A exposição ‘Nove Capas para o Zeca’, de José Santa-Bárbara, estará patente entre dia 31 de maio e 17 de julho na Sala Polivalente da Biblioteca do Campus 3 da Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha (ESAD.CR).
Com curadoria de Abel Rosa, esta exposição resulta da colaboração entre Zeca Afonso e José Santa-Bárbara e das histórias que daí advieram. A programação e produção é da Associação Zeca Afonso – Núcleo das Caldas da Rainha, da ESAD.CR e das Bibliotecas do Politécnico de Leiria.
Na mostra estará a capa de ‘Traz Outro Amigo Também’, com um retrato de Zeca com um dedo à frente, entre os retratos antigos. “Fizemos essas fotos numa máquina de photomaton, em Alvalade.
O Zeca lá se sentou, mas os óculos estavam sempre a descair-lhe do nariz, e a Zélia, sua mulher, teve de os endireitar”, conta o autor da mostra, citado por Abel Rosa, na descrição da exposição. A figura do animal de ‘Eu Vou Ser Como a Toupeira’ foi retirada de um dicionário ilustrado: “Toupeira é a pessoa que trabalha para subverter as instituições”.
Encontram-se também as provas de cor do álbum ‘Cantigas do Maio’, o desenho de ‘Cantares do Andarilho’, textos, fotografias de Patrick Ullmann durante as gravações de ‘Cantigas do Maio’, em França, uma delas histórica, com José Afonso, José Mário Branco e Francisco Fanhais sobre a gravilha do jardim do estúdio, durante a gravação de ‘Grândola Vila Morena’, refere Abel Rosa.
No dia 1 de junho, pelas 16h00, decorrerá uma aula aberta a toda a comunidade, no âmbito do curso de Design Gráfico, com José Santa-Bárbara, que partilhará o processo de criação das capas dos álbuns do Zeca Afonso.
José Santa-Bárbara nasceu em Lisboa em 1936. Designer e artista plástico, frequentou o Liceu Camões em Lisboa. Santa-Bárbara dedica-se a múltiplas áreas e atividades: design gráfico, design de equipamento urbano, interiores e mobiliário, design industrial, desenho, pintura, cerâmica (azulejo), gravura, ilustração; escultura, medalhística.
Foi o responsável pelo Gabinete de Design da CP desde 1971, tendo concebido o logótipo da empresa e o design dos interiores e exteriores das automotoras da Série 2300 (1990-94).
O projeto foi a primeira experiência de design em material circulante ferroviário em Portugal e teve grande sucesso: recebeu mesmo um prémio nacional de design, com o prémio especial do júri do European Community Design Prize, o primeiro prémio internacional de design recebido por uma companhia portuguesa.
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