Nada fazia prever o que aconteceu, na passada quarta-feira, pouco depois das 19 horas porque o jovem atleta, residente em Alfeizerão, não tinha acusado nenhum problema e os exames médicos eram sempre positivos desde que está no clube, há vários anos.

“Cinco minutos depois de iniciar o aquecimento ainda não tinha tido uma carga física mais exigente. Ele fazia os exames médicos no início de cada época e não tínhamos nenhuma informação de historial clínico que pudesse prever uma coisa destas. Os pais também não sabem de nada”, revelou Eduardo Pecegueiro, presidente da coletividade na qual Bernardo Dourado jogava no escalão sub-18.

“Podia ter acontecido em qualquer lado mas vamos esperar pela autópsia para dissipar dúvidas”, adiantou o dirigente, que reconheceu que o clube “está devastado”. “Era um miúdo muito querido e sempre disponível para ajudar, inclusive para apitar jovens noutros escalões. Isto deitou-nos abaixo”, manifestou.

Bernardo Dourado jogava na equipa que disputava o campeonato nacional, e nos dois últimos encontros em que participou marcou dois ensaios. Deveria voltar a jogar no último sábado. “O rugby prima pela união e interessa reunir os atletas e falar sobre o que aconteceu, para tentar ultrapassar esta situação, que é difícil para todos”, comentou o presidente do clube.

Em comunicado, o Caldas Rugby Clube transmitiu a suspensão de todas as atividades desportivas até ao passado domingo, incluindo treinos e competições dos diversos escalões. A bandeira na sede da coletividade foi colocada a meia-haste e entretanto outros clubes solidarizaram-se e sugeriram a realização de um minuto de silêncio nos jogos que iriam lugar.

A Federação Portuguesa de Rugby expressou o seu “mais profundo pesar” pelo falecimento de Bernardo Dourado. “Pelo seu enorme entusiasmo pela modalidade, a Federação presta-lhe a sua homenagem, apresentando à família, amigos e clube os seus sentidos pêsames”, comunicou a estrutura federativa, que fez observar, nas competições organizadas no passado fim de semana, um minuto de silêncio em memória do jovem.

Conhecido por “Benny” entre os amigos, Bernardo era um jovem sempre disponível para ajudar o clube, até para apitar jogos, o que o tornou merecedor de muitos elogios. Também era escuteiro, na secção Exploradores do agrupamento 869 de São Martinho do Porto, onde também era bastante popular pelo seu espírito voluntarioso. No Colégio Rainha D. Leonor, que frequentava, os colegas receberam apoio psicológico.

A família, apanhada de surpresa, está chocada com o sucedido. O funeral realizou-se no sábado, em Alfeizerão.