A desigualdade que persiste entre os homens e as mulheres é o tema do mural de arte urbana que foi inaugurado na Rua Vitorino Fróis (antiga EPAC), nas Caldas da Rainha, no 18 de abril.
Da autoria do ilustrador Jaime Ferraz, que é designer na Câmara, o mural pretende demonstrar como a mulher carrega sempre mais peso do que o homem, principalmente ao nível dos trabalhos domésticos e do cuidar dos filhos. “Neste mural quis criar uma metáfora visual dessa desigualdade”, comentou.
Jaime Ferraz sublinhou como é muito sensível à temática, até porque é casado, tem três filhas e até os animais domésticos na sua casa são do sexo feminino. “Infelizmente, ainda existe uma grande desigualdade entre os homens e as mulheres”, afirmou.
Segundo a vereadora Conceição Henriques, o mural esteve para ser inaugurado em novembro, por altura das iniciativas promovidas pelo Gabinete de Atendimento à Vítima de Violência Doméstica, para assinalar o Dia Municipal para a Igualdade (24 de outubro).
Por causa da chuva, o mural demorou mais algum tempo do que era esperado e acabaram por fazer a inauguração numa data em que fosse possível estar presente a presidente da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG), Sandra Ribeiro.
Para a autarca, a problemática da igualdade do género tem de estar sempre a ser discutida porque “tudo aquilo que pensamos que são conquistas civilizacionais, têm tendência a deslaçar se não tivermos a preocupação de mantermos na ordem do dia”.
A intenção da autarquia em promover a pintura deste mural foi a de marcar o espaço público com o tema e no final de 2023 quer fazer algo mais impactante.
O presidente da Câmara, Vitor Marques, acha essencial que se façam passar estas mensagens, para se conseguir um mundo melhor. “Todos estes contributos são importantes”, disse.
Sandra Ribeiro elogiou a Câmara das Caldas da Rainha por ter tido esta iniciativa e salientou que os Municípios têm sido os melhores parceiros da Comissão, até por estarem mais perto das pessoas e dos territórios.
“Esta é uma excelente forma de chamar a atenção para o tema, porque muita gente vai passar aqui e vai acabar por querer perceber o que o mural quer dizer”, considera.
De acordo com as estatísticas, as mulheres fazem mais duas horas de trabalho não pago nas suas casas do que os homens. Ao fim-de-semana esse número duplica.
Outro facto curioso que Sandra Ribeiro partilhou é que, também segundo as estatísticas, a principal causa para as mulheres faltarem ao trabalho é terem de cuidar dos filhos. Quanto aos homens, “a principal causa é uma lesão feita a jogar à bola com amigos”.
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