Q

Previsão do tempo

13° C
  • Friday 17° C
  • Saturday 15° C
  • Sunday 14° C
14° C
  • Friday 17° C
  • Saturday 15° C
  • Sunday 15° C
14° C
  • Friday 18° C
  • Saturday 16° C
  • Sunday 15° C

Oppidum Ginja de Óbidos continua a apostar em novos mercados externos

Mariana Martinho

EXCLUSIVO

ASSINE JÁ
Com produção na aldeia de Sobral da Lagoa, em Óbidos, a Oppidum é uma das marcas de ginja que podemos encontrar na vila, mas que continua a ser feita de forma artesanal e usando ingredientes naturais que conferem à bebida maior qualidade, mantendo “o verdadeiro sabor do fruto”. Essa qualidade da Oppidum tem sido ao longo dos tempos premiada em diversos concursos internacionais, como foi o caso do galardão “Best Portuguese Fruit Liqueur”, atribuído pelo comité independente do World Liqueur Awards, no concurso internacional que no dia 15 de abril decorreu no Reino Unido, e que lhe permite “abrir portas para novos mercados”.
Marta Pimpão, filha do fundador Dário Pimpão (foto Marina Ferreira)

Criada em 1987, por Dário Pimpão, um licorista autodidata que decidiu continuar a arte do seu pai e que não queria que limitar-se à produção de ginja, atividade essa que ocupou as gerações anteriores, que comercializavam a produção local de ginjas para outras fábricas de licor de Lisboa e Alcobaça.

Foram esses conhecimentos herdados por tradição oral e a acesa paixão pela terra que fizeram com que o fundador da marca Opiddum canalizasse todo o fruto disponível para o seu negócio de produção de licor, que hoje em dia ainda continua a ser feito de forma artesanal.

A esta paixão pela ginja juntou-se mais tarde a sua filha Marta Pimpão, que tal como o seu pai, toda a vida lhe cheirou a ginjas em casa, seja em fruto ou seja em licor. Mas o irrevogável apelo levou Marta a formar-se em biologia marinha, área que nunca exerceu, acabando mais tarde por voltar aos ginjais da aldeia de Sobral da Lagoa.

“Às vezes é preciso sair, nem que seja para saber que nunca devíamos ter saído, e para percebermos onde é o nosso lugar. Então acabei por voltar para aqui”, contou Marta, diretora geral da Oppidum Ginja de Óbidos, que juntamente com o seu pai fez com que a empresa familiar crescesse e passasse dos fundos de uma padaria antiga para ser hoje uma marca com uma presença autónoma no mercado nacional e internacional.

Na Opiddum, o processo da produção da ginja continua artesanal, desde logo na seleção do fruto nos ginjais, com apanha manual, a escolha criteriosa dos frutos, e o conhecimento dos produtores, que fornecem há´ décadas as suas ginjas à empresa, onde as instalações também foram adaptadas com o passar dos anos e das necessidades.

“Desde o tempo dos meus avós que temos um compromisso de ficarmos com todas as ginjas dos produtores, mesmo quando há muita produção e não necessitamos de tanto fruto”, explicou a responsável, acrescentando que “este ano ainda é pouco cedo para saber como vai ser a produção, visto que o ano passado foi de pouca produção, estando assim a trabalhar com ginjas de 2016, que há cinco anos que já estão numa infusão hidroalcoólica”.

Depois de recebido o fruto, é retirado o pedúnculo, um a um, na licoraria, passando depois o fruto para uma infusão hidroalcoólica, onde se mantém durante alguns anos, sendo um processo bastante demorado. Desta forma é possível obter um extrato alcoólico saturado em ginja, fazendo com que o sabor do fruto seja mais intenso na bebida.

Após o tempo devido em maceração, as ginjas são escorridas e esmagadas e é adicionado o açúcar. “Desde a apanha do fruto até sair em garrafa demora cerca de cinco anos, e é isso que faz a diferença em relação a outras marcas”, sublinhou Marta, destacando que “aqui fazemos tudo de uma forma muito pausada, e toda a tentativa de acelerar este processo é descaraterizar a Oppidum”. Nesse sentido, a ginja conta com ingredientes 100% naturais, sem corantes, aromatizantes ou quaisquer outros aditivos artificiais, apenas com açúcar, água, ginjas, álcool, e sobretudo a dedicação de duas colaboradoras e a “devoção de quem ama o que faz”. “São essas particularidades que conferem diferenciação à marca e quem é apreciador deste tipo de bebidas fica completamente deliciado com ela”, destacou a responsável, adiantando que “a melhor publicidade continua a ser o passa a palavra”.

“Exportação tem vindo a aumentar, sendo 10 a 12% da faturação anual”

Atualmente, o licor está presente em mais de 20 países, incluindo Reino Unido, Suíça, Estados Unidos da América, Austrália, Brasil, China ou Japão, e a “exportação tem vindo a aumentar, sendo 10 a 12% da nossa faturação anual, isto excluindo o ano de 2020, que foi sem dúvida um ano péssimo, mas mesmo assim ainda se exportou mais do que aquilo que se vendeu cá”, frisou a responsável, adiantando que a maioria dos seus importadores “ou são portugueses descendentes de emigrantes, ou são pessoas que de alguma se apaixonaram pelos produtos portugueses”.

Para este crescimento externo também tem vindo a contribuir os prémios internacionais, que têm sido atribuídos desde 2012. “Eu concorro a prémios que eu sei que me vão abrir portas a outros mercados, como foi o caso do galardão Best Portuguese Fruit Liqueur, recebido em abril deste ano”, apontou Marta Pimpão.

A par disso, a produção também se encontrava em crescimento, “sem contar com o ano passado”. Desde a miniatura à box de 4,5 litros, a marca estava a ter “um crescimento sustentado, sempre na ordem dos 5 a 10%, o que faz com que consigamos ir desenvolvendo a produção para acompanhar o crescimento, sem grandes sustos e quebras significativas”, explicou Marta, adiantando que neste momento, a empresa familiar está a recuperar do “trambolhão de 2020, trabalhando à medida daquilo que é preciso”. Para isso há novos mercados a serem trabalhados, nomeadamente em países grandes, onde estão a tentar chegar a mais zonas e ao máximo possível de clientes, porque “infelizmente, este é um produto que continua a ter que ser introduzido no mercado”.

Em compensação, a pandemia também fez com que a marca “se alargasse para outros leques”, criando uma loja online (www.ginjas.pt) para fazer face aos pedidos. “Com as lojas fechadas devido à pandemia, as pessoas tinham necessidade de comprar o nosso produto”, frisou Marta, que optou por ser ela própria a criar a loja, que está disponível apenas para fornecer o território nacional. Recentemente também desenvolveram os rótulos personalizados para empresas ou mesmo para ofertas de amigos, e ainda é possível colocar uma mensagem na garrafa de ginja, ou seja, é gravado um vídeo e colocado o respetivo código QR no rótulo da garrafa.

Para além disso, a empresa familiar também comercializa a ginga Dom Pipas, que surgiu devido ao crescente número de pedidos de um produto mais económico. “A única diferença entre estas duas nossas ginjas é que a Dom Pipas tem menos fruta, mas continua a ser natural e a ter os quatro ingredientes”, explicou Marta, esclarecendo que a marca também produz os bombons com licor de ginja e o licor de ginja com chocolate, ideia que começou no Festival do Chocolate de Óbidos, em 2005, quando Dário Pimpão adquiriu uma caixa de chávenas de chocolate e sugeriu à sua parceira, a Loja do Vinho, experimentar a venda do licor de ginja em chávena de chocolate, sendo hoje em dia uma tradição e uma imagem de marca de Óbidos.

(0)
Comentários
.

0 Comentários

Deixe um comentário

Artigos Relacionados

Óbidos Vila Gaming regressa de 4 a 12 de maio

Estava previsto realizar-se de dois em dois anos, mas o sucesso da primeira edição em 2023 fez com que o Óbidos Vila Gaming voltasse a repetir-se já este ano, de 4 a 12 de maio.

obidosgaming2

PSP intervém em jogo de futebol

O Comando Distrital da Polícia de Leiria da PSP transmitiu que no final de um jogo de futebol do escalão júnior realizado no passado sábado no Campo Luís Duarte, nas Caldas da Rainha, o juiz da partida “comunicou ao comandante do policiamento” ter existido uma “suposta tentativa de agressão ao árbitro” por parte do treinador de uma das equipas.

Bárbara Costa no “Centro das Conversas”

A iniciativa “Centro das Conversas”, realizada no passado dia 20, no Shopping Center La Vie Caldas da Rainha, contou com a presença de Bárbara Costa, Miss Petite Mesoamérica Portugal 2024 e vencedora do Mesoamerica International 2024, concurso de beleza e dança.

miss