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Refugiada e filha de dois anos e meio fogem para as Caldas

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Quando começaram os bombardeamentos na Ucrânia, Tatiana Hoshovska, de 31 anos estava com a filha Viktóriia, de dois anos e meio, na casa dos pais, em Ivano-Frankivsk, onde o aeroporto foi atingido. Por conselho do marido, que na véspera tinha feito 40 anos e que ficou como voluntário para a guerra, ela pegou na menina e saiu do país de carro para a fronteira com a Hungria. Uma familiar que vive nas Caldas da Rainha foi ao seu encontro.
Apelo à paz no território ucraniano

Quando começaram os bombardeamentos na Ucrânia, Tatiana Hoshovska, de 31 anos estava com a filha Viktóriia, de dois anos e meio, na casa dos pais, em Ivano-Frankivsk, onde o aeroporto foi atingido. Por conselho do marido, que na véspera tinha feito 40 anos e que ficou como voluntário para a guerra, ela pegou na menina e saiu do país de carro para a fronteira com a Hungria. Uma familiar que vive nas Caldas da Rainha foi ao seu encontro.

Antes de conseguir abandonar o país, com apenas algumas peças de roupa no carro e bens essenciais, o marido enviou-lhe uma fotografia para o telemóvel que dava conta da presença de um avião russo junto à estrada onde ela ia passar, alertando-a para voltar para trás. Mas seguiu em frente, demorando oito horas a chegar à fronteira.

“Foi para uma fronteira mais pequena porque a saída para a Polónia já estava cheia”, contou Mila Kostyuk, que vive há vinte anos nas Caldas da Rainha e que com a filha, Viktoriya Ivasiv, apanharam um avião para se encontrarem junto ao aeroporto de Budapeste, na Hungria.

“Temos a mesma avó e somos uma família muito unida. Quando começou a guerra dissemos para as mulheres e crianças virem, só que ninguém queria vir. Quando a Tatiana contou que vinha, dissemos-lhe que iria ficar connosco nas Caldas da Rainha”, relatou Mila Kostyuk.

Atravessaram de carro a Hungria, Eslovénia, Itália, França e Espanha, até chegarem a Portugal, após vários dias de viagem.

Tatiana trabalhava para o estado ucraniano na fronteira e agora nas Caldas da Rainha pretende arranjar uma ocupação.

“Fomos à ação social da Câmara das Caldas para ver o que podem ajudar, precisamos de uma creche para menina, trabalho e local onde fazer curso de língua portuguesa. Fomos ao Centro de Emprego e já enviámos documentos para o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras”, descreveu Mila Kostyuk.

“Ela lá tinha uma vida estável. A família também, por isso houve familiares que não quiseram vir, como os pais, que têm uma loja, onde vendem pão. Os sobrinhos gémeos, de 14 anos, também ficaram e disseram que vão ajudar no que for preciso. Há muita gente a sair mas muitos homens a entrar”, descreveu a familiar da refugiada, que fez notar que Tatiana Hoshovska “de corpo está cá, mas a mente está lá”.

A ucraniana, que revelou sentir o apoio do povo português, referiu que o marido, que tinha uma empresa agrícola, está na Ucrânia a fazer vigias à noite. “Ele não conta muito do que fazem para ela não chorar”, adiantou Mila Kostyuk.

Tatiana Hoshovska está agora longe do teatro de guerra, dos bombardeamentos e das sirenes a tocar constantemente, e não sabe quando volta a ver a família.

Quer Tatiana, quer Mila, pediram para não serem fotografadas para esta reportagem.

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