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Caldense e o seu marido em lua de mel sem data para voltar

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 Sempre foram duas pessoas “avessas ao que é dito como normal, o comum...”. Valéria e Bernardo, casaram a 11 de setembro e partiram para o Vietname a 4 de outubro, sem data para regressar. “Takeapostcard” é a conta de Instagram que retrata as suas aventuras e que tem 9 mil seguidores. O JORNAL DAS CALDAS dá a conhecer a história deste casal. 
Dia do casamento de Valéria e Bernardo

 Sempre foram duas pessoas “avessas ao que é dito como normal, o comum…”. Valéria e Bernardo, casaram a 11 de setembro e partiram para o Vietname a 4 de outubro, sem data para regressar. “Takeapostcard” é a conta de Instagram que retrata as suas aventuras e que tem 9 mil seguidores. O JORNAL DAS CALDAS dá a conhecer a história deste casal. 

Valéria Pereira, de 32 anos, natural das Caldas da Rainha, casou com Bernardo Filipe de 31 anos, natural de Mafra, e decidiram dar um novo rumo às suas vidas.

Largaram a casa que tinham alugado e pediram licença de vencimento dos empregos para concretizar um sonho.

O casamento realizou-se na Quinta da Bichinha, perto de Alenquer, numa cerimónia civil, e entretanto embarcaram numa viagem de lua de mel “sem volta” pelo mundo, com passagens só de ida nas mãos. A primeira paragem dos jovens recém-casados foi no Vietname.

A jornada da aventura é compartilhada por meio das redes sociais na página no Instagram “Takeapostcard”. Na sua página contam já com 9 mil seguidores e mais de 250 publicações, de forma a partilharem as melhores imagens e os melhores momentos.

Ao início apenas utilizavam a conta para mostrar as suas viagens aos amigos e família. A exposição ganhou uma “pequena dimensão” pelo que decidiram partilhar diariamente alguma foto ou vídeo mais criativo que fazem quando viajam. “É uma página pura de viagens nossas que quando não estamos a viajar se torna numa página de lifestyle”, disseram.

Publicam fotos e vídeos que tiram durante a viagem. O objetivo é manter a “comunidade portuguesa (28%) da nossa conta em contacto connosco, que possam acompanhar a nossa aventura e que se mantenham entretidos ao longo dos próximos tempos (num dia de chuva e frio em Portugal iremos estar numa praia qualquer paradisíaca com calor)”. “Basicamente fazer aquilo que gostávamos de ver quando estávamos desse lado, a acordar cedo para ir trabalhar, com responsabilidades e contas para pagar”, salientaram.

O que gostaram de ver mais no Vietname até este momento foi “Múa Cave. Na cidade rural de Ninh Binh, local onde foram gravaram cenas de King Kong, foi “o melhor até agora”.

Quanto ao próximo destino, essa é uma questão que “alimenta a curiosidade da nossa comunidade no Instagram”, querendo manter o “segredo e a expetativa” que irão “desvendando ao longo do caminho”.

Valéria Pereira nasceu nas Caldas da Rainha. A casa dos seus pais é na Amoreira, em Óbidos. Estudou até ao 12º ano no Colégio Rainha Dona Leonor, nas Caldas e concluiu o Curso de Gestão de Turismo na Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste. 

Antes da viagem trabalhava como consultor de vendas no setor do retalho, numa loja em Lisboa.

Valéria conheceu o seu esposo no trabalho. “Trabalhámos juntos durante dois anos e meio na mesma loja. Ao início nada fazia prever o que o futuro nos trazia, mas a verdade é que antes de o Bernardo sair da loja houve uma aproximação sem explicação. Namorámos durante dois anos e meio”, contou.

Bernardo Filipe estudou até ao 12º ano em Mafra e licenciou-se em Gestão pelo ISEG em Lisboa e trabalhava como gerente de uma marca de retalho de luxo em Lisboa.

Casaram num dia em que tudo “faria prever chuva intensa durante todo o casamento! A verdade é que esteve um lindo dia de sol, foi sem dúvida um dia memorável a recordar e ainda hoje não sabemos como se fez um dia de sol tão lindo. Foi ajuda divina”.

Aquando dos preparativos para o dia do casamento começaram por pensar numa viagem de três semanas pelo Japão. Desde o início que decidiram que era para a Ásia que queriam ir. “Quando percebemos os custos da viagem estipulámos esse valor como o nosso budget e o Bernardo partiu para as suas análises para perceber o que poderíamos fazer noutro ponto do globo pelo mesmo valor. Surgiu o sudeste asiático e a América Latina. Este último mais perigoso e ainda assim com valores de custo de vida elevado, e aí percebemos que o sítio mais “barato” para onde poderíamos ir seria o sudeste asiático”, relatou, Valéria Pereira.

Saturação da vida na cidade

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A primeira paragem dos recém-casados foi no Vietname

Ambos se encontravam numa “situação de saturação da vida em Lisboa” e como queriam aproveitar muito o início de casamento, surgiu a ideia de se ausentarem por um ano dos seus trabalhos, de entregar a casa arrendada que tinham (para não ter gastos mensais) e de partir para a aventura. “Um ano para viajar, um ano para mudar de vida, mas na verdade não sabemos quanto tempo será, é apenas um marco base para nos orientarmos”, referiram.

Segundo o casal, a escolha do sudeste asiático foi uma junção de qualidade/preço, “tendo em conta a situação financeira e económica a nível global que estamos a passar, passar o máximo de tempo num sítio do mundo em que temos maior poder de compra faz-nos também fugir à inflação dos tempos correntes e assim não haver uma desvalorização tão grande do nosso capital”. 

Para Valéria e Bernardo está a ser uma experiência “incrível”. “Tudo muda. O cheiro, os hábitos, as pessoas, o vento, a temperatura, até o próprio sol é totalmente diferente”, contaram.

Na passada semana estavam alojados num resort na cidade de Hue, no centro de Vietname. A cidade é uma zona costeira banhada também pelo rio Perfume. Esse alojamento estava a escassos 100 metros do rio, “algo idílico”. Ao segundo dia de estadia foram “apanhados” por uma “pequena depressão tropical, que rapidamente subiu de nível para tempestade tropical”. “Toda a província fora devastada por chuvas intensas, cidades alagadas e os leitos dos rios subiram uns bons metros”, relataram. 

“O nosso resort tinha 15 bungalows. O rio galgou as margens e inundou o nosso resort. A meio da noite fomos evacuados para o ponto mais alto (não tinha mais de dois metros do nível do rio). Felizmente no dia seguinte parou de chover, mas o panorama era de um autêntico filme de terror”, lembraram, acrescentando que nunca tiveram “tanto medo na vida”.

Ao JORNAL DAS CALDAS disseram que “cada vietnamita estava na mesma situação e nos não pararam de nos ajudar, sem pedir nada em troca. Trouxeram-nos um barco e evacuaram-nos para a cidade mais próxima. Não esqueceremos a bondade das pessoas”.

Quanto à sua sobrevivência, uma vez que não trabalha, o casal contou que pouparam muito “durante este último ano”. “Podemos dizer que foi um dos anos mais difíceis de aguentar. Primeiro porque estivemos ansiosamente à espera que passasse para casar, e segundo, porque nos privámos de muita coisa para poupar dinheiro para a viagem. O nosso ano foi casa-trabalho-casa, gastos fixos, alimentação básica, nada de jantares, compras ou despesas supérfluas”, adiantaram.

Além do capital que têm fazem colaborações com a maior parte dos alojamentos onde ficam. “O hotel/alojamento dá-nos estadia em troca de material fotográfico e exposição na rede social. Esse material fotográfico que entregamos o hotel poderá mais tarde utilizar para as suas plataformas de reservas como Booking, Agoda etc, de forma a chamar a atenção quando alguém estiver a pensar em escolher o áhotel. A exposição é basicamente a partilha da nossa estadia para que a comunidade possa ter acesso s páginas do hotel e posteriormente ter interesse em ficarem alojados no mesmo”, explicaram.

A alimentação normalmente é o gasto a “100% que temos”. Ainda assim no Vietname, por exemplo, “num dia para duas pessoas de alimentação gastamos 20 euros. A ideia do sudeste asiático foi exatamente porque é muito barato”, salientaram.

Reconstruir casa de família na Lagoa de Óbidos

Segundo Valéria e Bernardo, na primavera têm que voltar a Portugal pois têm “agendada uma colaboração com um alojamento numa das nove ilhas do arquipélago dos Açores”. Ainda assim têm imensos sonhos por “concretizar a nível de países para visitar”.

Quando voltarem a Portugal querem reconstruir uma pequena casa de família junto à Lagoa de Óbidos. Será o seu lar mas gostariam muito um dia poder ter um “alojamento local e manter recorrentemente o contacto com pessoas, maioritariamente viajantes”. Consideram que a zona de Óbidos tem “bastante turismo pelo que será um caso sério de estudo, até porque podemos mesclar os nossos dois backgrounds, gestão (Bernardo adora números) e hotelaria (Valéria adora alojamentos)”.

O casal disse que passou por muitos obstáculos nestes últimos anos. “Não dentro da nossa relação mas coisas da vida. Muitos deles deixaram marcas em nós que até hoje não foram 100% curadas”, relataram.

O que torna especial a “nossa história foi a criação da nossa relação, mais do que amorosa, de amizade”.

“Sofremos juntos, sorrimos juntos e sonhamos juntos, assim deve ser e assim sempre será entre nós”, concluíram.

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Partilham imagens e vídeos na conta de Instagram “Takeapostcard”
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