Segundo Gilberto Guimarães, coordenador do centro de saúde, o avanço do processo está muito dependente do ritmo do fornecimento de doses à unidade de saúde.
Os critérios adotados para a convocação de utentes para a primeira fase de vacinação foram os descritos na Norma de Orientação Clínica emitida pela Direção-Geral da Saúde, contemplando profissionais de saúde envolvidos na prestação de cuidados a doentes, profissionais das forças armadas, forças de segurança e serviços essenciais, profissionais e residentes em Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas (ERPI) e instituições similares, e profissionais e utentes da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI).
Já receberam a vacinação completa 35 profissionais de saúde do Serviço Nacional de Saúde, 653 pessoas das ERPI’s e RNCCI (268 profissionais e 385 utentes) e 234 utentes com mais de 80 anos ou com comorbilidades (outras patalogias).
Apenas com a primeira dose administrada existe um profissional de saúde, duas pessoas de ERPI’s, 23 bombeiros, três colaboradores da Delegação do Cadaval da Cruz Vermelha Portuguesa e 440 utentes com mais de 80 anos ou comorbilidades.
Desde fevereiro o processo de vacinação passou a abranger pessoas de idade maior ou igual a 50 anos, com pelo menos uma das seguintes patologias: insuficiência cardíaca, doença coronária, insuficiência renal, doença pulmonar obstrutiva crónica ou doença respiratória crónica sob suporte ventilatório e/ou oxigenoterapia de longa duração.
Gilberto Guimarães aponta diversos constrangimentos sentidos pela equipa de saúde do Cadaval, nomeadamente o facto de o fornecimento da vacina acontecer apenas na semana de vacinação, entre segunda e terça-feira.
De acordo com o coordenador, a incerteza no número de frascos que irão ser fornecidos dificulta a programação das atividades, fazendo com que a gestão possa somente fazer-se diariamente e não com maior antecedência.
Por outro lado, o número de frascos de vacinas fornecidos semanalmente, até ao momento, é considerado diminuto, facto que impede o avanço mais rápido do processo vacinal.
Outro problema prende-se com a falta de espaço físico no centro de saúde do Cadaval para o tempo de espera dos utentes, essencialmente os 30 minutos convencionados para o pós-vacinação.
“Contamos ver este problema ultrapassado rapidamente, com a abertura de um CVC – Centro de Vacinação Covid-19 no Cadaval, o qual já foi solicitado”, declarou.
Também a falta de recursos humanos na equipa médica, devido à situação particular que se vive com a pandemia, é referida pelo profissional da saúde.
Gilberto Guimarães aponta, como causas, a alocação de médicos para as escalas de Atendimento Complementar (a realizar aos sábados na Unidade de Cuidados Saúde Personalizados – UCSP do Cadaval), a escala de admissão de doentes com queixas respiratórias na Área Dedicada para Doentes Respiratórios – C da Lourinhã, o seguimento diário em “Trace” Covid de todos os utentes diagnosticados com a doença ou que apresentam sintomas e estão suspeitos a serem infetados, e a escala de vacinação a ERPI’s, onde a equipa de vacinação é constituída por vários enfermeiros e um médico.
“Não existindo médicos externos para cobrir estas escalas, o que acontece é que a utilização dos médicos da UCSP Cadaval leva a desmarcações e atrasos nas consultas, com implicações imediatas e futuras na assistência médica à população do Cadaval”, explica o coordenador.
Identificada pelo clínico cadavalense foi também a falta de recursos humanos de enfermagem, o que conduz a “um défice importante” das horas afetas à garantia de continuidade de outros cuidados de saúde, como resposta no âmbito da consulta de saúde materna, planeamento familiar, diabetes, hipertensão, saúde infantil, rastreios, entre outros.
Também a Unidade de Cuidados na Comunidade, que está a desenvolver atividades no combate à pandemia, fica, por esse motivo, com carência de horas ao nível de várias outras valências e intervenções de relevância.
A falta de recursos humanos ao nível das assistentes técnicas é igualmente apontada.
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