A proximidade do Natal faz com que se multipliquem, um pouco por todo o país, diversas iniciativas de solidariedade que apelam à maior sensibilidade das pessoas para causas e gestos nobres, nesta altura do ano. O JORNAL DAS CALDAS informa sobre algumas iniciativas que irão decorrer na região. Banco Alimentar do Oeste promove recolha nos supermercados Nos dias 27 e 28 de Novembro vai ter lugar mais uma campanha de recolha de alimentos promovida pelos Bancos Alimentares. Na região, a iniciativa é promovida pelo Banco Alimentar do Oeste (BAO) e decorre nos concelhos de Alcobaça, Bombarral, Caldas da Rainha, Lourinhã, Óbidos, Nazaré e Peniche. Os Bancos Alimentares são instituições que promovem a luta contra o desperdício de bens alimentares e o apoio às populações mais desfavorecidas através de instituições e grupos que actuam no terreno procedem à distribuição dos alimentos pelas famílias mais carenciadas. Os Bancos Alimentares recolhem regularmente excedentes alimentares junto das empresas e promovem também duas campanhas anuais para recolha de alimentos junto do público. Esses alimentos recolhidos pelos Bancos alimentares são por sua vez distribuídos por instituições e grupos de apoio social existentes nas comunidades. Por via da acção do BAO são já apoiadas de forma regular 1688 famílias/média mensal. Assim, nos dias 27 e 28 de Novembro estarão equipas de voluntários do BAO junto dos 58 supermercados da região que irão aderir a esta iniciativa. Contribuir é extremamente fácil: como habitualmente, basta fazer o seu donativo de alimentos num saco que será fornecido por um dos cerca de 1500 voluntários do BAO que irão colaborar na campanha. Nesta próxima campanha será também organizada uma recolha directa de bens alimentares nas seguintes freguesias: Santa Catarina, Foz do Arelho, Vimeiro – Alcobaça, Maiorga, Côz, Reguengo Grande, Moita dos Ferreiros, Ribamar, Vimeiro – Lourinhã, Serra D’El Rei, Atouguia da Baleia, Valado dos Frades, Famalicão da Nazaré e Mercado do Bombarral. Para além do donativo de bens alimentares, poderão ainda todos os interessados colaborar através da realização de trabalho voluntário. Para esse efeito, basta dirigir-se à sede do BAO, no Armazém da Refer, junto à estação de comboios das Caldas da Rainha. A presidente do Banco Alimentar do Oeste, Ana Bessa, está preocupada que a crise afecte a campanha de recolha de alimentos, referindo que “as instituições de solidariedade social estão no limite, cada vez há mais pedidos para alimentos”. A responsável pelo Banco Alimentar do Oeste espera que “os cabazes para as famílias não sejam mais reduzidos”. Ana Bessa salienta que a crise sente-se não na generosidade das pessoas, que não deixam de dar, mas na dificuldade em darem donativos diversificados, o que era costume acontecer. “A solidariedade dos portugueses é grande, as pessoas continuam com muita vontade de ajudar, mas não podem dar mais”, apontou. Neste momento a rede do Banco Alimentar Contra a Fome, através de 1800 instituições, dá apoio a 280 mil pessoas. A nível nacional estima-se que os apoios das instituições cheguem a mais de 70 mil famílias e 350 mil pessoas, mais um número para realidade da pobreza em Portugal. Segundo os últimos dados do INE, de 2008, 41,5% dos portugueses vive no limiar da pobreza, uma fatia que só desce para 24,3% com as prestações sociais mas onde cabem ainda cerca de 170 mil portugueses que não recorrem a estes apoios por vergonha, como noticiado pelo i. Campanha “Vamos Chegar aos 100 quilos”,da Conferência Vicentina da Sagrada Família A solidariedade pretende revelar-se no concelho das Caldas da Rainha com a campanha de Natal de recolha de alimentos intitulada “Vamos Chegar aos 100 quilos”, levada a cabo pela Conferência Vicentina da Sagrada Família das Caldas da Rainha, destinada a pessoas sem-abrigo ou carenciadas desta cidade. Os interessados em colaborar com a Conferência Vicentina da Sagrada Família podem fazê-lo oferecendo bens alimentares não perecíveis, como açúcar, arroz, azeite, bolachas, conservas (atum e salsichas), farinha, leguminosas, leite e massas. Os donativos podem ser entregues na cave do Centro Paroquial das Caldas da Rainha, todos os dias, entre as 14 e as 17 horas até ao dia 6 de Dezembro. No ano passado as vicentinas levaram a cabo esta campanha de cariz social que beneficiou 115 famílias carenciadas e sem-abrigo da freguesia de Santo Onofre. Conseguiram angariar mais de 100 quilos de alimentos. Com a crise as vicentinas têm notado também um aumento dos pedidos de apoio. “Aparecem muitas famílias que não estão inscritas e a quem temos que socorrer porque vêm com fome”, disse Maria Rosa Lopes, presidente da Conferência Vicentina da Sagrada Família. Os pedidos vêm sobretudo dos “novos” pobres, normalmente famílias ainda novas que ficaram sem emprego ou, mesmo continuando a trabalhar, o ordenado que recebem não chega para as despesas que têm. Esta confraria tam mais de cem famílias inscritas que tentam ajudar da melhor forma, com alimentos e roupa. Segundo a vicentina Joaquina Correia, “tentamos ajudar com os alimentos que o Banco Alimentar nos dá, mas isso não chega, temos que comprar com o dinheiro que temos”, apontou, acrescentando que nunca viu tanta procura como este ano: “Ainda ontem apareceu um rapaz cheio de fome, não pode lhe dar muito porque já não temos muitos alimentos”. Joaquina Correia apela a todos que sejam solidários neste Natal e contribuem com ajuda aos que mais necessitam. Foi visitar vários grupos de catequese com o objectivo de as crianças sensibilizarem as famílias a trazerem alimentos ou brinquedos. Maria Rosa Lopes pede ajuda às escolas, que se organizem e tentem “angariar nos próprios estabelecimentos de ensino alimentos para nos entregar”. Como no Natal gostam de dar um cabaz especial às famílias composto por um frango e bacalhau, a Conferência Vicentina da Sagrada Família está a levar a cabo no Centro Paroquial das Caldas da Rainha, uma venda de rifas e artigos. É uma oportunidade de colaborarem na angariação de fundos para o cabaz de Natal. Delegação das Caldas da Cruz Vermelha apoia mensalmente 53 famílias Cerca de 70 pessoas participaram na caminhada contra a fome realizada pela delegação das Caldas da Cruz Vermelha que decorreu no passado domingo. O evento, que teve início no cais da Foz do Arelho, e terminou na Escola de Vela, conseguiu angariar cerca de 250 quilos de alimentos que vão apoiar as 53 famílias carenciadas inscritas no projecto Mão Amiga desta delegação. Os participantes tiveram apenas que levar um quilo de alimento não perecível, como azeite, óleo, arroz, ou ainda cereais para crianças, enlatados, produtos de higiene pessoal e de limpeza da casa. Ana Isaac, responsável pela iniciativa, ficou satisfeita com resultado da caminhada revelando que toda a ajuda para dar auxílio às famílias é necessária. “Nós temos um protocolo com o Banco Alimentar mas sabemos que também está com dificuldades, portanto temos que desenvolver actividades para também conseguirmos angariar alimentos”, referiu a elemento da Cruz Vermelha. Segundo Ana Isaac, a Delegação das Caldas da Cruz Vermelha apoia mensalmente 53 famílias que se dirigem à sede para levantar as ajudas. No Natal esta delegação da Cruz Vermelha oferece sempre um cabaz especial a estas pessoas, portanto Ana Isaac apela à solidariedade da população na entrega de alimentos na sede da Cruz Vermelha. Esta responsável revelou ainda que têm seis famílias em lista de espera para serem ajudadas. “Essas famílias estão a ser avaliadas pela assistente social”, referiu, alegando que só têm capacidade para 60 famílias. “É preferível ajudar as pessoas que temos inscritas de uma forma adequada do que ter muitas e não poder ajudar com tudo que precisam”, apontou. Tânia precisa de uma bicicleta de três rodas ?O Ponto de Ajuda da Santa casa da Misericórdia das Caldas da Rainha, através dos atendimentos efectuados no gabinete de Recursos e Qualificação ao nível da intervenção familiar e parental, teve conhecimento do caso da Tânia, uma jovem com 22 anos,  que se encontra numa situação económica grave, acrescendo o facto de padecer de inúmeras patologias, tais como um tumor cerebral inoperável, psoríase, descalcificação óssea, Patologias da Tiróide, obesidade mórbida, entre outras. O médico que a acompanha aconselhou-a a andar numa bicicleta de três rodas para facilitar a sua mobilidade e autonomia e consequentemente tentar diminuir o seu peso, contudo, o valor deste meio de transporte é elevado, cerca de 350 € e a Tânia bem como a sua família não têm possibilidades de o adquirir. Sendo esta uma problemática de cariz social, o Ponto de Ajuda da Santa casa da Misericórdia das Caldas da Rainha apela ao envolvimento de toda a comunidade nesta causa no sentido de “melhorar a qualidade de vida desta jovem”. Para isso basta dirigir-se ao ginásio Vivafit (antiga Praça do Peixe) e efectuar o seu donativo em género, ou comprar um dos quadros ou desenhos feitos pela Tânia expostos no referido ginásio. Esta iniciativa tem ainda o apoio da Bike Box. Marlene Sousa