Seis crianças, entre os seis e os treze anos, da Escola de Infantes e Cadetes do Bombeiros Voluntários das Caldas da Rainha, cumpriram na noite de sábado o seu primeiro piquete nocturno como bombeiros voluntários. A iniciativa de um grupo de bombeiros que orienta a formação destes futuros soldados da paz foi uma recompensa para treze elementos que durante o primeiro período escolar não tiveram nenhuma negativa escolar. Os treze elementos foram divididos em dois grupos, tendo o primeiro estreado na noite de sábado, com uma aula prática daquilo que assimilaram e acabaram por dormir nas instalações do quartel dos soldados da paz das Caldas. Estiveram de serviço de piquete voluntário Luís Mendinhas, de 13 anos, residente nas Mestras em Carvalhal Benfeito e que frequenta o 7º ano, Ruben Andrade, de 9 anos, residente nas Caldas e que frequenta o 4º ano, Henrique Coelho, de 8 anos, residente nas Caldas e que frequenta o 3º ano, Filipa Plácido Ferreira, de 6 anos, residente na Foz do Arelho e que frequenta a primeira classe, Joana Plácido Ferreira, de 10 anos, residente na Foz do Arelho e que frequenta o 5º ano, e Rodrigo Vital, de 10 anos, residente nas Caldas e que frequenta o 4º ano. “Os outros no segundo período escolar se obtiverem aproveitamento escolar serão recompensados com um piquete nocturno. É um prémio para aqueles que se esforçarem na escola”, disse Luís Ventura, da Escola de Infantes e Cadetes dos bombeiros das Caldas. “Os primeiros seis bombeirinhos efectuam o serviço de piquete que têm direito pelo prémio ganho ao alcançarem o objectivo de não terem negativas no primeiro período. O serviço iniciou às 20h30 com formatura, de seguida verificaram as viaturas no sentido de perceber se estas estavam em condições operacionais. Depois destas primeiras tarefas, os pequenos bombeiros foram descansar e descontrair um pouco”, explicou o segundo comandante Carlos Pacheco. Contudo, estava previsto, para que a noite fosse inesquecível, um pequeno fogo simulado. Os jovens já estavam deitados e alguns até já a dormir quando soou o alerta geral. Nas camaratas masculinas e femininas os pequenos fardaram-se à pressa e a adrenalina subiu. À porta esperava-os um bombeiro graduado que lhes passou capacete e vestuário de gente graúda. Pelo caminho até ao carro foram-se vestindo. Pelo caminho um ficou à frente a tocar a sirene. No banco de trás, onde normalmente só vão quatro adultos, estavam os restante seis pequenos bombeiros, que ajustavam os capacetes e os casacos, em alguns casos maiores que eles. “Os Bombeiros Voluntários das Caldas da Rainha foram chamados a acudir um grande incêndio no campo de treino. No local, fizeram o respectivo reconhecimento e rapidamente perceberam que se tratava de um foco de incêndio à entrada da habitação e outro já dentro do edifício. Todos equipados a rigor, agarraram a agulheta e rapidamente extinguiram o grande incêndio”, descreveu Carlos Pacheco. Após este trabalho árduo os pequenos bombeiros foram até ao quartel, com as caras mascarradas pelo baptismo, onde os esperava um pequeno lanche. “Durante o ano têm formação com manobras, escadas de gancho, e linhas de água. Hoje foi uma sequência dessas actividades e obtiveram algumas explicações na área da saúde. No teatro de operações deixámos que fossem autónomos para perceberem o peso da responsabilidade. Com esta actividade ganharam mais confiança”, frisou Luís Ventura. Esta noite ficará nas suas memórias e será um estímulo para os outros colegas, que terão de melhorar as notas escolares para poderem ter direito a um piquete nocturno. Todos os infantes e cadetes dos bombeiros das Caldas que não obtiveram aproveitamento escolar suficiente estão a receber explicações de matemática, português e inglês no quartel, aos sábados de manhã e de forma gratuita. Joana Plácido Ferreira “Vou contar aos meus colegas esta experiência. Foi uma boa recompensa passar aqui a noite e assistir a tudo isto”. Filipa Plácido Ferreira “Gosto muito de salvar pessoas. Tenho aprendido muita coisa. Gostei muito de ouvir a sirene. A roupa é que é muito grande e eu sou muito pequenina”. Henrique Coelho “Vou contar tudo aos meus colegas do que se passou aqui esta noite. Gosto de salvar pessoas, mas não gosto de apagar fogos”. Luís Mendinhas “Eu quero fazer isto mais vezes. Gostei imenso do combate ao incêndio”. Ruben Andrade “Foi muito giro. Foi espectacular. Aguentava a noite toda acordado”. Rodrigo Vital “Eu quero mesmo ser bombeiro. Esta noite foi muito boa. Conseguimos apagar alguns fogos. É um bom prémio estar aqui e não ter negativas na escola” Carlos Barroso