As formações de Patricio Lamboglia e Rui Carvoeira apresentaram-se na sua máxima força, perspetivando-se um jogo bem disputado, ainda que o favoritismo pendesse para o lado dos Beirões, mais experientes da sua participação na divisão de honra e com um naipe de jogadores estrangeiros de outra qualidade técnica e sobretudo física.
E as expectativas não foram logradas. O encontro desenrolou-se sempre em bom ritmo, com duas partes distintas, a primeira em que os Pelicanos se superiorizaram no marcador, fruto de uma postura defensiva que não permitiu ao Lousã desenvolver o seu jogo e de iniciativas de ataque seguras e com brilhantismo na sua execução.
A entrada forte dos Beirões, a colocar a oval no meio campo contrário, foi sendo contrariada e cerca dos 10 minutos o Caldas equilibrou e a partir de conquistas seguras nos alinhamentos ia abrindo o jogo com iniciativas do centro Tomas Jacinto sempre muito agressivo nestas ações de perfuração da linha defensiva.
Aos 16 minutos, formação ordenada bem empurrada, oval rapidamente a chegar ao médio de abertura Tomas Lamboglia que com um cross-kick exímio solicitou o ponta Diogo Vasconcelos que fez o toque de meta.
Respondeu o Lousã e beneficiou aos 20 minutos de uma penalidade que tentada aos postes, com êxito, pelo médio de abertura Tomas Redondo, permitiu reduzir o marcador para 5-3.
O Lousã manteve a pressão, mas o Caldas foi defendendo com segurança.
Aos 29 minutos, e após conquista em alinhamento do Lousão o médio de formação Pelicano Rodrigo “Pulga” Henriques, chamado aos trabalhos da seleção nacional Sub 20, encetou um ataque rápido travado em falta. A penalidade tentada aos postes pelo, hoje, arrier, Afonso Pecegueiro foi concretizada colocando o marcador em 8-3.
Continuou o Lousã a tentar reverter o resultado, mas o Caldas ia sendo muito competente a defender, recuperando a oval e procurando de imediato o ataque.
Aos 39 minutos uma excelente jogada à mão iniciada por Afonso Pecegueiro a oval chegou ao ponta Digo Vasconcelos que acompanhou em velocidade e concretizou o seu segundo toque de meta.
1ª Parte: Caldas RC – 13 (2E,1P) RC Lousã – 3 (1P)
O intervalo foi bem aproveitado por Rui Carvoeira para corrigir o posicionamento de algumas das suas pedras e, certamente, para pedir um aumento de ritmo à sua equipa.
Com as suas peças chave, jogadores de outro gabarito físico e técnico, a colocarem todo seu poderio no pitch, o Lousã dominou a segunda parte.
Logo aos 44 minutos, uma entrada muito forte do nº 8 Esdale Litz perfurou a linha defensiva Pelicana e o ensaio foi inevitável, toque de meta pela asa João Francisco. Transformação de Tomas Redondo e o marcador em 13-10.
Continuaram os Beirões a jogar em cima dos 22 metros do Caldas, que ia defendendo com alguma dificuldade.
Aos 56 minutos, o Lousã chegou ao ensaio de novo, pelo talonador Fabio Marques, também bem convertido pelo chutador Beirão. E o marcador revertido para 13-17. Na sequência da jogada o médio de abertura Pelicano, Tomas Lamboglia viu o cartão amarelo e os correspondentes 10 minutos no sin bin.
Esperava-se uma queda do Caldas, mas não foi o que aconteceu. Excelente reação e na sequência de um alinhamento bem conquistado um moule poderoso avançou 20 metros na defesa Beirã, e prosseguiu por várias fases nos últimos 5 metros, até um último passe para ensaio sair ligeiramente avançado, comprometendo a concretização dos 5 pontos. Na jogada cartão amarelo também para o médio de abertura do Lousã.
Esta jogada acabou por definir o resultado. O Caldas sentiu o não ter pontuado, o Lousã retomou o seu fôlego e voltou a colocar a oval nos 22 metros do Caldas. Muito poderosos os avançados Beirões colocaram muitas dificuldades e após duas mellees de penalidade, nos últimos 5 metros Pelicanos viram o árbitro conceder, aos 60 minutos, o ensaio de penalidade por faltas sucessivas. Com o resultado em 13-24 estava encontrado o vencedor.
Até final o cariz do encontro não se alterou, tendo o Lousã chegado a ainda mais um ensaio, aos 80 minutos, pelo excelente Eslade Litz, bem convertido.
Resultado Final: Caldas RC – 13 (2E, 1T) RC Lousã – 31 (3E, 3T,1P, 1EP)
Vitória justa da equipa com maior poder e que mostrou outros argumentos, sobretudo físicos, e com um conjunto de jogadores com outro nível de Rugby. Em particular o pilar Lefaele IKenasio, o já referido nº8 Eslade Litz mas também o defesa Daniel Brough e o centro Pablo Casas estiveram a outro nível.
O Caldas RC fez uma primeira parte muito competente e pode considerar que os números finais do marcador foram algo exagerados. Mais um ensaio seria um premio justo para a prestação Pelicana. Equipa muito jovem, ainda em crescimento, a fase final será o palco para mostrar o progresso esperado.
Arbitragem de Guilherme Temudo.
Apurado para a Fase Final, Top 6, o Caldas RC aguarda o sorteio e a confirmação do calendário.
O Caldas RC alinhou com:
Afonso Pecegueiro (1P), Alexandre Vieira, Bruno Martins, David Esteves, Diogo Vasconcelos (2E), Duarte Mourão Nunes, Filipe Gil, Giorgi Kikvadze, Gonçalo Sampaio, Gustavo Moura, José Contreras, José Maria Vieira, Lasha Bzhalava (ex-Académica), Luis Gaspar, Manuel Carriço, Rafael Marcos, Ricardo Correia, Ricardo Marques (Cap.), Rodrigo Henriques, Rui Santos, Tiago Santos, Tomas Jacinto, Tomás Lamboglia.
Treinador: Patrício Lamboglia
Diretor de Equipa: António Ferreira Marques
Fisioterapeuta: José Miguel Monteiro (Physioclem)
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