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A socrática e plástica criatura política

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Dá-me um certo gozo (por um lado, porque, por outro, tenho náuseas) ver que agora quase toda a gente diz que Sócrates, como político (mesmo de um criticável PS) não presta. Logo em 2006, para não falar já da campanha, escrevi que Sócrates era um político de plástico (ou pior ainda de bakelite, que era […]

Dá-me um certo gozo (por um lado, porque, por outro, tenho náuseas) ver que agora quase toda a gente diz que Sócrates, como político (mesmo de um criticável PS) não presta. Logo em 2006, para não falar já da campanha, escrevi que Sócrates era um político de plástico (ou pior ainda de bakelite, que era uma espécie de plástico antigo que se partia), vendido pelo marketing político, como quem vende um sabonete, um detergente, ou um lixiviado lava tudo (desde o chão às sanitas). Sócrates prima por não ter uma estratégia para o País (ou se a tem ela caminha a passos largos para o desastre). É verdadeiramente um produto político sem alma (ou se tendo alguma, por ínfima que seja, a vendeu ao Diabo), que nos governa agarrando-se ao poder pelo poder, distribuindo benesses pelas clientelas, que se constituem em rede, que sustentam a criatura e o seu regime. Mas se Sócrates é isto, em termos de estratégia, para Portugal, em termos de táctica é um mestre, para não falar já na sua grande habilidade para construir factos políticos, para gerir a sua imagem nos media, para agarrar a mínima falha dos adversários e dela se aproveitar, para se sair por cima (até o mestre Louçã se deixou levar, na campanha eleitoral, com a história dos PPRs, das deduções fiscais, de que Sócrates, agora, da pior maneira, se apropriou, como se a crítica, que, nessa campanha, fizera a Louçã, não tivesse existido e, deste modo negando-se e desdizendo-se, com uma lata própria de um charlatão vendedor da mais falaciosa, aldrabona, banha da cobra). Foi, de facto de mestre, em termos tácticos, este plano de medidas de austeridade (que produz cortes brutais, a começar, desde logo, pelos salários da classe média baixa da Função Pública) para deixar o Passos Coelho e o seu PSD, com as calças na mão.   Se eles (Passos e companhia) queriam cortes na despesa, então o mestre Sócrates, aplica cortes drásticos na despesa; e, assim, tira das mãos do seu adversário, do PSD, o “brinquedo”. Digamos, pois, que se o plano do ponto de vista da eficácia nos conduzirá a uma abismal recessão e de um ponto de vista, estratégico (desde logo para combater o flagelo do desemprego) é um desastre, do ponto de vista da pura táctica política é, sem sombra de dúvida, de mestre. Até o Medina Carreira baixou o volume da crítica à criatura Socrática! Depois Sócrates soube, também, como um mestre escolher o tempo próprio para o anúncio, quando Cavaco já não tinha oportunidade de intervir e apenas pode fazer figura de mestre de cerimónias. Em suma, uma jogada de mestre que nos conduz ao abismo, mas que lhe garante a iniciativa política. Mesmo que no seu PS comecem a haver estilhaços (vozes dissonantes), quem mais fica em fanicos, com abundantes contradições no seu seio, é o PSD, de Passos, que se encontra na situação de ser “preso por ter cão e por não o ter”. Faça o PSD o que fizer com a votação do Orçamento, sair-se-á sempre mal. Pedindo ou não desculpa, Passos estará, provavelmente, “lixado” (há quadros técnicos sindicais do PSD a gritar a plenos pulmões pela Greve Geral). E com isto, com Orçamento ou sem Orçamento, Sócrates que já tinha ganho o Poder até ao Verão do próximo ano (por causa do calculismo eleitoral de Cavaco, a braços com a reeleição), ganhou um novo” élan” e a iniciativa política, por muito tempo e só a esquerda, à esquerda do PS, poderá capitalizar o descontentamento (ou o mestre Paulo Portas, um pouco menos, se continuar a usar a sua habitual demagogia). Claro que quem com isto se “lixa” é o País, que de impasse em impasse, de desastre em desastre, caminha para o desastre final.   Portugal precisava, como de pão para a boca, de um conjunto de combinadas estratégias para o seu desenvolvimento, para fazer face à crise. Produzir, produzir, devia de ser a nossa palavra de ordem, mas temo que se passe o contrário, que a crescente recessão leve a muitas mais falências e, consequentemente, a um desemprego ainda mais extenso.   Fernando Rocha – Deputado Municipal do Bloco de Esquerda nas Caldas da Rainha

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