Manuel Nunes, do PS, também defendeu que devia haver uma maioria absoluta, independentemente do partido vencedor, para que “a orientação governativa não esteja dependente de coligações”. Sobre a campanha, manifestou que “não se discutiram os problemas do país, apenas bocas. Não se falou em como reduzir a dívida pública que aumentou nos últimos quatro anos. Estou convencido de que vamos ter de chamar a Troika para impedir que se tomem as medidas que estão previstas pela coligação”.
Para António Cipriano, do PSD, “metade dos indecisos não se revia nas propostas, por um lado estando magoada com o PSD e CDS que tiveram de tomar medidas difíceis mas que fizeram o país crescer, e olhando para o PS com desconfiança e para as propostas de António Costa com estranheza”.
“Se não existir maioria absoluta, a situação de limbo é muito complicada, levando o PSD a tentar alguns acordos, mas não queremos de novo eleições dentro de um ano. É importante ter um Governo para quatro anos”, declarou.
Edgar Ximenes, do MVC, disse serem “as eleições mais importantes da nossa democracia e foi das campanhas mais desinteressantes de que me lembro, levando a uma grande indiferença, o que é preocupante”.
“Sou um defensor de lugares vazios no parlamento. No universo de votos expressos, o voto em branco devia traduzir-se em lugares vazios”, sustentou.
Sobre as maiorias absolutas, referiu que “é bom em termos de governabilidade, mas a minha experiência diz-me que fazem muito mal”.
José Carlos Faria, da CDU, sublinhou que “com a maioria absoluta o que tem acontecido em Portugal tem sido uma espécie de mãos livres em que se pode fazer o que se quer, até violar a constituição”.
Sobre o “voto útil” ser interpretado como “mal menor”, alertou que “pode é significar um mal maior”.
Alexandre Cunha, do Bloco de Esquerda, disse que “nós também não queremos uma “Grécia” em Portugal e não vamos viabilizar nenhum governo que tenha a ver com a austeridade”. “Um entendimento é algo possível, mas não coligações”, defendeu. Aproveitou para criticar a campanha do PS. “António Costa apareceu como um milagre para o país, mas na campanha parecia que estava a fazer de propósito para não ser eleito”, comentou.
Francisco Gomes
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