A antiga Casa da Câmara na Pederneira recebeu no passado sábado a Conferência “Pederneira: História e Patrimónios”. A iniciativa contou com a presença de um conjunto de investigadores das áreas da Geologia, Época Romana, Época Medieval, História da Arte e Antropologia. A descoberta recente de vestígios de ocupação humana do Neolítico Antigo, na estação de “Meu Jardim”, durante os trabalhos de acompanhamento arqueológico da construção da Variante à Nazaré, os primeiros a serem descobertos na faixa litoral entre o Mondego e o Tejo, foi um dos aspectos abordados pelo geólogo Jorge Dinis, nesta conferência. João Pedro Bernardes, outro orador da conferência, relevou o papel da lagoa da Pederneira no povoamento desta Região. “A lagoa apresentava recursos marítimos substanciais, e desde cedo funcionou como atractivo à fixação de pessoas”, explicou. A pesca e a lagoa, que chegou a ser navegável até à Póvoa de Cós (Alcobaça), foram, durante muito tempo, o suporte económico da população. Há registo de vários pescadores daquela zona a exercerem a sua actividade na lagoa da Pederneira, na Idade Média. O 1º Painel, moderado por Carlos Fidalgo, abordou as seguintes temáticas: “A origem e o enchimento da Paleo – laguna da Pederneira: novos dados confirmam ideias antigas”, por Jorge Leitão Dinis; João Pedro Bernardes com o tema: “Entre águas e terras: a região da Pederneira na época romana” e Saúl António Gomes que falou sobre a “Pederneira (Nazaré) em Tempos Medievais”. O 2º painel, moderado por António Salvador, deu continuidade à cronologia da abordagem desta conferência com a intervenção de Alexandra Gago da Câmara, sobre o tema “Inventariar e dinamizar o Património do Azulejo em Portugal. Que futuro? “ (Alguns apontamentos sobre o Património Azulejar Barroco no Concelho da Nazaré), e de José Maria Trindade sobre a temática “Pederneira – a erosão da Memória”. “A conferência teve como objectivo lançar uma reflexão à volta da evolução deste Povoado, abrangendo uma cronologia de acontecimento, desde a geologia à antropologia”, explicou Carlos Fidalgo. Na abertura dos trabalhos esteve Jorge Barroso, presidente do Município da Nazaré.