Uma mulher residente em Vila Real e que passava férias nas Caldas da Rainha ficou ferida com gravidade na praia da Lagoa, na Foz do Arelho. Foi socorrida por dois nadadores salvadores da concessão quando se estava a afogar, ao final da tarde de 21 de Julho. A mulher, com cerca de 60 anos, estava acompanhada por familiares, mas ter-se-á ausentado dos acompanhantes e ao deslocar-se para uma área sem vigilância veio a ser vítima das correntes e fundões da Lagoa de Óbidos. O alerta foi feito por populares e pescadores que estavam junto à zona das chapas. “Estávamos no nosso posto de praia e fomos alertados para uma ocorrência numa zona sem vigilância a cerca de 300 metros das nossas concessões. Fomos socorrer a senhora que estava de cabeça para baixo à nossa chegada e inconsciente. Tirámo-la da água e pedi imediatamente a máscara de reanimação, porque reparei que a senhora não estava a ventilar nem a insuflar oxigénio”, relatou Nuno Viana um dos nadadores salvadores. Depois das manobras de reanimação, “a senhora produziu vómitos”, o que o fez colocá-la em “posição lateral de segurança”. Depois pediu para chamar 112 e logo de seguida chegou a Polícia Marítima da Foz do Arelho e com a ajuda dos agentes foi controlada a situação até chegarem os elementos do INEM afectos aos bombeiros e os profissionais de saúde da VMER de Caldas da Rainha, que evacuaram a mulher para o hospital em estado considerado grave. “A senhora não falou nada. Esteve sempre rígida. Estava roxa. Quando a tirámos de água não tinha qualquer reacção. Nunca tinha passado por uma situação assim”, afirmou Nuno Viana. O outro nadador-salvador, Henrique Dias, descreveu que as duas senhoras que acompanhavam a mulher “não se aperceberam do acidente”, mas assim que se depararam com a situação “ficaram em estado de choque”. Henrique Dias disse que para fazer o salvamento pegaram naquilo que puderam e correram até à zona das chapas, a cerca de 300 metros do local da concessão e da sua área de actuação. A mulher acabou por ser salva com sucesso e segundo um familiar encontrava-se estável na unidade hospitalar de Caldas a reagir bem aos tratamentos. Aproveitando este acidente Nuno Viana apela a que as pessoas “não nadem ou tomem banho em zonas não vigiadas”, frisando que a zona onde se deu este acidente tem uma placa que diz “zona não vigiada e zona interdita”. Este nadador salvador sente-se ainda inconformado com o facto de mesmo ao lado da concessão, no cais, as pessoas continuarem a saltar para a água e a permanecerem naquela estrutura, apesar dos avisos e alertas. “O cais está interdito e está gente a saltar. As pessoas cortam a fita e continuam a saltar. Já lá fui buscar três pessoas este ano”, lamenta, acrescentando que “o marinheiro está quase sempre lá e eu também apito, mas viramos costas e eles vão lá para cima”. Carlos Barroso