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Aprovada moção que acusa leviandade na escolha da localização do novo hospital

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Perante os dados conhecidos do estudo encomendado pela Comunidade Intermunicipal do Oeste (OesteCIM) sobre o futuro da política de saúde do Oeste que dá preferência ao concelho do Bombarral para instalar o futuro hospital do Oeste, a Assembleia Municipal das Caldas da Rainha aprovou por unanimidade, no passado dia 28, um acrescento à moção que já tinha sido apreciada e autorizada em sessão extraordinária duas semanas antes.
Fernando Costa foi à Assembleia Municipal dizer que a moção não tem as devidas conclusões

Perante os dados conhecidos do estudo encomendado pela Comunidade Intermunicipal do Oeste (OesteCIM) sobre o futuro da política de saúde do Oeste que dá preferência ao concelho do Bombarral para instalar o futuro hospital do Oeste, a Assembleia Municipal das Caldas da Rainha aprovou por unanimidade, no passado dia 28, um acrescento à moção que já tinha sido apreciada e autorizada em sessão extraordinária duas semanas antes.

O acréscimo à moção que argumenta as razões pelas quais a localização só poderá ser em Caldas da Rainha, sugerido pelos elementos do Partido Socialista, diz que a Assembleia Municipal “considera simplista e irresponsável identificar uma posição sobre a localização do novo hospital baseada apenas no critério único de equidade, medida exclusivamente em tempo e distância ao longo da A8 e rodovias adjacentes, desconsiderando os critérios da eficiência, da produtividade e da sustentabilidade financeira do investimento”. 

“Estamos perante um erro político grave de avaliação da natureza do investimento público na construção de um novo hospital e da desconsideração política da análise multicritério ponderada e exaustiva que deve suportar a tomada de decisão pública do Estado”, concluiu a moção, que vai ser enviada à Comissão de Saúde da Assembleia da República, ao Ministério da Saúde, à Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, à OesteCIM e ao Centro Hospitalar do Oeste (CHO).

José Marques, mentor do Hospital Oeste Norte, foi à sessão relatar o seu desagrado com o resultado do recente estudo apresentado e dizer que está cansado de lutar pelo hospital e que “para este assunto é a última vez que venho à assembleia”. Alega que o estudo “não tem validade técnica porque não comporta o que está prescrito no livro que tem os critérios para escolha de terrenos para a edificação do novo hospital”. Recordou que defende dois hospitais: Oeste Norte e Oeste Sul. “Esta minha ideia é conhecida nas Câmaras das Caldas e Torres Vedras e no Ministério da Saúde”, referiu, acrescentando que espera que “não haja mais hesitações porque Caldas já perdeu uma oportunidade de ter hospital e era muito grave errar uma segunda vez”.

O ex-presidente da Câmara das Caldas, Fernando Costa, também foi à sessão criticando o presidente da Assembleia Municipal que não o deixou usar da palavra na reunião extraordinária para aprovar a moção sobre o estudo de localização do novo hospital. Para o ex-autarca, este é “o assunto mais “grave que as Caldas tem pela frente no último século”, lamentando que “se ande a perder tempo”.

“Já passaram 15 dias e ainda a moção não foi aprovada”, relatou, revelando que discorda em absoluto daquele documento”. Apesar de considerar que “as perguntas enunciadas na moção estão muito bem feitas”, afirmou que “faltam as conclusões”. “Uma moção não pode ser apenas o somatório de um conjunto de perguntas”, apontou, referindo que “se o conteúdo não for substancialmente alterado é uma moção sem sal”.

Fernando Costa referiu que há pessoas na assembleia que podem saber mais do Hospital do que ele, mas que “não há ninguém que tenha tanta responsabilidade ou tanta obrigação de saber como eu”, oferecendo a sua ajuda ao executivo da autarquia. Lembrou que em 1986 quando entrou para a Câmara “havia já a ideia de alargar o hospital, essencialmente o bloco operatório e o serviço de internamento, para mais de 200 camas, cujo projeto foi aprovado em 1990 pelo ex-ministro Arlindo Carvalho”. “O projeto tinha como intuito lançar o bloco de urgência que está feito e o bloco de ampliação do hospital e ainda serviços internos, que iria ocupar um pouco da Mata Rainha D. Leonor e que iria colidir com o furo do Hospital Termal, razão pelo qual a administração hospitalar foi contra”, descreveu.

Segundo o ex-autarca, andaram desde 1992 até 2008 a discutir o projeto e programa até que o “ex-primeiro Ministro, engenheiro Sócrates, chegou às Caldas e disse que não precisávamos de um hospital alargado porque iriamos fazer um novo hospital”.  

O antigo presidente da Câmara recordou ainda que pediu à edilidade para fazer um estudo que a própria autarquia subscreveu à Oestecim e que o resultado “está à vista de todos”. “O hospital não vem para o nosso concelho por culpa da Câmara das Caldas (anterior executivo)”, sublinhou, afirmando que “precisamos de nos unir para ter uma estratégia de defesa do hospital, porque isto é a maior derrota de sempre”.

Depois de o presidente da Assembleia Municipal, Lalanda Ribeiro, lhe ter dito para finalizar o discurso por ter terminado o tempo, Fernando Costa disse que “a falta de tolerância para eu dizer mais algumas coisas importantes demonstra como a Câmara e Assembleia estão a ser dirigidas”, abandonando o pequeno auditório do Centro Cultural e de Congressos, onde decorreu a sessão.     

Carlos Ubaldo, ex-candidato pelo BE à Câmara das Caldas, falou do polémico estudo que “causou dúvida e polémica”, considerando que os deputados da Assembleia da República eleitos pelo distrito de Leiria “devem ter um papel ativo na defesa do novo hospital”.

O deputado municipal pelo Vamos Mudar, António Curado, disse que defende um “único hospital para todo o Oeste”. Referiu que na última assembleia extraordinária sobre a saúde procuraram trazer soluções, nomeadamente quando foi dito que havia “quem considerasse que a moção estaria incompleta”. “O que procurámos foi que houvesse unanimidade e que não se tocasse em qualquer um dos pontos, mas que se acrescentassem dois parágrafos, com os contributos de palavras que foram proferidas pelo deputado do PS, Jaime Neto”.

Alberto Pereira, deputado do PSD, revelou que a bancada do seu partido concorda em “absoluto com a introdução dos dois parágrafos e congratula-se com a votação do texto acrescentado da moção que foi aprovado por unanimidade”.

António Barros, ex-deputado da CDU na Assembleia Municipal das Caldas, criticou a forma lenta como está a decorrer a questão do novo hospital, afirmando que “sempre fui e continuo a ser um defensor que o hospital deveria ser onde o senhor presidente da autarquia defende, na zona junto à Matel nas Caldas”.

O porta-voz da Comissão de Utentes do CHO, Vítor Dinis, disse que para além da preocupação com a nova localização do hospital, há outra tão importante: “Como é que nos próximos dez anos vamos viver com este estado de saúde”. 

Afirmou ainda que “anda uma equipa de médicos externos a ir aos hospitais limpar as macas para que quando a inspeção médica vá à unidade esteja tudo bem”. “Os políticos e a administração tentam demonstrar que está tudo bem quando está mal. Isto chama-se uma máscara!”, relatou.

O deputado do PS, Jaime Neto, respondeu a José Marques, revelando que defendem que deve haver um “único hospital e que deve ficar localizado nas Caldas porque para ser produtivo e eficiente tem que estar localizado junto a uma cidade que tenha uma dimensão económica e social adequada”.

Vitor Marques, presidente da Câmara, disse que o município vai reunir com João Gomes, novo diretor executivo do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Oeste Norte.

Respondendo a José Marques referiu que reconhece o trabalho que tem desenvolvido. Transmitiu que foi feita uma apresentação do estudo e que o mesmo ainda não foi “entregue e que irá depois ser partilhado com todas as forças políticas”.

A Fernando Costa manifestou que conta com a colaboração de “todos”. Deu notas das ações que têm sido feitas e defendeu que todos têm que se “envolver”.

“Temos que defender os nossos serviços, nomeadamente de Obstetrícia, porque eles são bons. Não podemos pôr em causa os serviços praticados, mas devemos colocar as debilidades que acontecem todos os dias”, declarou. “O CHO não é uma ilha, temos de perceber que tem de ser feito em conjunto”, afirmou.

Considerou importante os hospitais comunicarem publicamente todos os encerramentos para que a população tenha conhecimento.

Foram distinguidas 48 PME’s das Caldas

O deputado municipal José Almeida, do movimento Vamos Mudar, disse que foram distinguidas 48 PME’s do concelho de Caldas da Rainha, que dão trabalho direto a 1371 trabalhadores e refletem um volume de negócio superior a 314 milhões de euros, tendo uma capacidade de exportação de 7,7 milhões de euros.

Da análise desse universo, “verificamos que o principal peso é o do setor do comércio (com um peso de 52%), seguido da construção e imobiliário (com 19%) e os setores do turismo e o dos serviços, com um peso de 8% cada um”.

Em termos de dimensão, “35 são pequenas empresas (menos de 50 trabalhadores, volume de negócios e balanço até 10 milhões de euros) e 11 são médias empresas”. “37 destas empresas renovaram esta distinção anual, o que significa que continuam com uma situação líquida positiva, têm a situação regularizada perante a Segurança Social e perante a Autoridade Tributária e não têm salários em atraso”, apontou.

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