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16 de Março assinalado junto ao monumento alusivo à revolta militar

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“Hoje celebra-se o 16 de Março de 1974, a insurreição militar a partir do Regimento de Infantaria 5, em Caldas da Rainha, que marchou sobre Lisboa, visando derrubar o governo de Marcelo Caetano”, recordou a vereadora Conceição Henriques junto ao monumento alusivo à revolta das Caldas que antecedeu o 25 de Abril, situado junto ao […]
Cerimónia evocativa do 16 de Março junto ao monumento alusivo à revolta das Caldas (foto Pedro Almeida)

“Hoje celebra-se o 16 de Março de 1974, a insurreição militar a partir do Regimento de Infantaria 5, em Caldas da Rainha, que marchou sobre Lisboa, visando derrubar o governo de Marcelo Caetano”, recordou a vereadora Conceição Henriques junto ao monumento alusivo à revolta das Caldas que antecedeu o 25 de Abril, situado junto ao quartel da Escola de Sargentos do Exército

A autarca, que falava nas comemorações da autarquia do 49º aniversário do 16 de março, que iniciaram com a cerimónia evocativa, afirmou que há uma lição a retirar desta data, que é “a manutenção do estado de direito e da democracia plena é o único garante de uma sociedade justa, equitativa, desenvolvida e pacífica”. 

Segundo Conceição Henriques, o movimento pode ter, aos olhos de alguns, fracassado, mas representou um prenúncio do acontecimento mais relevante da história recente do país, “com a revolução do 25 de Abril, que haveria de instituir o regime democrático em Portugal”.

“Os acontecimentos históricos são como a luz, se demasiado longe não se vislumbram, se demasiado perto ofuscam a nossa compreensão sobre os mesmos”, referiu.

Todavia, 49 anos volvidos sobre os acontecimentos que pautaram o final do Estado Novo, é de acordo com a autarca hoje claro que “o regime atingira o seu limite temporal”.

Do ponto de vista externo, a vereadora apontou que o “isolamento de Portugal era notório e profundamente lesivo do desenvolvimento do país, e a ausência de liberdades individuais, próprias da segunda metade do século XX, a pobreza endémica e a guerra colonial constituíam um gravoso cenário, que alimentava o descontentamento popular”.

Contudo, adiantou, a inevitabilidade da queda do Estado Novo “nada retira ao mérito dos militares que tomaram a iniciativa de desafiar o poder instituído”.

Considera que em democracia muitas vezes esquecemos “a defesa dos nossos direitos”, adiantando que “a expressão do nosso descontentamento cívico ou político não se paga com a liberdade, muito menos com a vida. Tal não pode ser dito do que se passava em 1974 quando um grupo de 200 homens marchou sobre Lisboa para desafiar o regime”.

“Na verdade, apesar das tímidas reformas levadas a cabo por Marcelo Caetano que deram origem à expressão Primavera Marcelista, a repressão do regime, após as revoltas estudantis do final dos anos sessenta, endureceu e as prisões políticas aumentaram nesta fase final do regime”, vincou, pelo que foi “necessária notável dose de coragem e determinação para que estes homens, alguns sem terem completado 20 anos, arriscassem uma revolta cujo resultado era incerto, mas cujas consequências poderiam ter de pagar – como pagaram – a elevado preço”.

E é isso, segundo a autarca, que se homenageia: “A coragem que emerge das situações desesperadas, a generosidade que sempre subjaz a uma ação que visa o bem de todos, a abnegação de quem sabe que defende algo maior que si próprio”.

“25 de Abril tem que ser comemorado com o 16 de Março”

O presidente da Assembleia Municipal das Caldas da Rainha, Lalanda Ribeiro, recordou que o monumento é uma obra do artista plástico e escultor José Santa Bárbara. Considera ser uma obra importante, salientando que “o 25 de Abril não pode ser comemorado de uma forma isolada, tem que ser assinalado com o 16 de Março” porque “são dois marcos históricos que estão ligados”. Espera que no 50º aniversário do 25 de Abril o 16 de Março “seja relembrado”.

Lalanda Ribeiro também desafiou a autarquia a distribuir o livro “Nascida das Águas e o 16 de Março de 1974” pelos agrupamentos escolares, para que “os jovens possam aprender sobre este acontecimento que deu origem à revolução”. 

Emanuel Sebastião, presidente do Núcleo de Caldas da Rainha da Liga de Combatentes, manifestou que o 16 de Março é conhecido pela “intentona das Caldas” e ainda pelo “Golpe das Caldas”. Também é da opinião que foi um percursor daquilo que “depois veio a ser o 25 de Abril”. Defendendo mais investigação sobre o 16 de Março, indicou que os militares que estavam no quartel das Caldas e organizaram o 16 de março foram depois colocados em “todas as unidades a nível nacional e levaram o bichinho da revolta para todo o lado”.

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