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Debate crítico sobre futuro do termalismo nas Caldas

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Fazer uma interligação entre o Hospital distrital e o Hospital Termal, na medida que os doentes integrados no Serviço Nacional de Saúde possam fazer os tratamentos nas duas valências, tornando o Termal auto-suficiente, eliminando a sazonalidade dos utentes, foi uma das sugestões deixadas pelo presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar Oeste Norte (CHON). […]
Debate crítico sobre futuro do termalismo nas Caldas

Fazer uma interligação entre o Hospital distrital e o Hospital Termal, na medida que os doentes integrados no Serviço Nacional de Saúde possam fazer os tratamentos nas duas valências, tornando o Termal auto-suficiente, eliminando a sazonalidade dos utentes, foi uma das sugestões deixadas pelo presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar Oeste Norte (CHON). Carlos Sá falava à margem do debate que o Conselho da Cidade promoveu no passado dia 25, nos Paços do Concelho, sobre o futuro do termalismo nas Caldas, tendo por base as ideias apresentadas no estudo do ISCTE. “Mas para isso é preciso ter enfermarias e condições, o que não acontece actualmente porque o Hospital Termal neste momento acolhe os serviços de psiquiatria, ortopedia e medicina física e reabilitação”, adiantou Carlos Sá. Não quis dar a sua opinião em relação ao estudo do ISCTE, desculpando-se com a ausência do coordenador do estudo, Sérgio de Palma Brito, mas frisou que não é a função do Hospital distrital gerir todo o património, como o Parque e Mata, defendendo uma união das várias entidades, Estado, Câmara Municipal e sociedade civil. Sublinhou ainda as dificuldades que tem tido em gerir o Hospital distrital, que actualmente se debate com dificuldades financeiras “só para a sua manutenção”. No debate, que foi moderado pelo presidente da Turismo do Oeste, António Carneiro, participaram também o ex-administrador termal e especialista nesta área, João Almeida Dias, António Eloy, especialista em Ambiente, o médico cirurgião e ex-presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar, Mário Gonçalves, e o vereador Hugo Oliveira. António Eloy foi uma das vozes mais críticas em relação ao estudo feito pelo ISCTE para o termalismo, que prevê a concessão dos pavilhões do Parque e área envolvente a privados para a criação de um empreendimento multiusos, que integre a sua recuperação e a construção de 120 apartamentos na zona da Parada. Segundo este responsável, o estudo não traz nada de novo, sublinhando que se gastaram 75 mil euros para fazer “copy/paste”. “O relatório é mais um “rei vai nu”, disse António Eloy, acrescentando que “nem sequer abordou a questão dos furos e da potencialidade e aproveitamento da água”. O especialista em Ambiente adiantou ainda que o estudo “nem sequer aborda a energia geotérmica, obtida a partir do calor proveniente da terra, que podia servir para aquecer o Hospital e as águas para os tratamentos, consumindo menos energia, poupando gastos e diminuindo as emissões de gás”. Quanto à recuperação dos Pavilhões do Parque, referiu que mais importante do que “relatórios”, é fazer a consolidação das fachadas. Desiludido com estudo, disse que pelo menos “voltou a promover discussões públicas sobre a requalificação das termas das Caldas e seu património”. Ao contrário de alguns dos intervenientes, João Almeida Dias disse que o relatório do ISCTE o surpreendeu pela positiva, na medida em que “não há solução para os problemas do termalismo das Caldas se não houver uma parceria entre Estado, Município e privados”. Tendo em conta o estudo do ISCTE, Mário Gonçalves apresentou uma proposta. Na perspectiva de aumento substancial da procura termal e perante a exigência de uma gestão pública e autónoma do Hospital Termal, o médico disse que a “sustentabilidade do seu funcionamento ficará melhor assegurada se forem estabelecidas condições de relacionamento privilegiado, de complementaridade, no domínio do apoio clínico e terapêutico, entre o Hospital Termal e um Hotel Termal, de modo a assegurar a todos os utentes as adequadas condições de acolhimento, que permitam oferecer em todas as estações do ano e de forma coincidente, o tempo dedicado à “cura termal” e os tempos de Saúde/Lazer que a frequência das Termas proporciona. Afigura-se assim menos difícil justificar a rentabilidade do investimento a realizar”. Seria assim, segundo, Mário Gonçalves, “menos difícil justificar a rentabilidade do investimento a realizar, tanto na adaptação dos Pavilhões a estabelecimento hoteleiro termal e sua exploração, incluindo os espaços envolventes que lhes estão atribuídos, com Spa/Balneário moderno e Day/Spa, como na adaptação do Clube de Recreio a um centro de animação cultural e social e sua exploração”. Quanto à procura de um promotor privado, o ex-administrador do Centro Hospitalar disse que deverá ser “efectuada mediante concurso nacional e internacional, e que contemple a adaptação dos Pavilhões do Parque e dos espaços envolventes que lhe estão atribuídos, bem como do Clube de Recreio/Casa da Cultura, ao modelo de exploração que melhor sirva o propósito do Projecto Integrado”. Vozes críticas em relação ao desenvolvimento do termalismo Entre uma plateia de perto de meia centena de pessoas, ouviram-se várias vozes críticas, mas no fundo o que todos querem é ver o desenvolvimento das Termas das Caldas e que tenham uma grande frequência como na década de 1980, onde foram as segundas do País. Foi também dado um especial destaque à degradação dos Pavilhões do Parque, onde todos são unânimes que a sua recuperação tem que ser feita. O problema é que o Estado e a Câmara não têm dinheiro para a conservação da sua estrutura e ninguém acredita que nestes tempos difíceis haja um investidor interessado. Vítor Dinis lembrou a petição que foi feita em 2009 pela “manutenção do Hospital Termal das Caldas da Rainha no Serviço Nacional de Saúde”, que recolheu quatro mil assinaturas contra a privatização das Termas. Este responsável referiu que essas pessoas continuam a lutar pelo desenvolvimento do termalismo nas Caldas, concordando com Carlos Sá que deveria haver uma interligação entre o Hospital Termal e o Hospital Distrital. “Onde estão essas quatro mil pessoas cada vez que o Ministério fecha o Hospital Termal e quantas vezes é que essas pessoas que assinaram o abaixo-assinado vêm às termas fazer tratamentos”, questionou Conceição Camacho, directora clínica do Hospital Termal. Foi ainda mais crítica quando acusou o próprio Governo (Ministério de Saúde) de fechar frequentemente o Hospital Termal com a desculpa da bactéria na água terapêutica que nem sempre as análises confirmam “a existência dessa bactéria com tanta frequência”. Sublinhou ainda que “os doentes não devem em fase aguda fazer tratamentos termais mas sim o termalismo deve servir como um meio de prevenção”. Lembrou ainda que há vários tratamentos termais no Hospital que têm vaga imediata, ao contrário do serviço de Medicina Física e Reabilitação que tem lista de espera. O deputado Manuel Isaac defendeu que o desenvolvimento do termalismo nas Caldas só é possível com a privatização do Hospital Termal. “Se não houver um promotor privado, o termalismo acaba por morrer, porque o Estado não tem dinheiro”, manifestou. José Marques Serralheiro, mentor do Hospital Oeste Norte, disse que se a autarquia não assumir a dinamização dos Pavilhões do Parque eles ruirão, tal como já aconteceu com o casino e a casa da cultura. “Caldas, cidade Termal, restará na memória de um postal ilustrado, para indignação e tristeza de muitos caldenses”, adiantou, José Marques. Jorge Mangorrinha, investigador em Termalismo, não pôde estar presente no debate, no entanto enviou umas palavras escritas referindo que “se por absurdo a Mata Rainha D. Leonor passasse a ser gerida por entidade estranha à gestão directa das termas caldenses, pergunto, como compatibilizar e garantir os níveis adequados, necessariamente elevados, da gestão dos furos de água mineral natural existente na Mata, bem como a manutenção das redes de adução?” Marlene Sousa

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