A Associação Comercial dos Concelhos de Caldas da Rainha e de Óbidos (ACCCRO) pediu uma reunião com caráter de urgência à PSP devido aos assaltos a estabelecimentos comerciais na zona nobre da cidade. Na passada semana, no espaço de quatro dias, duas grandes lojas de referência da cidade foram literalmente varridas pelos meliantes que entraram destemidos nos estabelecimentos e levaram toda a mercadoria que quiseram. Ambos os assaltos ocorreram durante a madrugada, um na Rua das Montras numa loja de roupas, onde se estimam dois a três mil euros de prejuízos. Da segunda loja, na Rua do Jardim, foram levadas roupas num valor ainda não apurado, mas que ascendem aos milhares de euros de prejuízos. Ambos os comerciantes escusaram-se a falar sobre os assaltos, por se sentirem agastados com a situação. Resignados, porque não veem da parte da PSP e das autoridades, capacidade para solucionar a onda de assaltos e insegurança, optaram por colocar grades nos estabelecimentos para voltarem a abrir as suas lojas. Um dos comerciantes disse mesmo que não acredita em nenhuma solução porque “a cidade está morta e sem pessoas” e da parte de quem poderia inverter essa situação “não se vê coragem ou atitude para a mudar”. A única pessoa que ainda poderá dar a cara e lutar para que esta condição se altere é João Frade, presidente da ACCCRO, que disse já falou com o vereador do pelouro do comércio, onde exigiu igualmente uma reunião para que seja implementada rapidamente a opção de guarda noturnos ou videovigilância. “Teremos de ver com a câmara municipal qual a solução. Todos os governos anteriores andaram a adiar a solução deste problema com a implementação de guardas noturnos, depois aconselhavam a colocação de vídeo vigilância, mas até agora não temos nada. A Câmara e o Governo têm de tomar uma decisão para tornar a cidade mais segura. A crise está a agravar-se e pode haver um aumento da criminalidade nos próximos tempos”, disse. João Frade revelou que “vamos pedir mais uma vez à PSP o reforço da vigilância e patrulhamento nos estabelecimentos comerciais. Depois vamos pedir à câmara, mediante a sua disponibilidade financeira, para avançar para os guardas noturnos ou vídeovigilância”. O representante dos comerciantes também pede aos comerciantes para colocarem grades nos estabelecimentos. “As lojas que têm produtos que sejam atrativos para os assaltantes, de futuro devem colocar alguma proteção para que estas situações não aconteçam. As ourivesarias e farmácias tomaram essas medidas”, indicou, rejeitando a tese que a PSP não tem meios para guardar os bens dos comerciantes, optando por referir que “o tipo de assaltos que se cometem hoje em dia, em dois ou três minutos, provocam dificuldades de reação às forças policiais. Os polícias não podem estar em todo lado”. Entretanto existe uma onda de revolta que começa a surgir por parte de um grupo de comerciantes que estão desagradados e a pensar se vale a permanecer na cidade ou ir para outra. Carlos Barroso