Com um largo sorriso nos lábios, o ultra-maratonista de Salvaterra de Magos, de 50 anos, chegou à sede da União de Freguesias de Nossa Senhora do Pópulo, Coto e São Gregório acompanhado por oito atletas das Caldas e pelo desportista de Óbidos Jorge Serrazina. “Alguns foram ter com ele à Nazaré e outros a Famalicão com o intuito de dar o apoio não só ao atleta como à causa”, disse José Cardoso, do executivo da União de Freguesias, que também correu alguns quilómetros com João Félix.

Esta etapa iniciou na praia da Vieira e terminou nas Caldas da Rainha, onde o atleta pernoitou. A “Volta a Portugal a Correr” será concluída em Lisboa no dia 8 de agosto.

João Félix propôs-se correr 1250 quilómetros em torno de Portugal para chamar a atenção para a problemática da violência doméstica e ao mesmo tempo homenagear os profissionais de saúde que combatem a pandemia. Segundo disse, “a ‘Volta a Portugal a Correr’ junta vários objetivos, um deles é a superação de correr em pleno verão uma média de 50 quilómetros por 25 dias e sensibilizar as pessoas para a violência doméstica, um flagelo que tem atormentado o nosso país”. “O desporto deve ser um veículo de promoção social”, salientou.

Destacou o grupo local que o acompanhou referindo que tem a felicidade de ser “muito acarinhado pelas pessoas e entidades porque tem a ver com a partilha e que se identificam com aquilo que estamos a fazer”.

Recordou que já participou na “Corrida Pela Vida” da União de Freguesias de Nossa Senhora do Pópulo, Coto e São Gregório e que é uma honra “voltar”.

Sociólogo de profissão, considera que esta iniciativa é “uma ajuda para que as pessoas denunciem”, mas é “muito pouco para atacar a problemática da violência doméstica”. “É preciso haver outras ações, é preciso haver outro trabalho a montante para que possam trabalhar toda esta problemática”, apontou. “Quem sabe se daqui nascerá uma ideia de uma associação. É preciso aproveitar sinergias”, adiantou.

João Félix faz supervisão técnica às casas de acolhimento no país e lida com a violência doméstica todos os dias. “A minha área de intervenção é sobretudo crianças e jovens e nada mais infeliz é uma criança não ter a sua família e o seu futuro garantido”, manifestou.

“Também quero com esta iniciativa agradecer aos profissionais de saúde que, na linha da frente, vão fazendo “das tripas coração” para amenizar e combater a dramática pandemia que nos está a assolar nestes últimos meses”, expressou.

Apoio logístico da União de Freguesias

A etapa da praia da Vieira até às Caldas da Rainha teve o apoio logístico da União de Freguesias de Nossa Senhora do Pópulo, Coto e São Gregório e contou com a presença do presidente, Vítor Marques, no momento da chegada à Rua das Montras.

“Por natureza estamos sempre envolvidos neste tipo de causas”, disse o autarca.

João Félix completou em 2017 o “Desafio da Estrada Nacional N2 a Correr: Chaves-Faro”, num percurso de 739,260 km, durante 14 etapas. Correu, em média, 52 km por dia, em autonomia, sob as altas temperaturas do mês de agosto.

Dos vários desafios de João Félix destacam-se, entre outros, a “1.ª Volta ao Ribatejo a Correr” (328 km), a prova “Porto-Lisboa a Correr: da Foz do Douro à Foz do Tejo” (360 km), a prova “Tróia-Sagres a Correr” (224 km) e o “desafio N2 de Brompton”, durante o qual pedalou 739,260 km numa bicicleta dobrável roda 16.