia, pelo abate em matadouro”, descreve o movimento, sedeado na Marinha Grande.
“Existem muitas formas dignas dos bombeiros angariarem fundos. Organizar espetáculos tauromáquicos não é certamente uma delas”, sustenta, apelando as autarquias que não apoiem o evento e recusem autorização.?A direção dos bombeiros considera “importa refutar uma prática recorrente dos antitaurinos”, que, no seu entender, tecem um conjunto de considerações que não correspondem à realidade.
“A corrida de toiros da Benedita é realizada desde 2002 com grande sucesso, não se podendo assim considerar que não existe tradição taurina nesta localidade. Todos os anos, de norte a sul do país, realizam-se em média cerca de 25 festivais taurinos de beneficência”, faz notar.
“ Ao contrário do que é referido, as bandarilhas não são arrancadas à força do dorso do toiro. Depois da lide, o animal regressa aos curros onde é tratado e as bandarilhas são retiradas através de procedimento médico-veterinário, pelo veterinário ou sob a sua supervisão. De seguida, o touro segue para o matadouro onde é abatido num prazo máximo de cinco horas ou regressa ao campo para ser semental, vivendo o resto dos seus dias em liberdade e procriando”, relata.
A corporação não encontra nenhuma razão que justifique o fim da tourada na Benedita. “Tem sido demonstrado desde 2002 que esta iniciativa cultural é acarinhada pela população local, que adere com entusiasmo à mesma”, vinca.
Francisco Gomes
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