Como responsável pela equipa que elaborou o Plano Estratégico de Desenvolvimento Caldas da Rainha 2030, a intervenção de Augusto Mateus partiu dos múltiplos trabalhos que teve oportunidade de desenvolver no concelho.
A economia circular e sustentabilidade ambiental são para o economista matérias determinantes em relação às quais cada território tem uma estrita obrigação de contribuir para a “sustentabilidade do nosso planeta para a criação de maior eficiência na gestão dos recursos naturais”. “Se nada fizermos do ponto de vista de mudança da sustentabilidade ambiental e ecológica o planeta acabará”, apontou o economista.
A estratégia que Augusto Mateus defende para as Caldas da Rainha não é uma animação todas as semanas com um tema sobre o ambiente, mas sim “uma alteração das responsabilidades públicas e privadas com a construção de uma economia com um teor de carbono mais baixo e com estratégias para melhorar a posição que temos nos próximos dez, vinte anos”.
O ex-ministro da Economia falou também da proximidade que temos que construir que passa pela “transformação positiva das nossas condições de produção e consumo de vida”. “Não ganhamos muito em ter um hospital de proximidade, mas ganhamos em termos cuidados de saúde de proximidade para ter a menor perturbação da nossa vida e no nosso trabalho”, referiu. O economista deu o exemplo: “Se uma pessoa tiver um enfarte do miocárdio o objetivo não é ser tratado num hospital de proximidade, mas chegar com vida ao melhor hospital possível para poder continuar vivo e ter uma vida prolongada”.
Entre o que é a proximidade e o que é a eficácia, Augusto Mateus considera que “temos que saber escolher bem”.
Segundo Augusto Mateus, “a economia começa nas necessidades. Eu sou competitivo se conseguir interpretar melhor e mais depressa do que os outros aquilo que os consumidores verdadeiramente querem”.
“Temos nas Caldas da Rainha e no Oeste inúmeros exemplos de como a cultura e a indústria criam vantagens competitivas”, disse Augusto Mateus, sublinhando que “mais que traduzir para inglês, o que temos de fazer é dar vida a ideias absolutamente fundamentais”.
“O Oeste é o único território onde se desenvolveram coisas que chamamos fábrica/escola e são sítios onde as pessoas aos diferentes níveis tecnológicos e produtivos e de responsabilidade são capazes de experimentar e aumentar drasticamente as caraterísticas dos produtos”, apontou o economista.
Para que Caldas da Rainha possa ter “dinâmica demográfica positiva e combater uma taxa de crescimento natural negativa, tem que, segundo Augusto Mateus, atrair “talentos, pessoas e empresas”, revelando que os grandes fatores de criação de riqueza são “cultura, criatividade e conhecimento”.
“Saber apresentar soluções absolutamente inovadoras e economicamente racionais para o conforto do lar, da vida e convivência na casa, e fugir da economia da quantidade é o grande desafio que está na estratégia para as Caldas da Rainha”, adiantou Augusto Mateus.
Perante um auditório com mais de 600 pessoas, o economista concluiu a sua intervenção salientando que é fundamental “transformar a aventura de tornar o planeta habitável e sustentável numa aventura criadora de riqueza”.
Sustentabilidade da CGD passa pela aposta nos canais digitais
Neste evento, subordinado ao tema “Dinâmicas Empresariais”, coube a Francisco Cary, administrador executivo da CGD, iniciar a sessão, referindo que os encontros “Fora da Caixa” têm sido promovidos pelo banco ao longo dos últimos dois anos em que, “percorreram 20 distritos, onde mais de 70 oradores debateram temas diversificados sobre como potenciar as oportunidades de desenvolvimento em cada região”, contando com uma assistência de mais de 13 mil pessoas e 490 mil visualizações digitais.
O responsável explicou que outro objetivo destes encontros é “continuar a mostrar a vitalidade da CGD” e a vontade de “estarmos juntos dos nossos clientes que são a razão de existência do banco”. Francisco Cary destacou a importância que se revestem as “pequenas e médias empresas enquanto área de negócio crucial e para qual se pretende que a CGD assuma a sua quota de mercado, contribuindo para o desenvolvimento da economia portuguesa de forma sustentável, salvaguardando o respetivo risco associado”.
“A sustentabilidade da CGD passa pela inovação dos serviços através das plataformas digitais e pela agilidade da resposta aos clientes”, afirmou o presidente executivo do banco, Paulo Macedo, que encerrou o evento.
“Quase 40% dos nossos clientes não quer ir a nenhuma agência, quer é ter a melhor aplicação do mercado, um contato mais rápido, uma resposta célere e de acordo com o local que ele queira e não num local predeterminado”, defendeu.
Num encontro onde foi discutida a importância de ligar a arte à economia, o quadro “O Fado”, de José Malhoa, ganhou vida através de um momento performativo dinamizado pelos artistas Inês Fouto e José Ramalho e com o músico Tiago da Neta.
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