O ex-ministro da Economia, Manuel Pinho, visitou no passado dia 21, as Faianças Artísticas Bordalo Pinheiro, e gostou daquilo que viu, confessando, no entanto, que não quer voltar à política. Da parte dos trabalhadores, Manuel Pinho recebeu a notícia de que o seu nome vai ser alvo de uma proposta para receber uma medalha, como agradecimento por aquilo que fez na viabilidade da Bordalo Pinheiro. A ideia foi de Carlos Elias, que acompanhou e até deu boleia ao antigo Ministro da Economia, e usou da sua qualidade de deputado da Assembleia Municipal das Caldas da Rainha para anunciar que irá apresentar a proposta de atribuição da medalha de mérito municipal, de grau ouro, para Manuel Pinho. “Como é tradição no dia 15 de Maio atribuem-se medalhas. Irei apresentar uma proposta para atribuição da medalha de ouro da cidade ao dr. Manuel Pinho, porque fez um óptimo trabalho, não só à cidade como à empresa e ao Município”. Manuel Pinho logo de seguida agradeceu e até referiu que “depois de ter uma avenida com o meu nome e agora uma medalha de ouro, não sei o que mais me pode acontecer”. Quanto à visita, o antigo ministro da economia disse que gostou do que viu, por ser “uma fábrica de referência e que faz parte da nossa cultura e memória. Criou-se aqui um projecto de futuro entre trabalhadores e administração e estou satisfeito”. “Esta relação com as pessoas da Bordalo Pinheiro vai muito além da política. São pessoas que conheci em condições muito difíceis e ficámos com uma amizade muito profunda”, disse Manuel Pinho, confessando que não lê jornais há muito tempo. O antigo ministro da economia considerou igualmente que fez a sua obrigação enquanto governante para salvar a Bordalo Pinheiro. “Eu era ministro da economia e era a minha obrigação. Tinha de promover as energias renováveis, promover o investimento, apoiar as PME’s, resolver estes casos e ter uma atitude muito activa. Nos casos em que deu resultado ainda bem, é pena não ter dado resultado em outras”, comentou. Manuel Pinho foi também peremptório ao afirmar que “não gostaria de estar na política actualmente. Ajudar as empresas gostaria muito, mas na política e ter funções no Governo nem pensar nisso”, não querendo comentar o trabalho do seu sucessor. “As pessoas em Portugal não estão unidas. Estão a passar uma fase muito difícil. Há atitudes que não as compreendo. Não há união. O momento é muito difícil e deveríamos estar todos unidos, Governo e Oposição. A tarefa é muito difícil e a situação internacional é terrível. Deveríamos de estar todos de mãos dadas e não é isso que vejo”, desabafou. Questionado sobre se está arrependido por ter feito o gesto na Assembleia da Republica que o fez sair do Governo, Manuel Pinho declarou que “tenho de viver com as atitudes que tomo”. Álvaro Tavares, administrador da Bordalo Pinheiro, fazendo o balanço de nove meses de uma renovada empresa de faianças artísticas, confessou que “foram cumpridas as promessas”, mantendo-se os cerca de 170 trabalhadores, demonstrando também que “não existe outra aspiração que não seja a viabilidade da empresa”. “Temos vindo a criar as condições ao longo destes nove meses de aprendizagem de viabilidade da empresa. Lançámos as bases para no futuro termos uma empresa viabilizada por si própria”, reforçou. Álvaro Tavares sublinhou que o ano de 2009 “não foi fácil”, mas espera que “em 2010 haja um percurso ascendente”.   Carlos Barroso