A CDU-Coligação Democrática Unitária pretende “continuar a batalhar enquanto força decisiva para a área da cultura, independentemente da oposição e da influência que tenhamos”, sublinharam os dois candidatos do partido pelo círculo eleitoral de Leiria às próximas eleições legislativas, João Delgado e Henrique Fialho, na conversa sobre o setor da cultura que se realizou na passada sexta-feira, nas Caldas da Rainha.
Nesta ação, realizada no dia 14 de janeiro, no edifício da União de Freguesias Nossa Senhora do Pópulo, Coto e S. Gregório, o número dois da lista de candidatos pelo círculo eleitoral de Leiria da CDU, João Delgado, afirmou que o partido vai “continuar a trabalhar na defesa da cultura e das artes em qualquer dos órgãos que tenha intervenção, pois a cultura é uma questão central nas nossas prioridades”, esclareceu o vereador da Câmara Municipal da Nazaré.
A CDU defende “um verdadeiro serviço público da cultura, combatendo assim vivamente a mercantilização”, bem como a atribuição de 1% do Orçamento de Estado (OE) para a cultura. Contesta a precariedade dos trabalhadores da área, sendo outra das “questões elementares que a CDU debate, visto que o novo estatuto apresentado pelo Partido Socialista não vem resolver as questões que afetam os trabalhadores, mas vem sim penalizar a precariedade crónica a que muitos dos trabalhadores ficam condenados”.
O partido pretende um reforço generalizado dos apoios às entidades da criação artística e instituições culturais, mas também uma política de juventude direcionada para criação cultural, e ainda “a defesa do património edificado e arquitetónico, onde estão incluídos o Hospital Termal e o Céu de Vidro das Caldas da Rainha”. “É com esta abrangência e com esta ligação, que os nossos ativistas têm estado na área da cultura, em todas as suas dimensões”, referiu João Delgado, adiantando que “queremos continuar a batalhar enquanto força decisiva para área da cultura”.
Além de elencar algumas das propostas do programa eleitoral da CDU, o autarca da Nazaré disse que a “ligação ao movimento associativo na área cultural também tem sido desprotegido, tendo em conta os apoios e ferramentas que devia de ter para garantir a independência na produção cultural e artística”.
Já o número cinco pelo círculo eleitoral de Leiria, Henrique Fialho, destacou o facto de integrar “uma lista que presta atenção à cultura”. Disse também que “muitos dos problemas atuais vividos na área têm a ver com uma perspetiva errada da mesma, na qual redunda décadas de políticas de direita, que olham para cultura mais como um produto de mercado, meramente ligado ao entretenimento, do que um pilar fundamental das sociedades democráticas”.
No que diz respeito à proposta de 1% do OE para cultura, o candidato da CDU explicou que “tem na sua origem um tipo de pensamento diferente e uma perspetiva completamente oposta daquela que as políticas de direita vêm impedindo de concretizar”. “Não há democracia sem acesso à cultura”, afirmou Henrique Fialho.
Relativamente ao programa da CDU, o candidato disse que “elencamos propostas desejáveis, mas sobretudo realizáveis, tendo em vista a ideia de uma cultura acessível a todos, independentemente das possibilidades económicas de cada um”, e que se refletem também a nível local. Nesse sentido, “temos de olhar para cultura de outra maneira e atribuir-lhe uma outra importância”, caso contrário “a censura atualmente praticada não vai acabar e continuaremos a ter uma perspetiva da cultura meramente mercantil”.
Presente na iniciativa esteve o militante da CDU, José Carlos Faria, que referiu que “o PCP tem dedicado desde sempre uma atenção particular ao setor da cultura e às questões da criação artística, sendo uma história que se confunde com a própria do partido”. Nesse sentido, o partido defende “desde há muito a atribuição de 1% do OE para a cultura, como base mínima para o financiamento”, pois isso “irá conferir meios para que ação cultural e a cultura possam ter uma maior expansão, divulgação e abrangência”.
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