O Serviço de Urgência Pediátrica da Unidade de Caldas da Rainha não dispôs de médicos pediatras entre as 08h30 de 1 de outubro e as 08h30 de 2 de outubro, por falta de recursos humanos médicos, pelo que não esteve a funcionar.
O Centro Hospitalar do Oeste (CHO) transmitiu que em caso de necessidade de atendimento deveria ser contactada previamente a Linha SNS 24 e que em situações urgentes houvesse recurso à Urgência Pediátrica do Hospital de Torres Vedras (em funcionamento entre as 09h00 e as 21h00).
Em virtude da situação verificada no país de recusa dos médicos em fazer horas extra além do limite anual suplementar de 150 horas previsto na lei, prevê-se que haja constrangimentos em vários serviços nas Caldas da Rainha, como a Medicina Interna, Cirurgia e Ortopedia.
Apesar das dificuldades de disponibilidade de médicos, o CHO revelou que este ano, de janeiro a agosto, reforçou a sua atividade assistencial à população, realizando 111.522 consultas médicas (mais 4,6% do que no mesmo período no ano passado) e 6.773 cirurgias (mais 21,4%). Foram ainda registadas 11.740 sessões de hospital de dia (mais 18,5%) e 113.542 atendimentos (mais 2,6%) nas três urgências do CHO (Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche).
Entretanto, os deputados Hugo Oliveira, Paulo Pinto, Olga Silvestre e João Marques, da bancada do PSD na Assembleia da República, apresentaram um requerimento com perguntas ao ministro da Saúde, pretendendo saber qual o ponto de situação das obras na Obstetrícia no Hospital das Caldas da Rainha e se terminam em outubro como anunciado.
O serviço está encerrado desde 1 de junho para a requalificação da maternidade, com o prazo até ao final de outubro. “A situação tem causado constrangimentos às grávidas da região”, recordam os deputados.
Os social-democratas questionam ainda quando será criada a Unidade de Cuidados Intensivos no Centro Hospitalar do Oeste, anunciada em 2021 pelo então secretário de Estado de Saúde para os hospitais das Caldas da Rainha e de Torres Vedras.
Queixa em Bruxelas
A Comissão de Utentes do CHO anunciou que decidiu instaurar um processo-crime contra o Governo e enviar para Bruxelas, onde deu entrada no dia 26 de setembro, reclamando que “a saúde no Oeste seja tratada de uma forma digna a que todos os utentes têm direito”.
“Uma vez recorridos a todos os meios do nosso país e não vermos satisfeitas as nossas pretensões”, justificou a comissão, decidiu avançar com a queixa.
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