O Clube Naval de Peniche, com cerca de 800 sócios, está fechado desde o passado dia 11 por “não existirem condições de segurança necessárias ao normal funcionamento”, comunicou a direcção aos associados, após a “rotura do revestimento de duas vigas das estruturas do edifício bem como de parte da pala exterior”. “Estamos sujeitos a levar com um pedregulho na cabeça. Os pedaços que caíram do tecto na zona do bar, com a deterioração, chegavam a pesar quase três quilos e meio. Se estivessem pessoas ao pé das mesas tinha sido complicado”, relatou Carlos Tiago, um dos sócios mais antigos do clube, criado em 1956 e há 19 anos junto à marina de Peniche. O espaço pertence à Câmara Municipal mas está cedido ao clube, que aguarda há seis meses a transferência para outras instalações, uma vez que autarquia pretende demolir o imóvel, que está irrecuperável. “Temos uma grande frequência diária, porque assumimos a gestão da marina, somos uma escola de formação náutica, asseguramos o abastecimento de combustíveis às embarcações e enchimento de bombas de oxigénio, e damos apoio administrativo”, apontou Maria Antonieta, uma das funcionárias, que lamenta que “uma terra como Peniche não tenha um clube náutico com instalações decentes”. A direcção pediu uma vistoria de urgência a realizar pelos serviços camarários para avaliar as condições de sustentabilidade do imóvel, onde chove no interior, o que já originou a degradação de arquivos e coloca em risco o material informático. Segundo António José Correia, presidente da Câmara de Peniche, “há muitos anos que se procurava encontrar uma solução para as instalações que estão a ser utilizadas pelo Clube Naval e a 12 de Agosto foi aprovada uma candidatura às Parcerias para a regeneração urbana, liderada pela Câmara Municipal. Nesse conjunto de intervenções está incluída uma comparticipação de 180 mil euros para a construção da sede, que ascenderá a 300 mil euros”. De acordo com o autarca, “estamos a trabalhar com o Clube Naval para encontrar uma solução transitória, já que as actuais instalações são para demolir. Com a colaboração do Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos foi resolvida uma parte com um armazém na área portuária. Outra parte, e com a nossa colaboração, será uma solução de contentor(es) a colocar próximo do actual espaço”. Francisco Gomes