As primeiras recolhas estão já disponíveis no site criado para o efeito, disponível em https://termascentro-aldeiasdoconhecimento.org. Como explicou Luís Costa, coordenador da associação Binaural Nodar, que está a realizar o projeto, este é um processo contínuo, a decorrer até ao final do ano, altura em que estarão disponíveis 400 vídeos: 20 por cada uma das 20 estâncias termais que integram o consórcio.
“As 20 termas formam um grande puzzle de conhecimentos, memórias e histórias. É essa multiplicidade de aspetos que estamos a recolher, num site organizado como um arquivo digital, com todas as recolhas catalogadas. O ‘Aldeias do Conhecimento’ é um projeto perene, construído de forma a poder continuar no futuro. Um arquivo nunca tem fim”, frisou Luís Costa.
Em cada um dos territórios termais são entrevistadas várias pessoas, sendo recolhidas e documentadas as suas memórias sobre temáticas que aprofundam o conhecimento sobre os estabelecimentos termais e os locais onde se situam. As recolhas consistem em entrevistas a antigos funcionários, a aquistas que frequentam as termas há várias décadas, aos proprietários dos alojamentos com história, por exemplo, mas também é ilustrado o universo sensorial das termas, com os sons, imagens e sensações que a água termal faz despertar.
Também presente na conferência de imprensa, Adriano Barreto Ramos, coordenador do consórcio Termas Centro, explicou que este é um projeto inserido numa estratégia mais vasta, que pretende aumentar a visibilidade das zonas termais. “As termas ainda são vistas por muita gente como sendo locais frequentados pelas gerações mais velhas, o que não corresponde à verdade. Com os projetos de promoção turística dos territórios que estamos a desenvolver, queremos inverter essa imagem e guardar essas memórias”, sublinhou.
Hugo Oliveira, vice-presidente da Associação das Termas de Portugal, em representação da Comissão Executiva do Provere Termas Centro, destacou o facto de este Provere ter como missão promover os territórios termais. “As termas, ao longo da sua história, sempre trouxeram visitantes aos territórios, não apenas pelos tratamentos, mas também por tudo o que envolve as águas termais. Ao promovermos o património estamos a atrair pessoas”, disse, elogiando o projeto: “Não podemos ouvir a Rainha D. Leonor a falar sobre as Caldas da Rainha, mas, graças a esta ideia, as gerações futuras vão poder ouvir os testemunhos dos seus antepassados sobre as termas da região”.
A encerrar a apresentação, Tinta Ferreira, presidente da Câmara Municipal das Caldas da Rainha, destacou o facto de esta apresentação acontecer no Hospital Termal e recordou a ligação que sempre existiu entre a cidade e as Termas. “Fomos o primeiro município português a integrar a Associação Europeia de Cidades Termais Históricas”, lembrou, antes de enaltecer o projeto “Aldeias do Conhecimento”: “Este projeto permite que, no futuro, os nossos descendentes tenham informação do que eram as termas em tempos anteriores. Mas também permite que os visitantes atuais fiquem a saber mais sobre as estâncias termais, ajudando à sua escolha”.
O projeto “Aldeias do Conhecimento” está a ser realizado para as Termas Centro pela associação cultural Binaural Nodar, que se dedica há mais de quinze anos à etnografia e criação artística sonora e audiovisual.
Um total de 20 estâncias termais da região Centro integra o consórcio Termas Centro, representando 60 por cento do mercado nacional. Inclui Termas de Alcafache, Termas de Almeida – Fonte Santa, Termas de Águas – Penamacor, Termas do Bicanho, Caldas da Felgueira, Caldas da Rainha, Termas do Carvalhal, Termas da Curia, Termas do Cró, Termas da Ladeira de Envendos, Termas de Longroiva, Termas de Luso, Termas de Manteigas, Termas de Monfortinho, Termas da Piedade, Termas de Sangemil, Termas de São Pedro do Sul, Termas de Unhais da Serra, Termas de Vale da Mó e Termas do Vimeiro.
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