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Perito caldense dá dicas sobre conforto térmico nos edifícios

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Pedro Almeida, natural das Caldas da Rainha, cidade onde fez o seu percurso académico até ao 12º ano, tornou-se engenheiro civil e perito qualificado no âmbito do Sistema Nacional de Certificação Energética e Qualidade do Ar Interior de Edifícios. Concluiu recentemente o mestrado em Térmica de Edifícios no Instituto Superior de Engenharia de Lisboa e […]
Perito caldense dá dicas sobre conforto térmico nos edifícios

Pedro Almeida, natural das Caldas da Rainha, cidade onde fez o seu percurso académico até ao 12º ano, tornou-se engenheiro civil e perito qualificado no âmbito do Sistema Nacional de Certificação Energética e Qualidade do Ar Interior de Edifícios. Concluiu recentemente o mestrado em Térmica de Edifícios no Instituto Superior de Engenharia de Lisboa e o seu trabalho final de mestrado andou à volta do tema da Certificação Energética. “O conforto térmico nas habitações e nos locais de trabalho é uma condição essencial para o bem-estar e produtividade. O novo Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios identifica as características fundamentais para esse conforto, e estabelece um patamar mínimo para todos os edifícios de habitação novos. A nova legislação sobre a certificação energética permitirá que cada fracção autónoma apresente um “Certificado de Desempenho Energético e do Ar Interior”, que dependerá das soluções adoptadas a nível construtivo e de projecto”, sublinha. O principal objectivo do seu trabalho académico foi o de “sensibilizar todos os intervenientes do meio da construção, desde a fase de projecto até à fase final de obra, das opções mais vantajosas, levando em consideração os investimentos e respectivos períodos de retorno, que proporcionem um melhor desempenho energético dos edifícios do nosso país”. Para tal, estudou o comportamento de duas fracções autónomas diferentes, mediante a consideração de várias características que influenciem a sua classificação energética, obtendo-se variações significativas. Segundo Pedro Almeida, “uma vez conhecendo os equipamentos, tipos de materiais e suas características que melhoram o desempenho energético de um edifício, mais fácil se torna, para técnicos, construtores e até mesmo utilizadores, aumentar o conforto no interior de uma habitação e simultaneamente melhorar a sua eficiência energética”. “Como projectista, tenho necessidade de chegar a conclusões sobre as grandes vantagens e desvantagens de certas opções tomadas no inicio de um processo de licenciamento. Assim, este trabalho poderá ser considerado como uma junção entre um projecto e uma dissertação, visto ser necessário efectuar cálculos como se de um projecto se tratasse para se chegar aos resultados propostos”, refere. O engenheiro reconhece que “na Europa do Norte há muito que as questões relacionadas com o conforto térmico e a escolha das melhores opções construtivas são valorizadas. No entanto, os países do Sul, só recentemente tomaram noção da realidade que diz respeito às despesas relacionadas com os gastos energéticos quer em arrefecimento, quer em aquecimento dos espaços”. No seu estudo, verificou que, contrariamente, ao que seria de esperar, e a um dos objectivos do regulamento, “a utilização de aparelhos de ar condicionado (eléctricos) contribui bastante para a melhoria da classe energética”. “Embora se pretenda aumentar o consumo de energias renováveis em detrimento de energia eléctrica, o facto de estes aparelhos possuírem hoje elevados rendimentos, torna-os uma peça fundamental no desempenho do aquecimento e arrefecimento numa fracção autónoma. Certamente não é alheio o interesse que fabricantes têm no sentido de acompanhar o desenvolvimento e as exigências regulamentares. Talvez seja este, um exemplo para posteriormente, na execução de projectos e obras, exista também aí mais rigor, quer construtivo, quer ao nível dos materiais utilizados. Contudo, verifica-se também, que os painéis solares beneficiam bastante o desempenho da moradia, com a vantagem de se utilizar uma energia renovável, concluindo-se assim que o ideal seria aplicar os dois equipamentos em simultâneo (um para aquecimento e arrefecimento e o outro para aquecimento das AQS – águas quentes sanitárias)”, sustenta. Com base nos cálculos efectuados, “confirma-se, como seria de esperar, que uma fracção que esteja em contacto com uma cobertura ou garagem tem um desempenho mais desfavorável do que outra de igual geometria que se situe num piso intermédio. Esta conclusão deve-se ao facto de duas fracções com a mesma geometria e características, apresentarem resultados diferentes no que concerne às necessidades de energia”. Em relação ao zonamento, Pedro Almeida concluiu que “para as mesmas soluções construtivas, os resultados obtidos para o concelho de Torres Vedras, para o de Faro e para o concelho de Bragança, são francamente diferentes”. “Facilmente se percebe que os materiais, os isolamentos, as classes de caixilharia, o tipo de vidros, etc. têm obrigatoriamente que ser previamente estudados consoante o concelho, altitude, ou zona do país onde será efectuada a construção”, faz notar. Na questão da orientação solar, “é preferível existirem vãos envidraçados a Sul, visto serem benéficos para os ganhos na estação de aquecimento”. “Embora se possa pensar que envidraçados voltados a Sul sejam benéficos de Inverno e prejudiciais de Verão, chega-se à conclusão de que as vantagens na estação de aquecimento são francamente maiores que as desvantagens na estação de arrefecimento. Quanto aos envidraçados dos quadrantes Este e Oeste, é importante que possuam dispositivos de sombreamento de modo a limitar os ganhos durante o Verão”, indica. Embora não tenha efectuado nenhuma simulação de cálculo com variação de inércia, aponta que “a inércia térmica é outro dos factores de forte influência, uma vez que, quanto mais elevada for a massa dos elementos da envolvente do edifício melhor é o seu desempenho, dado que interessa restringir as perdas de calor de Inverno e ao mesmo tempo restringir os ganhos de calor no Verão”. No que diz respeito a colectores solares ou outras fontes de energia renováveis, Pedro Almeida chegou à conclusão de que, a par dos aparelhos de ar condicionado, são outras soluções que podem com relativa facilidade, melhorar a classe energética de uma fracção autónoma, com a vantagem de contribuírem também para o aquecimento de águas quentes sanitárias. No que respeita a variações de desempenho em função do tipo de vidros e de caixilhos, observou que “vidros de baixa emissividade e caixilho com corte térmico, embora melhorem o desempenho térmico das fracções analisadas, diminuindo a factura energética anual, e no caso da moradia, melhorando mesmo a classe energética, essa diminuição pode não ser considerada suficiente, devido ao grande investimento e por conseguinte, elevado período de retorno”.   Francisco Gomes

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