O envolvimento na luta operária, a participação destacada na Liga dos Comunistas e na Associação Internacional de Trabalhadores, as principais obras teóricas, as mudanças forçadas de país, a família e a amizade com Engels são alguns dos temas em destaque nos painéis sobre “a vida ímpar”, do filósofo e coautor do Manifesto Comunista.
Organizada de modo cronológico, a mostra também sublinha os principais contributos teóricos de Marx e Engels, no que diz respeito à ditadura do proletariado bem como à lei da baixa tendencial da taxa de lucro às crises permanentes do capitalismo, e ainda como a sua aplicação numa atualidade que a cada dia confirma a validade das teses centrais do marxismo-leninismo. Fazem parte ainda da exposição livros, documentos e cartazes sobre o filósofo.
Convidado a participar nesta iniciativa esteve o membro do Secretariado e do Executivo da Direção da Organização Regional de Leiria do PCP, André Martelo, que explicou que “esta mostra é uma exposição sintética do vasto legado de Marx”. Além disso tem como objetivo abranger o maior número de pessoas, de modo a que elas percebam que o legado de Karl Marx tem “atualidade nos dias de hoje”.
André Martelo também explicou que “Karl Marx não se limitou a interpretar o mundo, foi mais longe e apontou os instrumentos para a sua transformação, de modo a permitir a realização das necessidades humanas, e acabar com a exploração do homem pelo homem”.
Igualmente referiu que “o património teórico que Karl Marx delegou à humanidade aponta-nos um caminho e não se limitou a constatar aquilo que estava mal na sociedade capitalista”. Nesse sentido “deixou-nos uma doutrina que aponta para um caminho de transformação e que rasga os caminhos de futuro”.
Outro aspeto que destacou foi o facto de o capitalismo continuar a demonstrar como a sociedade está dividida em classes antagónicas e como a busca permanente do lucro máximo concentra a riqueza em cada vez menos mãos. Deu como exemplo o caso da riqueza gerada em 2017, em que “apenas 1% dos 82% gerados foi parar às mãos da população”, e isso levou “ao agravamento da exploração, do desemprego, da precariedade, do aumento das injustiças e desigualdades sociais, do ataque a direitos sociais e laborais, da negação de direitos e liberdades democráticas, mas também da guerra, que surge cada vez mais como resposta à crise do sistema de exploração e opressão”.
Ao desvendar a missão histórica da classe operária, Karl Marx também esteve juntamente com Engels na fundação do partido revolucionário de vanguarda do proletariado e na elaboração do primeiro programa comunista. “Desde então tornou-se uma grande força revolucionária, em que são inseparáveis os avanços libertadores, entretanto alcançados”, recordou André Martelo, adiantando que o PCP “não abdica de ser consciente e orgulhoso do seu papel, bem como na afirmação do seu projeto transformador e revolucionário de luta para a construção do socialismo e do comunismo”.
Considerou ainda que é um “partido com uma vida inigualável ao reafirmar o princípio marxista que sempre orientou a sua ação”.
Na exposição, que está patente até ao dia 4 de novembro, também esteve José Carlos Faria, da Direção da Organização RegionaI de Leiria do PCP, que considerou importante dar a conhecer o legado de Karl Marx, quer no plano filosófico, quer ao nível da teoria, enquanto instrumento de análise social. Além disso afirmou que é “uma ferramenta de ação política para a transformação do mundo”.
Ainda no âmbito do bicentenário do nascimento de Karl Max decorrerá no Museu do Ciclismo, no próximo sábado, às 16h, a passagem do filme “O Jovem Marx”, com José Carlos Faria, e ainda no dia 2 de novembro, pelas 21h30, uma sessão pública sobre a vida e obra de Marx, contando com a participação do diretor do Avante, Manuel Rodrigues, e da Comissão Política do Comité Central do PCP.
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