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A minha participação no Partido Socialista Brasileiro

Rui Calisto

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Comecei a fazer política no ano de 1983, aos 18 anos, na cidade de São Paulo. Era um período conturbado, por causa da ditadura militar (ou quinta república brasileira). Uma época em que as bocas deveriam permanecer fechadas e qualquer conversa dentro de um estabelecimento comercial, ou mesmo na rua, deveria ser muito cuidadosa, pois, ouvidos atentos poderiam levar-nos para calabouços escuros e cheios de ratos, ou para uma vala comum, com o corpo crivado de projéteis.
Rui Calisto

Desde 1960, quando Jânio Quadros (1917-1992) foi eleito para a presidência da república, que o povo não possuía o direito de ir às urnas. Toda uma geração não conseguia compreender o que era viver em um país onde a democracia fosse prática comum. O que não poderia continuar a acontecer. Por isso, forças de esquerda, e de centro-esquerda, trabalhavam meticulosamente, para, em momento propício, através de cautelosa atividade parlamentar, cooptar a maioria dos deputados presentes, instigando-os a votar favoravelmente uma Proposta que estava a ser urdida nos bastidores (a ditadura militar estava em vigor, porém, o congresso nacional possuía elementos de valor, que pensavam, mais no país do que em si próprios. Bons tempos).

Foi, no mês de março, num dia de trivial ação na tribuna, que o deputado Dante de Oliveira (1952-2006) apresentou a proposta de emenda constitucional (PEC) nº 05/1983, gesto que mudaria a história do Brasil. O teor dessa proposta intentava para o restabelecimento das eleições presidenciais diretas.

No rasto dessa Proposta, inicia-se a campanha das Diretas Já. A primeira grande ocorrência foi registada no dia 12 de janeiro de 1984, na cidade de Curitiba (no local conhecido como Boca Maldita), no Paraná. Aproximadamente 50 mil pessoas (inclusive eu, e mais dezenas de simpatizantes do clandestino PSB) estavam lá. A 10 de abril, fomos para a Candelária, no Rio de Janeiro, no meio de uma multidão que ultrapassava um milhão de pessoas. A 16 de abril estavam na Praça da Sé, em São Paulo, um milhão e meio de pessoas (comigo incluído) fazendo de suas vozes o eco da liberdade.

Naturalmente, estávamos todos confiantes na reviravolta política e acreditávamos que a extrema-direita cairia rapidamente, porém, o congresso nacional, atira com a emenda ao chão, chumbando-a por 298 votos contra 65 (e 3 abstenções. Num total de 366 presenças, em um universo votante de 479 deputados).

Os partidos (clandestinos ou não), especialmente o Partido Socialista Brasileiro (e, posteriormente, o Partido dos Trabalhadores, do qual também fiz parte) não baixaram os braços. Tendo, inclusive, o apoio maciço de uma população cansada da opressão, da miséria e da desigualdade. Em 15 de janeiro de 1985, depois de muita pressão popular, o presidente da República, Tancredo Neves (1910-1985), foi eleito, através do voto indireto, no colégio eleitoral (formado por membros do poder legislativo federal, que contava com uma coligação de partidos da oposição, que ficou conhecida como Aliança Democrática).

A 14 de março do mesmo ano, Tancredo Neves é hospitalizado. Acabando por morrer a 21 de abril, de infeção generalizada. José Sarney, o seu vice, assume a presidência da república.

A luta popular e partidária (de esquerda) continuava forte, pois, era sabido que nada estava ainda conquistado. A pequena abertura que se conseguira, levou o Brasil a um novo patamar, porém, foi com a nova Constituição, promulgada a 15 de outubro de 1988, que o cenário começou a mudar efetivamente. Alterou-se tanto que, no dia 15 de novembro de 1989, foi eleito, por voto direto, democrático, o primeiro presidente da República depois de 1964.

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