O Partido Socialista de Caldas da Rainha discorda do teor do artigo de opinião publicado no Observador pelo presidente da Câmara, Vitor Marques, considerando que “degradar a discussão, ao hostilizar os decisores políticos, apenas tem como resultado a ostracização dos caldenses, que deixarão de ser tidos em conta no processo deliberativo”.

“Dá como certa a escolha de um local tendo por base a sua cor política. Não só não foi anunciada qualquer localização definitiva nem pelo Ministro da Saúde, nem pelo Primeiro-Ministro, como consideramos fundamental o papel do presidente da Câmara, enquanto representante-maior dos caldenses, neste processo, pelo que lhe imputamos a responsabilidade de defender o nosso município enquanto local preferencial para a construção do novo Hospital do Oeste e lhe censuramos a sua utilização como arma de arremesso político”, manifestou o PS.

“Defendemos uma argumentação construtiva e positiva, que não se baseie em ataques a partidos políticos, para que se concretize a construção do novo hospital neste concelho. A defesa do CHO e da construção do novo hospital é um assunto suprapartidário e de maior importância para a população, pelo que cremos ser necessária a união e o consenso de todas as forças político-partidárias deste concelho”, transmitiram os socialistas.

Em resposta ao comunicado do PS, o presidente da câmara das Caldas, Vitor Marques, diz que a localização do novo hospital do Oeste é muito importante e quer que a escolha seja baseada “em critérios válidos e não em apenas dois requisitos o tempo e a distância”.

Alega que não pode afirmar que “haja favorecimento em territórios governados pelo PS”, mas admite há um conjunto de fatores que “são preocupantes para nós”. “Desde logo a começar pela própria comissão exclusivamente da área da saúde, com a ex-ministra da saúde socialista, Ana Jorge, quando deveria ter outras áreas de trabalho envolvidas”. 

Entretanto, a Comissão de Utentes do Centro Hospitalar do Oeste afirma “discordar totalmente com os elementos nomeados por parte do governo para analisarem qual a melhor localização para a construção do Novo Hospital do Oeste, na medida em que a presidente, tendo sido ex-Ministra da Saúde do PS e fazendo parte do PS, bem como outros elementos, colocam em causa a imparcialidade do parecer final sobre onde deverá ser construído o mesmo”.

Para Vitor Diniz, “da parte do Governo deveriam ser nomeados para o grupo de trabalho elementos que não pertencessem ao PS ou mesmo não tivessem qualquer ligação partidária, de forma a demonstrar a preocupação de uma total imparcialidade sobre o mesmo”.