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Entrevista ao presidente da Câmara de Óbidos

“Pretendemos manter o equilíbrio entre a defesa da saúde das pessoas e a defesa da economia”

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O concelho de Óbidos assinalou o seu feriado municipal no dia 11 de janeiro. Em entrevista ao JORNAL DAS CALDAS, o presidente da Câmara, Filipe Daniel, disse que não será a pandemia que desviará a autarquia dos seus objetivos.
Daniel Filipe revelou que a Praça da Criatividade será inaugurada no primeiro trimestre deste ano

Entrevista ao presidente da Câmara de Óbidos

O concelho de Óbidos assinalou o seu feriado municipal no dia 11 de janeiro. Em entrevista ao JORNAL DAS CALDAS, o presidente da Câmara, Filipe Daniel, disse que não será a pandemia que desviará a autarquia dos seus objetivos.

JORNAL DAS CALDAS – Mais um ano que as comemorações do Dia do Município não se realizam devido à Covid-19. Estando no cargo de presidente do município de Óbidos há cerca de três meses, qual o impacto da pandemia nas contas da Câmara?

Filipe Daniel: Ainda é cedo para fazermos esse balanço. Por um lado, há uma série de medidas às famílias e às empresas que estamos a dar continuidade e a aprofundar, quando necessário. Por outro, há também medidas que vêm diretamente do Governo e regras que vão mudando consoante os desenvolvimentos da própria pandemia. Por estas razões ainda é cedo para chegarmos a valores concretos. Pretendemos, no entanto, manter o equilíbrio entre a defesa da saúde e a defesa da economia. Não será a pandemia que nos desviará dos nossos objetivos.

J.C.: Como é que vai responder à crise gerada pela Covid-19 no concelho?

F.D. – Estamos atentos, com a ajuda da autoridade local de saúde, aos números da pandemia, que apesar de serem, neste momento, elevados, nada têm a ver com a situação que vivemos há um ano, por exemplo. Não vamos fechar a economia do concelho, vamos continuar a organizar os nossos eventos, vamos continuar a apostar nas nossas freguesias, prestando todo o apoio necessário. O exemplo do Óbidos Vila Natal é muito sintomático do que digo. Tivemos cerca de 55 mil visitantes e cumprimos as regras. E se as pessoas vieram, é porque se sentem seguras. Portanto, defender a saúde e a economia ao mesmo tempo não é incompatível. A tipologia do nosso território permite-nos desenvolver uma estratégia de desenvolvimento económico, mesmo com as dificuldades impostas.

J.C.: No Dia do Município de Óbidos, é habitual o presidente da Câmara fazer um balanço do trabalho realizado. Como está nas funções há cerca de três meses, quais são os principais objetivos para o futuro do concelho de Óbidos?

F.D. – Os nossos principais objetivos passam por três grandes linhas orientadoras que considero fundamentais. Em primeiro lugar, é necessário criar um dispositivo de medidas para acelerar o crescimento económico assente na qualidade, na sustentabilidade e na inovação. Não basta crescer. É preciso crescer com qualidade. Quero um concelho com diversidade e com projetos que tragam qualidade indiscutível, independentemente da sua dimensão.

Quero também implementar um novo modelo de gestão territorial assente em três prismas e que é fundamental ser implementado. É urgente realizar um contrato urbanístico que clarifique e facilite a vida aos empresários e aos cidadãos. É preciso apostar na descentralização, na vida das nossas aldeias, mas, ao mesmo tempo, e porque estamos num território criativo e inovador, usar as novas tecnologias ao serviço da população. E é necessário agilizar procedimentos e tempo de resposta pelo Município através da implementação de ferramentas tecnológicas e formação contínua dos colaboradores.

J.C.: Quando será a inauguração da Praça da Criatividade? O que é que esta obra, num investimento de 3,1 milhões de euros, vai trazer para o concelho?

F.D. – A Praça da Criatividade será inaugurada no primeiro trimestre deste ano. É um espaço que trará uma nova dinâmica para Óbidos, com diferentes edifícios e estruturas, teremos um espaço multifacetado, com capacidade para acolher cultura, gastronomia, conferências e congressos e onde a literatura e o vinho deverão conviver num lounge.

Aquela zona, onde houve, em tempos, armazéns e o quartel dos bombeiros, terá um espaço multifacetado e dinâmico, com diferentes edifícios e estruturas, com capacidade para acolher conferências e congressos. Terá um anfiteatro para performances ou apresentações. Nesta Praça poder-se-ão aproveitar as diferentes zonas de estar e de lazer, sempre com a presença da escultura de José Aurélio, a famosa “mão” ou “pomba” de Óbidos. Será uma Praça, como o próprio nome indica, vocacionada para a criatividade e para as pessoas.

J.C.: São já um sucesso o Mercado Medieval, a Vila Natal, o Festival Internacional de Chocolate e o FOLIO – Festival Literário Internacional de Óbidos. Estão pensados mais eventos temáticos que projetem a marca de Óbidos?

F.D. – Vamos manter a política de eventos no concelho de Óbidos, ao longo de todo o ano, numa lógica de quebrar a sazonalidade inerente a um território como o nosso, altamente turístico e, por isso, muito dependente dos fluxos de pessoas. Os eventos têm essa capacidade de atrair, de trazer, de fazer mexer a economia durante todo o ano e, com isso, ajudar o nosso concelho e também os concelhos à volta. Achamos que os eventos terão de se reinventar, terão de ter novos figurinos e, acima de tudo, terão de continuar a surpreender. As nossas equipas estão altamente motivadas para poder continuar a surpreender quem nos visita. Para além dos eventos referidos, posso adiantar que estamos a estudar a criação de mais três eventos, um na área do desenvolvimento tecnológico e criativo, um outro evento na área da digitalização da agricultura e, finalmente, um outro evento na área do desporto. Estamos a trabalhar nisso, neste momento.

J.C.: A Taxa Municipal Turística de Óbidos entrou em vigor a 1 de janeiro de 2022. Como tem sido a reação das unidades de alojamento relativamente a esta medida?

F.D. – Ainda é muito cedo para tirar quaisquer conclusões. Contudo, a reação das unidades hoteleiras e de alojamento tem sido bastante positiva, tendo-nos inclusive contactado a parabenizar pela iniciativa, confiando e acreditando que estamos motivados em projetar e potenciar os seus negócios. Qualquer empresário que está habituado a investir entende o que queremos fazer pelo concelho, iniciando pelo embelezamento da jóia da coroa, a vila de Óbidos.

Esta taxa destina-se a suportar custos e investimentos relacionados com a atividade turística, nomeadamente a informação e apoio aos turistas, o reforço da segurança, a realização de obras de manutenção e de qualificação urbanística, territorial, patrimonial e ambiental do espaço público, bem como a criação de infraestruturas e pólos de oferta cultural, artística e de lazer.

J.C.: O património ferroviário apresenta-se, cada vez mais, como um importante produto turístico. Qual a sua opinião relativamente aos recentes investimentos anunciados para requalificar a ferrovia do Oeste?

F.D. – Entendo que o investimento na via férrea deveria ser mais ambicioso, nomeadamente no tempo de resposta. Investir 60 milhões de euros para ganhar apenas alguns minutos na viagem para Lisboa, é muito substancial, na lógica custo-benefício. Penso que seria mais importante o prolongamento da Linha do Oeste até Coimbra e, com isso, beneficiar todos os concelhos que estão a norte.

J.C.: Na altura da sua campanha para as eleições autárquicas defendeu a importância de investimento na saúde. O que vai fazer relativamente a esta área, uma vez que o concelho de Óbidos continua a ter falta de médicos nas unidades de saúde?

F.D. – Vamos continuar a fazer a pressão necessária para que o assunto seja resolvido. Esta é uma questão que não é de Óbidos, é do país. Ou seja, há falta de profissionais de saúde, para poderem ir ao encontro das reais necessidades da população, em várias regiões. Mas investir na saúde não é só aumentar o número de médicos, ou dignificar os edifícios que acolhem os centros de saúde, como estamos, de resto, a fazer, neste momento. Investir na saúde é também apostar na agenda da saúde e bem-estar, que não olha para a saúde numa perspetiva da doença, mas sim numa ótica de prevenção, através da prática do exercício físico, do apoio psicológico e nutricional. Já o estamos a fazer e vamos querer continuar a aprofundar esta política de prevenção.

J.C.: Relativamente ao novo hospital do Oeste. A localização é importante para si? O que defende?

F.D. – Não vou esconder que gostava que a localização do futuro Hospital do Oeste fosse no concelho de Óbidos, ou até entre Óbidos e Caldas da Rainha, por questões de centralidade e de acessos. Mas, na minha opinião, a localização não é o mais importante. O que realmente importa é que uma unidade deste género vá ao encontro do perfil de saúde dos utentes do Oeste, que tenha os equipamentos adequados e que consiga captar jovens talentos nas áreas da saúde e da investigação. Tudo farei para que o novo Hospital do Oeste seja uma realidade, seja onde for.

J.C.: Quais os principais projetos para o desenvolvimento de Óbidos?

F.D. – Encontramo-nos em fase de preparação de um conjunto de projetos articulados, com vista a uma maior permanência no nosso território, entenda-se dormidas. A pandemia ensinou-nos que não devemos estar totalmente dependentes de apenas um setor, de uma mono-dependência, ou nesse setor não haver diferenciação na oferta. Há que apostar na diferenciação, sempre com vista a padrões de elevada qualidade e sustentabilidade. Sem sustentabilidade ambiental não é possível ter um futuro de qualidade. Precisamos de um modelo de desenvolvimento assente na economia circular aplicada a todas as áreas de ação.

A educação é a nossa base e, como tal, tem de ser uma aposta forte deste executivo. Estamos a iniciar projetos importantes, que darão frutos no futuro.

O incentivo à prática desportiva já vem do mandato anterior, onde a vereadora Margarida Reis fez – e continua a fazer – uma grande aposta nesta agenda. E esse incentivo não passa só pela criação de infraestruturas, como os 120 quilómetros de percursos pedestres, quando estiver concluída, da nossa rede de caminhos pedestres, ou os apoios financeiros e logísticos que damos às nossas associações e coletividades. Estamos a falar numa mudança clara de paradigma, numa lógica de encarar a saúde não na perspetiva da doença, mas antes na perspetiva da prevenção.

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