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Os pais têm um grande desejo de que os seus filhos tenham boas notas na escola. As boas notas acontecem quando os alunos demonstram, nos momentos de avaliação, que aprenderam bem a matéria que os professores ensinaram. E aprendem bem de três maneiras principais: ouvindo com atenção as aulas, realizando com empenho as tarefas que […]

Os pais têm um grande desejo de que os seus filhos tenham boas notas na escola. As boas notas acontecem quando os alunos demonstram, nos momentos de avaliação, que aprenderam bem a matéria que os professores ensinaram. E aprendem bem de três maneiras principais: ouvindo com atenção as aulas, realizando com empenho as tarefas que lhes são indicadas, estudando. Até certa altura, um aluno pode aprender bem sem que sinta necessidade de estudar: se tiver capacidade de concentração, facilidade para entender aquilo que escuta, boa memória. É difícil, nessa fase, que um filho faça muito mais do que os “trabalhos de casa”, porque ele, muito compreensivelmente, não sente necessidade de se sentar diante de um livro a aprender uma coisa que já aprendeu anteriormente… A partir de certa altura, porém, estas capacidades já não são suficientes. É mesmo preciso estudar, porque os assuntos a aprender são já muitos ou muito complexos. Esse momento não chega numa mesma fase de desenvolvimento, numa mesma idade, para todas as pessoas. Mas chega sempre para todos. É conveniente estar com atenção, para notar a sua chegada. No entanto, não deve ser confundido com aquela quebra natural nos resultados escolares que muito frequentemente sucede em certas etapas do crescimento, como a pré-adolescência ou a adolescência. Têm causas diferentes e devem ser encarados de formas diferentes. No que vou escrever a seguir, refiro-me a situações em que estão preenchidas condições básicas, como o aluno ter a capacidade real de aprender aquilo que lhe querem ensinar e possuir o equilíbrio interior resultante de uma família estável correctamente constituída. A falta disto introduz dificuldades que fogem ao âmbito deste texto. Chega, pois, um momento em que é preciso estudar. E estudar é uma actividade que não é agradável à maior parte das pessoas. É difícil, dá trabalho, custa esforço. Mesmo que alguns consigam tirar um prazer intelectual daquilo que aprendem, esse prazer chega como fruto de um esforço. Estudar é uma tarefa que depende de algumas coisas mais ou menos importantes e de duas coisas fundamentais. Ter um método de estudo ajuda, tal como ter um local apropriado, uma iluminação correcta, um ambiente sossegado, o material necessário… Porém, o estudo depende essencialmente de duas coisas: a capacidade de sofrimento e, associada a ela, a motivação. Como estudar é quase sempre desagradável e difícil, muitos jovens só serão bons alunos se estiverem habituados a fazer coisas desagradáveis e difíceis. Portanto, a melhor forma de os pais ajudarem os seus filhos a serem bons alunos consiste em habituá-los desde muito cedo a fazerem tarefas desagradáveis e difíceis (repito propositadamente estes adjectivos…). Numa família normal há muitas coisas dessas para fazer todos os dias. Exercitar-se numa tarefa deste género faz crescer, dá alegria, desenvolve capacidades, aumenta a força de vontade (e, portanto, a liberdade), fomenta a união com as outras pessoas. Estas coisas custosas, constituindo uma base para a capacidade de estudar, são, portanto, ainda mais importantes para a formação da personalidade, do carácter, das virtudes pessoais. Nenhuma pessoa se constrói correctamente sem que faça muitas coisas que não lhe apetecem: sem o hábito de sofrer. Poucos jovens habituados a facilidades e diversões constantes – jogos de computador, música, televisão, consola, vídeos, festas… – serão bons alunos. Não serão bons, de resto, em outros aspectos bem mais importantes para a sua felicidade. Os pais que deixam os filhos habituarem-se e esse tipo de actividades estão a minar-lhes dramaticamente o caminho da vida e a felicidade. Conheci uns pais que souberam arrepiar caminho a tempo: quando o filho, lá pelos 13 anos, começou a ter umas notas nada agradáveis e uma atitude de preguiça perante o estudo, não insistiram demasiado em que estudasse, não lhe arranjaram explicadores… O que fizeram foi o que já antes deviam ter feito: dar-lhe uma boa carga de tarefas em casa: fazer a sua cama diariamente, aspirar a casa e outras coisas que já não recordo e lhe ocupavam muito tempo. Uns meses depois as notas tinham melhorado substancialmente… Um jovem lançar-se-á à difícil tarefa de estudar, se tiver, além de capacidade de sofrimento, motivação para isso. Motivação não significa que encontre gosto em estudar, mas que descubra motivos fortes para estudar: com gosto ou sem ele. Mesmo não lhe apetecendo estudar, sentar-se-á diante dos livros com a consciência de que há coisas bem mais importantes do que o seu apetite. Saberá que há um preço a pagar por todo o belo objectivo, e estará disposto a pagá-lo com alegria. Mas o objectivo tem mesmo de ser grande e belo. Verdadeiro e profundo. Do tamanho da alma humana. Durante algum tempo podes enganar o teu filho: dizer-lhe que vá estudar porque isso é necessário para vir a ter, no futuro, um bom trabalho, um bom salário e, consequentemente, uma vida boa que permita divertimento, prazer e facilidades, uma excelente casa, férias estupendas… Mas chegará o dia em que ele pergunte a si próprio para que há-de trocar, indo estudar, os divertimentos e os prazeres de agora pelos do futuro… que estão tão longe. Não tens um motivo maior para lhe dar? Paulo Geraldo Professor de Língua Portuguesa

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