O evento tradicional do Natal ficou também assinalado pela homenagem às três irmãs Filhas da Caridade de S. Vicente de Paulo que prestavam serviço na Santa Casa da Misericórdia das Caldas e que foram no sábado para outras instituições do país.
A tradicional Festa de Natal 2016 da Misericórdia iniciou com a bênção da viatura nova de nove lugares de transporte dos seus utentes, com uma placa elevatória para acomodar cadeiras de rodas. A carinha foi benzida em frente às instalações da instituição.
Na cerimónia estiveram presentes o presidente da Câmara das Caldas, Tinta Ferreira, elementos da Santa Casa, entre outros autarcas e convidados.
Maria Helena Santos, sobrinha do benemérito, revelou que o desejo do tio era doar equipamentos à Misericórdia das Caldas da Rainha. O falecido doou 75 mil euros a esta instituição. Para além da carrinha foram adquiridas televisões para os quatros idosos na ala nova das instalações da Santa Casa.
Como homenagem a Francisco Coutinho foi descerrada uma placa na instituição com o seu nome. “Foi uma prenda de Natal”, disse o provedor da Santa Casa da Misericórdia caldense, Lalanda Ribeiro, referindo-se ao facto da carrinha ser uma oferta muito importante porque “vai contribuir para ajudar a instituição a colmatar algumas das suas necessidades, nomeadamente no transporte dos utentes de cadeiras de rodas”.
Homenagem às irmãs
A Festa de Natal ficou ainda marcada pelo descerramento de uma placa em homenagem às irmãs Filhas da Caridade de S. Vicente de Paulo, pelos 71 anos de abnegação, dedicação e amor ao próximo na Santa Casa da Misericórdia das Caldas da Rainha.
As três irmãs que se encontram atualmente na Santa Casa das Caldas da Rainha deixaram no sábado a instituição e foram transferidas para outras instituições do país. “Não havendo renovação de irmãs, elas tiveram necessidade de ir para outras casas”, explicou o provedor.
Em declarações ao JORNAL DAS CALDAS, as três freiras sublinharam as saudades que iam ter dos utentes e da comunidade caldense. A religiosa Maria Rosa Lopes Gil é enfermeira e esteve na Santa Casa das Caldas oito anos e foi para Alenquer. A irmã Maria da Conceição Olival esteve 23 anos e é com muita tristeza que foi para Vendas Novas.
Josefina Fernandes Pinto, natural de Timor, está na Santa Casa há sete anos e meio, e foi para Lisboa.
Há 71 anos que a Santa Casa da Misericórdia das Caldas tinha irmãs que prestavam apoio à resposta social do lar de idosos, tanto na área da saúde, como nas áreas dos cuidados diários. É a primeira vez que vai ficar sem o apoio das freiras que “desempenham um papel fundamental nesta Santa Casa da Misericórdia, estando disponíveis 24h/dia, 7 dias por semana”, contou Lalanda Ribeiro, adiantando que “eram as responsáveis pela casa a partir do momento que a área administrativa fechava”. Essa função vai agora ser distribuída por outros colaboradores.
O provedor garante que haverá sempre contato com as irmãs pelo menos duas vezes por mês para continuar a manter ligação com os utentes da casa.
O presidente da Câmara destacou a comparticipação avultada e tão importante que foi doada à Santa Casa. “Felizmente há na sociedade civil pessoas que reconhecem que estas instituições precisam de ajuda e comparticipam com o seu trabalho voluntário ou com alguns recursos materiais”, referiu Tinta Ferreira.
Às irmãs despediu-se com carinho, agradecendo o “apoio que deram à comunidade das Caldas da Rainha”. “É com pena que vimos esta suspensão de funções”, lamentou.
Momentos de poesia, dança, música, canto e abraços juntaram os técnicos, colaboradores e utentes da Santa Casa da Misericórdia das Caldas da Rainha na Festa de Natal, que este ano decorreu a uma sexta-feira.
Marlene Sousa
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