Reunindo mais de uma centena de profissionais de saúde da região, entre médicos especialistas das áreas de Ginecologia-Obstetrícia e Pediatria, enfermeiros e terapeutas, o evento teve lugar no Hotel Vila Galé Ericeira. O objetivo foi promover a discussão multidisciplinar em torno de perceções que necessitam de consenso clínico para o bem-estar das mulheres e crianças.
A medicina é cada vez mais desafiada por tendências e hábitos sociais. “No caso da saúde da mulher e da criança, estes desafios ganham uma dimensão especial, pois implicam cuidar de diferentes etapas da vida, com necessidades e contextos próprios. As Jornadas foram importantes para refletirmos sobre o que mudou e como podemos continuar a oferecer cuidados de qualidade”, afirmou a coordenadora de Ginecologia-Obstetrícia do Hospital CUF Torres Vedras, que integra a comissão científica do evento, Inês Pereira.
O evento começou por proporcionar um debate sobre temas cruciais para a saúde feminina e gestacional. “Houve espaço para a discussão sobre a vacinação contra o HPV [vírus do papiloma humano], que permitiu explorar o seu benefício em idades mais avançadas. Abordámos, também, a terapêutica da menopausa, compreendendo o seu impacto na qualidade de vida da mulher, e a vacinação das grávidas contra o vírus sincicial respiratório – uma das principais causas de infeções respiratórias graves em bebés, como bronquiolite e pneumonia”, referiu Inês Pereira.
Numa altura em que o acesso a informação em canais digitais é rápido e global, estas Jornadas realçaram o papel dos profissionais de saúde enquanto fonte de literacia e orientação para a saúde. A pediatra do Hospital CUF Torres Vedras e membro da comissão científica do evento, Catarina Timóteo, alertou para a “influência das redes sociais na perceção da imagem corporal e nos cuidados da pele, que impactam a forma como os jovens definem, experienciam e cuidam da sua saúde”.
O evento contemplou ainda a discussão sobre os riscos e benefícios para a saúde de tendências como a prática de dormir perto ou junto do bebé (co-sleeping e bed-sharing) e a interferência do freio da língua na alimentação e aquisição da linguagem.










