Q

Previsão do tempo

11° C
  • Saturday 14° C
  • Sunday 15° C
  • Monday 16° C
11° C
  • Saturday 14° C
  • Sunday 16° C
  • Monday 16° C
11° C
  • Saturday 14° C
  • Sunday 16° C
  • Monday 17° C
Corte de árvores é possibilidade

Junta de Freguesia estuda soluções para alargamento de rua junto à Mata

Francisco Gomes

EXCLUSIVO

ASSINE JÁ
A possibilidade de serem abatidas 79 árvores para alargamento de uma rua junto à principal zona verde da cidade das Caldas da Rainha, lançou a discussão sobre a pertinência da intervenção, estando a ser estudadas várias soluções mediante os custos, benefícios e implicações.
Muro na Rua Maria Ernestina Martins Pereira circunda a Mata Rainha D. Leonor está em risco de ruir

A Rua Maria Ernestina Martins Pereira circunda a Mata Rainha D. Leonor ao longo de 450 metros, sendo num dos lados separada por um muro de contenção que está degradado e ameaça ruir, colocando em risco pessoas e bens.

Segundo Vítor Marques, presidente da União de Freguesias de Nossa Senhora do Pópulo, Coto e São Gregório, a situação coloca-se na parte do muro entre a Quinta da Boneca e a estrada principal (após o hospital). “Há um bocado do muro que um destes dias cai. Precisa de ser requalificado. Não se tomou decisão nenhuma porque ainda tem de passar pela Câmara e pela Assembleia Municipal. O que se está a avaliar são possibilidades e perceber o que cada uma das decisões pode implicar”, assegurou.

O autarca descreveu ao JORNAL DAS CALDAS as três hipóteses em cima da mesa. “O muro tem de ser reparado e uma solução é anular o muro que lá está e fazer outro no mesmo sítio. O problema é que continuamos a ter uma estrada estreita, com sítios onde não dá para cruzamento de carros”, referiu.

A segunda solução é “deitar o muro abaixo e recuá-lo para dentro da mata de forma a permitir até um espaço pedonal”, o que implica “o abate de 79 árvores de médio e longo porte”. “Algumas poderão ter interesse botânico mas temos de avaliar o custo/benefício”, indicou.

A terceira solução seria “conseguir negociar com o proprietário do pomar no terreno no lado oposto ao muro e aí fazer a estrada, mas temos de ver os custos que a aquisição tem”. “Da mesma forma o muro terá de ser retirado ou fazer um aterro com terras para conter a vegetação”, frisou.

“Existem três minas de água e ninguém quer deitá-las abaixo nem prejudicar os aquíferos Temos também de salvaguardar pessoas e bens, por isso há que encontrar o equilíbrio. Não há uma decisão perfeita. Haverá sempre situações de custo/benefício e é isso que politicamente tem de ser decidido”, sustentou Vítor Marques, para quem “seria importante fazer o alargamento do espaço porque a utilização da rua não é a mesma que há alguns anos. Tem muito mais movimento”.

“Está a criar-se uma grande celeuma mas não há razão para alarme nem para discussões inflamadas, porque o que se está a fazer é um levantamento. Estamos a estudar a melhor solução, que não será tomada de ânimo leve”, assegurou o autarca.

“É preciso ser prudente”

“É preciso ser prudente, porque é um perigo mexer na Mata, por causa dos furos que estão por baixo e que têm ligações aos aquíferos termais. E uma vez contaminados seria irreversível, pois acabavam as termas”, comentou Mercês Silva e Sousa, especialista botânica, para quem qualquer intervenção só deve ser feita depois de consultadas diversas entidades ligadas à conservação da natureza.

“Gostava que não houvesse precipitação em tomadas de decisão para mais tarde não se virem a arrepender. Tirar uma grande quantidade de árvores pode por em perigo o património”, adiantou.

O assunto entrou na esfera política. João Diniz, do CDS, manifestou que está em risco uma “quantidade significativa” de árvores, algumas das quais “serão de espécies botânicas de interesse”, acusando a autarquia de “insensibilidade ambiental” perante “o mais notável jardim botânico existente entre Lisboa e Coimbra”.

Em reunião de Câmara, no passado dia 2, o vereador do PS, Jorge Sobral declarou que “ao longo destes anos sempre se reclamou do Estado (Ministério da Saúde), a reparação do muro em causa pela perigosidade que apresenta em alguns metros, pois está demasiado inclinado para a estrada, provocado por árvores e raízes, mas nunca ao longo destes anos fomos ouvidos”.

“Não somos alheios ao facto de diariamente ali passarem muitos veículos, que transportam crianças e jovens que fazem desporto nos campos ali existentes. Os jovens são cerca de trezentos. Quando em câmara se discutiu pela última vez este assunto, e o presidente ligou à reparação do muro o alargamento da estrada, de imediato declarámos que tal só podia ser feito negociando com o proprietário do terreno do outro lado da estrada. Ficou decidido que se iriam tomar medidas necessárias para as conversações com o proprietário. Nunca nos passou pela cabeça dos vereadores do PS que esse alargamento pudesse ser feito como agora é surpreendentemente apresentado”, afirmou o socialista.

Jorge Sobral fez notar que a Câmara Municipal “encomendou um estudo ao Instituto Superior de Agronomias sobre a situação fitossanitária das árvores existentes e avaliação do risco de rutura das mesmas no Parque D. Carlos I. Nada foi avaliado relativamente à situação da Mata Rainha D. Leonor”.

“Os vereadores do Partido Socialista não aceitarão qualquer tentativa de alargamento da Rua Ernestina Pereira à custa do espaço Mata Rainha D. Leonor”, salientou.

O presidente da Junta considerou “excessiva” a posição do CDS, enquanto que o presidente da Câmara Municipal das Caldas da Rainha, Tinta Ferreira, garantiu que se for para retirar árvores terá de haver autorização de um organismo estatal.

Francisco Gomes

(0)
Comentários
.

0 Comentários

Deixe um comentário

Artigos Relacionados

Inaugurado memorial em homenagem aos presos políticos bombarralenses

No 50.º aniversário do 25 de abril, o Município do Bombarral homenageou os presos políticos bombarralenses com a inauguração de um memorial. Instalado no Largo 25 de abril, no centro da vila, conta com o nome de todos os bombarralenses que, durante a ditadura, foram privados da liberdade. O memorial pretende perpetuar no tempo a memória e coragem destes 28 bombarralenses.

memorial

Imagem do 16 de março em parede faz parte de 14 “Murais de Liberdade” pelo país

O mural pintado numa parede na Rua António Sérgio, na cidade das Caldas da Rainha, numa homenagem à Revolta de 16 de Março, que antecedeu a Revolução dos Cravos, faz parte de um conjunto de 14 "Murais de Liberdade", inseridos nas celebrações do 50.º aniversário do 25 de Abril de 1974, que serão criados durante este ano em diferentes localidades do país, representando todas as regiões do continente e ilhas.

mural 1

Apanhados com mais de mil doses de haxixe

Um casal jovem foi apanhado com mais de mil doses de haxixe no concelho das Caldas da Rainha pelo Núcleo de Investigação Criminal da GNR, no passado dia 24, tendo sido constituído arguido por tráfico de estupefacientes.

haxixe