O lema é simples: Os alunos dos cursos de cozinha e de serviço de restauração e bebidas têm de pôr as mãos na massa e passar por várias experiências. É um trabalho que vai muito além de elaborar refeições e bebidas. “Os futuros profissionais do setor aprendem como funciona toda a estrutura do negócio e, ao se formarem, estarão aptos também a “comprar matérias-primas, pesquisar, definir cardápios, servir à mesa, coordenar equipas e até na decoração das salas e mesas”, apontou o responsável.
Daniel Pinto desejou aos estudantes que “terminem a formação com boas notas e que possam realizar o estágio curricular e entrar no mercado de trabalho, que está a atravessar momentos difíceis, mas que acreditamos que vai ser ultrapassada e que o setor em Portugal volte aos bons anos que temos tido até ao início da pandemia”.
O diretor destacou o facto das escolas se manterem abertas, uma vez que “a EHTO vive muito do ensino prático, onde o regime presencial é importante”. No entanto apelou a todos “para respeitar as medidas preventivas” .
A chef de sala, Marisa Rosa, elogiou o projeto “Sustentabilidade à Mesa”. “No primeiro confinamento as aulas presenciais foram canceladas e os alunos não tiveram os estágios, então regressaram um pouco adormecidos e este protejo pedagógico foi ótimo para voltarem a estar em contato com o público e reaprender a técnica”, contou.
Marisa Rosa partilha da opinião do diretor que as aulas presenciais nesta área são “fundamentais”. “É muito mais fácil cativar o adolescente para as aprendizagens práticas com o formador à sua frente a mostrar como se faz”, apontou, acrescentando que “é muito difícil dar este tipo de formação através do computador ou telemóvel e não podemos assumir que todos os alunos têm condições em casa para nos acompanhar”.
Na chegada à escola, os clientes foram servidos com uma poncha, bebida tradicional e emblemática da Madeira, feita de aguardente de cana-de-açúcar, açúcar e sumo de limão.
Já sentados à mesa no restaurante pedagógico, foram servidas como entrada lapas com bolo do caco. Acompanhou este prato o vinho da Madeira – Sercial Dry Madeira (5 anos).
Sopa de tomate com milho frito foi o outro prato apresentado, seguido de polvo à moda da Câmara de Lobos (Madeira).
A Alemanha mostrou o seu valor com a salsicha alemã acompanhada de bola de batata. O vinho tinto servido para acompanhar os pratos principais foi Casa das Gaeiras – Óbidos Doc de 2017.
Para a sobremesa, os alunos serviram um bolo Floresta Negra. É uma receita alemã de bolo de chocolate humedecido com um xarope à base de kirsch, recheio de chantilly com cerejas e cobertura com chantilly, raspas de chocolate e cerejas.
Hugo Esteves, do 3º ano, apresentou no final um cocktail feito com Jägermeister, uma bebida produzida na Alemanha desde 1935. É o nono destilado mais consumido no mundo.
Os futuros chefs Inês Silva e João Martins, finalistas do curso de Cozinha, foram os alunos responsáveis por este almoço temático. Foi para eles uma experiência em que saíram da “zona de conforto”. O que acharam mais difícil de fazer foi “a salsicha alemã que foi feita de raiz”.
Foi uma batalha difícil, mas a Madeira venceu a Alemanha por 6 a 2 no almoço temático, após escolha de quem provou.
O diretor da Escola disse que já estão a preparar o segundo semestre e sem querer revelar todas as novidades garante que vai ligar as artes à gastronomia, com o foco na cozinha sustentável. “Vamos desenvolver um projeto que vai relacionar o mundo da gastronomia com o mundo da arte e cultura, nomeadamente vários artistas que vão inspirar menus temáticos, Rafael Bordalo Pinheiro, José Malhoa, Mestre Ferreira da Silva, Raul Proença, entre outros”, contou.
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