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Nazareno deixou de estar infetado com o Covid-19

Francisco Gomes

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Depois das lágrimas, do sufoco e da luta ao longo de vários dias para que o marido fosse retirado do navio Diamond Princess ao largo do Japão e levado para um hospital, surgiram as notícias mais aguardadas por Emmanuelle Maranhão – Adriano não está infetado com o Covid-19 e pode voltar à Nazaré, sua terra-natal e onde reside.

Foi no dia 22 de fevereiro que começou a angústia de Adriano Maranhão, de 41 anos, que ficou a saber, depois de um teste à saliva, que estava contaminado a bordo do cruzeiro Diamond Princess, atracado no porto de Yokohama, no Japão, em quarentena. Desde então, ele e a sua esposa, a partir da Nazaré, travaram uma luta para conseguir que fosse transferido para uma unidade hospitalar, o que veio a acontecer três dias depois. O alívio veio no passado domingo, com os resultados negativos a novos testes realizados a 26 e 28 de fevereiro. Já na posse do certificado de alta hospitalar, que assegura que Adriano Maranhão não está contaminado, o regresso a Portugal está por dias. “Agora que o certificado esclarece que ele está pronto para viajar, vai para um hotel tratar dos papéis e reservar os voos para Lisboa, através de um agente da empresa”, revelou no domingo Emmanuelle Maranhão, a esposa, que foi incansável no processo que levou o nazareno até ao Fujita University Health Hospital, em Okazaki, no Japão, onde foi submetido a vários testes, entre os quais recolha de amostra de saliva e das mucosas nasais, ao mesmo tempo que fazia a monitorização da febre, da oximetria (exame no dedo capaz de medir a percentagem de oxigénio transportado na circulação sanguínea) e fazia auscultação do peito e controlo das pulsações. Embora esteja disponível para cumprir mais algum período de quarentena, não se pensa que seja preciso, admitindo-se até a dúvida se na realidade chegou a estar infetado. “Penso que os obstáculos foram todos ultrapassados. Parto do princípio que até ao final da semana ele estará de regresso aos meus braços”, relatou Emmanuelle. Adriano completou: “Voluntariamente não me apresentar, porque os testes deram negativos, mas não teria problema em ficar de quarentena se fosse necessário. Penso que o mais tardar até quinta-feira estarei a ir para Portugal”. “Estou tranquilo e feliz”, declarou o nazareno. Com a função de canalizador há cinco anos na empresa Princess Cruises, Adriano estava no cruzeiro desde 13 de dezembro. Soube da existência do vírus a bordo a 4 de fevereiro e continuou a exercer as suas funções, enquanto o navio ficou de quarentena. O teste à saliva foi feito no dia 20 de fevereiro, data prevista para regressar para Portugal, o que se tornou impossível por vir a confirmar estar contaminado. “Ligou-me a dizer que era necessário eu falar com a empresa e com o governo para tirá-lo de lá”, relatou Emmanuelle quando começou a longa jornada de contactos para que o marido fosse levado rapidamente a um hospital, um processo nada fácil por “falta de comunicação oficial da empresa” proprietária do barco. As diligências junto do Governo português acabaram por resultar, mas antes disso Adriano desabafou sentir-se como “um parasita”, ao estar desprezado no barco sem assistência. Segundo a esposa, Adriano estava “fechado em isolamento na cabine sem acompanhamento médico” e mostrava-se “revoltado e cansado, mas não tinha tosse, nem febre ou outros sintomas”. “Tinha comida com ele e não saía para ir à messe, porque podia infetar as outras pessoas”, adiantou. Depois da pressão mediática e dos múltiplos contactos que desenvolveu, o marido não só passou a receber refeições na cabine como foi até analisado por um médico. Faltava no entanto a retirada do navio Diamond Princess, o que aconteceu a 25 de fevereiro. Saiu do barco e foi transportado durante várias horas de autocarro em direção ao Fujita University Health Hospital, uma unidade de saúde recém-construída e cuja inauguração estava prevista para abril. Juntamente com Adriano foram transportadas cerca de vinte pessoas de várias nacionalidades, todas nas mesmas circunstâncias. Com Emmanuelle em constante contacto por telemóvel, usando a rede internet do hospital, conseguiu garantir que a informação sobre o seu estado de saúde fosse acompanhada à distância.

Outros portugueses a bordo

Em relação aos outros quatro tripulantes portugueses, um deles apresentou sintomas de febre e saiu do navio para os hospitais locais. Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, “não quer ser identificado” e pediu que a sua situação “seja mantida privada”. Os outros três ainda a bordo foram submetidos a testes que deram sempre resultados negativos. Na passada sexta-feira foram transferidos para o National Tax College Wako Campus, um colégio adaptado a unidade hospitalar e centro de acolhimento na cidade de Wako, na província de Saitama, no Japão. Num grupo de vinte pessoas seguiam Hélder Vigia, de 49 anos, da Nazaré, técnico de manutenção, e Daniel Silvério, de 54 anos, de Alcobaça, carpinteiro, para cumprirem um período de 14 dias de quarentena.

Origem desconhecida

Depois de se ter avançado que o Covid-19 tinha sido transmitido de morcegos para os pangolins (e depois para os humanos), a Universidade Agrícola do Sul da China admite que houve um erro nos testes. Os técnicos da universidade tinham revelado que um vírus encontrado num pangolim tinha um genoma 99% igual ao do Covid-19. Mas uma nova análise genética mostrou que o genoma tinha apenas uma equivalência de 90%, o que não é suficiente para afirmar que o pangolim está na origem deste vírus.

Como os morcegos são reservatórios naturais de coronavírus, os cientistas acreditam que estes animais têm de estar na origem do vírus que causa a doença Covid-19, mas salientam que alguma outra espécie pode ter servido de ponte entre os morcegos e as pessoas para que o vírus se propagasse. Os especialistas acreditam que o vírus foi transmitido por algum dos animais mais consumidos e comercializados em Wuhan, na China, onde começou a epidemia.

Sessão de esclarecimento

Realiza-se na próxima quinta-feira, às 18h00, no auditório da Biblioteca Municipal da Nazaré, uma sessão pública de sensibilização e esclarecimento sobre o Covid-19, com Fernando Guerreiro, autoridade de saúde municipal da Nazaré. A sessão é organizada pelo Município da Nazaré, no âmbito do plano de ação da Proteção Civil Municipal.

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