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Mais alunos a almoçarem nas escolas por causa da crise

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O número de alunos que passou a fazer refeições nas escolas das Caldas, Bombarral, Peniche e de Óbidos aumentou. Esta relação foi dada pelos próprios estabelecimentos de ensino e pelas autarquias, que também revelaram que existem crianças e jovens nestes municípios que apenas têm como única refeição aquela que lhes é fornecida nos estabelecimentos de […]
Mais alunos a almoçarem nas escolas por causa da crise

O número de alunos que passou a fazer refeições nas escolas das Caldas, Bombarral, Peniche e de Óbidos aumentou. Esta relação foi dada pelos próprios estabelecimentos de ensino e pelas autarquias, que também revelaram que existem crianças e jovens nestes municípios que apenas têm como única refeição aquela que lhes é fornecida nos estabelecimentos de ensino. Há ainda um aumento do número de pedidos de apoio social nas escolas desde o início do ano lectivo devido à perda de emprego dos encarregados de educação. No município do Bombarral o número de refeições servidas nos Jardins de Infância e Escolas do 1.º Ciclo rondam as 2405 por semana, num aumento de 55 refeições.  Os estabelecimentos de ensino que mais refeições servem são as Escolas do 1.º Ciclo de Ensino Básico do Bombarral, onde são servidas cerca  de 730 refeições por semana. Segundo a autarquia há situações de carência alimentar junto de alguns agregados familiares, apresentando-se sensível à situação, “tendo já iniciado contactos em rede, com as instituições concelhias, a fim de encontrar a melhor solução para a resolução do problema”. No Município de Óbidos o número de refeições, cuja composição nutricional “é rigorosamente acompanhada por uma equipa multidisciplinar de especialistas” desde o ensino Pré-escolar até ao Secundário, é de 1.300, tendo verificado um crescimento devido ao aumento da população escolar, em cerca de mais 700 alunos. Das quatro escolas em Óbidos, a que mais refeições serve é o Complexo dos Arcos. No corrente ano lectivo o Município de Óbidos integrou no âmbito da Acção social escolar 41% dos alunos do 1º Ciclo do Concelho, 24% no escalão A, (sistema totalmente gratuito) e 17% no Escalão B, onde se cobra metade do valor fixado pelo Ministério da Educação, presentemente, 0,73€ por almoço. Os serviços da edilidade têm vindo a planificar uma estratégia de trabalho de grande proximidade entre todos os intervenientes que estão no terreno e que cruzam permanentemente a informação, procurando intervir o mais precocemente possível para garantir a salvaguarda dos interesses dos alunos. Devido ao tempo de crise a autarquia de Óbidos tem previstas novas iniciativas com vista a reforçar o apoio aos agregados mais desfavorecidos. Uma das que se prevê é o programa “Mais Inclusão, Melhor Cidadania” e já no mês de Dezembro a primeira acção é uma sensibilização intitulada “Dicas para gerir o seu quotidiano com pouco dinheiro”. Nas Caldas da Rainha são servidas 2392 refeições nos jardins de infância e nas escolas de primeiro ciclo, mas curiosamente registaram uma ligeira diminuição, ou seja, 83.71% contra os 84,5 % do ano lectivo de 2009/10. A escola que mais refeições serve é o Centro Escolar de Nossa Senhora do Pópulo, com 174 num universo de 201 alunos, e o Centro Escolar dos Arneiros, com 154 num universo de 180. Os serviços camarários não têm conhecimento que haja alunos que apenas têm a refeição do dia na escola, apesar de admitirem que isso possa acontecer. A autarquia aponta que o Serviço de Acção Social “acompanha as situações que vai detectando ou tomando conhecimento, fazendo o acompanhamento personalizado e encaminhando para estruturas de apoio como a Segurança Social, Banco Alimentar, IPSS e outras, conforme as situações”. A Câmara revela que “continuará a procurar criar condições para proporcionar iniciativas junto das famílias, tais como o Cabaz de Natal para as famílias carenciadas”. Já em Peniche, são servidas cerca de 570 refeições diariamente, o que corresponde a um crescimento de mais cem refeições por dia em relação ao ano passado. “O serviço de Refeições Escolares aumentou, tendo sempre em consideração a observação de critérios dietéticos, preconizados pelas regras estabelecidas e com observância das normas gerais de higiene e segurança alimentar. Para garantir um melhor funcionamento, foram estabelecidos protocolos com os Agrupamentos de Escolas, Escola Secundária de Peniche, Cercipeniche, Associação de Jardim de Infância de Ferrel, Associação Juvenil, Associação Desportiva e Recreativa da Bufarda e Juntas de Freguesia, para implementação das refeições escolares”, refere o vereador Jorge Amador. O número de refeições servidas é mais significativo na EB 2,3 D. Luís de Ataíde, com aproximadamente 110 refeições diárias, onde vão almoçar os alunos da EB1 Nº1 de Peniche, EB1 Nº3 de Peniche e EB1 Nº6 de Peniche. Nos refeitórios que servem o Agrupamento Vertical de Escolas de Peniche, regista-se um número que atinge aproximadamente as 160 refeições diárias. O vereador reconhece que existem alunos que apenas têm uma refeição quente na escola. “Só para dar uma ideia desta realidade, vale a pena sublinhar que cerca de 50% dos casos acompanhados pela Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Peniche diz respeito a situações de negligência parental, em que cabe, nomeadamente, a negligência relativamente à alimentação dos filhos. Normalmente é a escola que sinaliza os casos e a comissão assume o acompanhamento da criança. Nas medidas de promoção e protecção que são concebidas e postas em prática, prevê-se nesses casos uma intervenção ao nível da própria família”, indica. “Para além da intervenção da comissão, esta autarquia faz a mediação com as instituições distribuidoras de bens alimentares no concelho, procurando ter um conhecimento entre as necessidades alimentares e a oferta disponível. Também é de referir o acompanhamento  de proximidade às famílias que é assegurado por parte do Município e dos parceiros locais envolvidos na intervenção comunitária”, refere. “Há uma nítida generalização da dificuldade. Não seria de esperar outra coisa” Rodrigo Silva, sub-director da ESAD, revelou que há um aumento do número de refeições, quer à hora de almoço, quer ao jantar. “Não subimos o preço da cantina, mas este ano há mais alunos a requerer almoço e jantar na cantina da escola. O acréscimo de alunos de 20 a 30 por cento não compromete a capacidade da cantina”. “Há uma nítida generalização da dificuldade. Não seria de esperar outra coisa”, sublinha o responsável da ESAD. Mas o número de alunos a comer nas escolas está longe de ser a maioria, situando-se em cerca de 20%, se tivermos em conta que na Escola Raul Proença existem mil alunos e apenas 230 comem na escola. Situação idêntica acontece na Escola D. João II e na Secundária Rafael Bordalo Pinheiro, onde a mesma percentagem de alunos comem na escola, registando-se, apesar disso, um aumento do número de refeições de um ano para o outro. Em quase todos os estabelecimentos há alunos que apenas comem na escola e não têm qualquer tipo de refeição em casa. Na Escola Bordalo Pinheiro, por exemplo, por saberem destas situações extremas, a direcção implementou um reforço, que consiste em dar alimentação a alunos durante a manhã, dando-lhes o pequeno almoço e depois à tarde, dando um lanche que lhes substitui ou minimiza o impacto de eventualmente não terem jantar. Nestas circunstâncias e nesta escola são dezenas de casos, segundo uma fonte daquele estabelecimento de ensino. Qualidade controlada Na Escola Secundária Raúl Proença os alunos reclamam a inclusão de alguns pratos, nomeadamente que tenham por base puré, peixe e arroz de feijão. Apesar destas questões alimentares os alunos são peremptórios em afirmar que comem “muito bem na escola”, apesar de serem “aliciados” por diversos cafés. Este convite acontece em quase todos os estabelecimentos de ensino e os alunos desculpam-se por não gostarem da ementa, para fugirem a uma refeição equilibrada e que contém sopa, um prato, salada, sobremesa, pão e sumo ou água, passando para uma refeição com base nos fritos e calorias, como são os casos das pizzas, hambúrgueres, baguetes e diversos combinados. Os proprietários dos cafés que circundam as escolas confessaram que tiveram de alterar em alguns casos a ementas porque os jovens já procuram outro tipo de comidas que contenham saladas ou algum tipo de vegetal, ou até mesmo sopa, mas a base continuam a ser as sandes e os fritos. Devido à crise, os comerciantes, que em média cobram entre um euro a 1,20 por uma sopa e no máximo quatro euros por refeição, admitem que terão de alterar os preços no próximo ano. Da parte da Saúde Pública, Jorge Nunes mostra-se preocupado com o tipo de refeições que os jovens ingerem e com a sua frequência. Por se estar a passar por uma situação de crise, existem, segundo o director do ACES de saúde pública do Oeste Norte, duas possibilidades a ter em conta. Em primeiro lugar por se estar em crise as pessoas comem menos ou não comem, mas por se estar em crise também pode ser uma oportunidade para voltar a implementar a dieta mediterrânica, e obter-se uma alimentação saudável. Jorge Nunes anunciou também que as unidades de saúde pública do Oeste Norte vão iniciar em Janeiro acções no sentido de travar a obesidade infantil nas escolas. Este programa surge depois dos resultados que colocam esta região como uma das mais atingidas por esta doença dos tempos modernos. Portugal tem 12% da população atingida com este problema, sendo os Açores, Madeira e Lisboa e Vale do Tejo, onde se situa o Oeste, as regiões onde se situam mais população que sofre desta doença. “A alimentação é uma área prioritária e que nos preocupa, pelos hábitos alimentares pouco saudáveis. Temos programa para 2011 dedicado à obesidade infantil. A nossa grande arma é a promoção da saúde. Temos programada uma abordagem em sala de aula e uma actividade para as ementas escolares com a qualidade dos nutrientes e se são ou não uma boa dieta com o equilíbrio dos nutrientes”, disse. Segundo Jorge Nunes, “os alunos devem fazer as suas refeições nas cantinas, haja ou não haja crise. Se não o fizerem, devem evitar determinados alimentos que não são saudáveis e são muito ricos em ketchup, maioneses e fritos, etc. Toda a gente sabe identificá-los e os alunos ainda estão vulneráveis”. “Portugal precisa de apostar na alimentação, no exercício físico e na saúde mental. As crises também têm coisas positivas e as pessoas nesta altura devem repensar nos hábitos alimentares e procurarem alimentos que não são caros, são acessíveis e que são saudáveis, como os vegetais”, disse, frisando que a saúde pública aposta essencialmente na prevenção. Neste sentido e porque o meio em volta das escolas é uma preocupação, as unidades de saúde pública pretendem envolver os comerciantes e industriais no sentido destes incluírem nas suas ementas, ingredientes mais saudáveis. “A crise é uma oportunidade, porque leva as pessoas para as cantinas. É nestes locais que os jovens e as crianças têm as refeições mais equilibradas”, sublinha. Jorge Nunes anunciou que tem intenção de implementar nos Centros de Saúde do Oeste Norte, ou seja, nas Caldas da Rainha, Alcobaça, Nazaré, Óbidos, Bombarral e Peniche, uma consulta de combate à obesidade em que as pessoas ao terem uma consulta com o seu médico de família têm automaticamente uma medição dos índices de massa corporal. Carlos Barroso

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